Quando cheguei em casa, deixei minha cabeça tombar e encostar na porta atrás de mim. Respirei fundo e pisquei várias vezes, vendo Pongo correr apressadamente, balançando a cauda com felicidade. Ele pula, salta e sorrio. Eu deslizo pela porta e recebo Pongo.
- Alguém sentiu falta do papai! - Brinco, recebendo uma enxurrada de língua. Entre choramingos de alegria e latidos pungentes em meu ouvido, acaricio o alto de sua cabeça e sorrio de novo, apoiando-me e jogando o peso de meu corpo sobre minha perna. - Tá com fome? - Digo, o vendo correr atrás de mim. Sua longa língua sai para fora e balanço a cabeça. - Eu tô morto de fome também.
Respiro fundo e tiro a carteira e as chaves do meu bolso, a colocando sobre o balcão da cozinha. Vejo a foto dela pular para fora da carteira, e meu coração aperta assim que vejo Pongo pulando ao meu redor. Nada nunca vai mudar...
Elouise
- Ele é um metido. Sério. Um cretino gostoso, mas metido. - Eu deveria bater em Candence quando ela fala mal de alguém que só eu posso tratar mal. Droga. Já estou pensando nele de novo. Ótimo. - E eu acho que você devia esquecer essa história. Daniel é gostoso e eu sei que ele tem uma coisa que meu Deus... aquele homem é muito gostoso. Credo... enquanto eu estou encalhada, você está cheia de homens correndo por você. Não espera que eles sejam atropelados que nem um cachorrinho para só então usar a coleira, Lou. - Ela disse.
- Não é bem assim... o Jace não me suporta e o Dan é tipo... muito fofo. Eu não consigo pensar nele como algo além de meu amigo. Mas eu também acho que ele é um gato.
- Tá. Na pior das hipóteses, você está tentada a descobrir o que tem por trás da roupa do Jace, e na melhor, você quer se arriscar a sair com o Dan de novo. - Eu arregalei os olhos quando olhei para ela e engoli o sorvete que estava tomando.
- merda! Não! Eu não sou a louca por sexo, Candy.
Mas pareço, de vez em quando, sim. O fato é que minha vida não me permite isso. Graças aquele emprego meu tempo foi resumido a algumas horas por dia. Eu não tenho tempo de conhecer alguém, amarrar esse alguém, me certificar de que esse alguém também gosta de estar comigo, compartilhar meu pouco tempo com esse alguém e trepar, enfim. Deus... é muito errado querer um pau de vez em quando?
- Talvez eu só precise esquecer disso. Não vou morrer se não transar.
- Jesus, a situação da sua vagina é precária se depender de você. Eu, por exemplo, era igual você antes de conhecer o Ethan. Ele é um safado sem vergonha que gosta de transar. Enfim... minha alma gêmea. Ele nunca me decepcionou e faz como ninguém. Minha vagina está tããão feliz... - seu tom radiante foi quase cômico quando olhei nos olhos dela. - Seu problema é a falta de tempo?
- Sim.
- Não!
- Não?
- Não. É a falta de homem. Se você escolher demais, vai acabar sem. Há uma vadia esperando a oportunidade de roubar o melhor sexo que você provavelmente vai ter na vida. Você é pervertida, garota, então se joga.
- Falando desse jeito eu pareço uma desesperada.
- Mas você tá desesperada!
Continuamos passeando pela Times Square. Cadence acabou de sair da apresentação. Ela é uma atriz na Broadway e é claro, eu nunca iria perder a oportunidade de ter essa chance. Depois do espetáculo, achamos que seria bom andarmos um pouco enquanto tomávamos um sorvete.
- Eu acho que ele gosta da secretária da Sarah. Ela é um arraso. - Eu olhei para cima e só percebi agora que Candy parece um monstro enorme quando está ao meu lado. Por que eu tenho que ter 1.53 metro? Isso é ridículo! Comparado ao 1.70 dela, parecemos mãe e filha passeando. Mas Jace, Jace tem 1.85 metro de pura tentação. Ele é cheio de músculos gritantes e deliciosos. Meu Deus... só de pensar naquele homem noto que minha calcinha molhou. Eu estou mesmo precisando de homem. Mais precisamente de um pau, se é que me entende...
- Tipo... apaixonado? - Ela perguntou, eu demorei alguns segundos para balançar a cabeça, olhando para cima. Amanhã vou estar com o pescoço dolorido.
- Sim. Todo mundo acha que ele tem uma quedinha por ela, porque ele a trata de forma gentil. A única que não é recebida por gritos e pontapés. - Julia é uma mulher muito bonita. Cabelos escuros, corpo de modelo - magra demais na minha opinião... pele e osso... - e é bem tímida. Ainda mais que Dan. Na verdade, ela é como uma versão pornô de Dan. Julia é tímida, mas não deixa de jogar charme até para a parede. - E eu acho que ele gosta dela de verdade. Ela é gentil, doce... alta, bonita... maquiada... depilada... essas coisas.
- Aquela magrela?
Eu também sou magra, apesar de ser mais curvilínea. Minha pouca estrutura não é realmente um incômodo para mim - exceto quando não estou tentando alcançar um porte ou qualquer outra coisa.
- Sim. A própria.
- Mas por que ele tem um caso com a chefona gostosa?
- Porque ele é um vadio e babaca.
- E por que você ainda gosta dele?
- Porque não tem outro assunto a não ser a falta de pau ou minha vida de merda. - Sorri para ela, e senti uma pontada abrupta em meu peito. Minha vida é uma droga. Pior que bolacha quebrada.
- Ok.
- Ele deve transar com Sarah para se satisfazer. Me disseram que ele é tipo... louco por isso. Ele não aguenta ver nem uma chave entrando numa fechadura.
- Cruzes!
- Pois é. - Eu digo fazendo biquinho. - Julia não sabe. Na verdade é só um boato, mas ele já transou com quase todas. Exceto por mim e Julia. - Explico.
- Sinceramente?
- Sinceramente.
- Eu acho que você deveria repensar no encontro com o Dan. Ele é um cara legal. Qual é... não julga ele só porque desmaiou quando você mostrou o País das Maravilhas. - Ela sorriu e bati em seu braço levemente.
Cadence é uma mistura de felicidade contínua com tristeza e glamour.
- Sabe, você tem razão. Meu relacionamento com Jace é à base de ódio, raiva e provocação.
- É?
- Uhum...
- Sabe o que dizem?
- O quê?
- Que os irritadinhos são os melhores na cama. Eles fodem gostoso e com força. - Eu arregalei os olhos quando ela sussurrou em meu ouvido e então gargalhou. Eu sorri, não me segurando nenhum pouquinho mais. Percebi minhas bochechas queimando.
Jace é meu objeto de consumo mais irreal e inalcançável que conheço. Ele me odeia, e está sempre a um passo, um centímetro de distância de mim, mas sempre e absolutamente distante. Impossível e inacessível como um galã de cinema por quem se apaixona e ao mesmo tempo puramente odiável. O cretino gostoso com quem eu desejava saciar meus desejos mais impuros.