- É, mas não deixa ele ouvir, pois vai ficar convencido - respondeu Hoshi, rindo.
- Nem fala! De convencido, aqui já chega o Jaehoon! - brincou Daon, entrando na sala. - Ué, cadê a Keila?
- Ela disse que não estava se sentindo bem e que voltaria para casa. - respondi, tentando parecer indiferente.
- E você deixou ela ir? - Daon perguntou, surpreso.
- Queria que eu amarrasse ela na cadeira?
Bem que eu queria fazer isso... Amarrá-la na cadeira e tê-la para mim só mais uma vez.
- Nossa, que mau humor! Já volto, gente, vou ligar para a minha esposa - disse Daon, saindo da sala com o celular na mão.
- Desde que ele chegou, já disse a palavra esposa umas 15 vezes, tá chato já! - comentou Simon, revirando os olhos.
- Esposa! Esposa! Esposa! - brincou Hoshi, imitando Daon.
Eles saíram, me deixando sozinho com os meninos.
- E aí, como é essa esposa que ele tanto fala? - perguntou Hoshi, curioso.
- Gostosa! - disse Simon, provocando.
Por algum motivo, me irritei ao ouvir Simon falar assim dela e antes que pudesse perceber, estava o repreendendo.
- Que foi? Vai dizer que não viu o corpo que aquela mulher tem?
Já tinha visto, tocado, sentido o gosto, já tinha ouvido a respiração ofegante dela, os gemidos... Que droga!
- Não! Ela é mulher do Daon e temos que respeitar! - respondi, irritado.
- Ih, tá doido, mulher de amigo meu para mim é igual salada, eu olho no prato dos outros, acho bonita, mas você nunca me viu comendo uma. - disse Simon, rindo.
- Eu não acredito no que eu ouvi. - retruquei, incrédulo.
- Não interessa, não quero ouvir esse tipo de comentário sobre ela! - disse, firme.
- Olha só! Jaehoon todo protetor, não sabia que você era um amigo tão fiel assim. - provocou Hoshi, rindo.
Dei de ombros, mas neste momento, eu era o pior amigo que poderia existir. Após algum tempo, Daon voltou para a sala encerrando a nossa conversa.
- Ela quis ir para casa para terminar de arrumar as coisas dela no lugar. Estávamos arrumando hoje de manhã, mas quando percebemos, já estávamos rolando sobre as roupas! - disse Daon, sorrindo.
Os meninos riram com ele, enquanto eu só conseguia imaginar ela na cama com ele e sentir um enjoo no estômago. Como ela transou comigo e, em um intervalo de poucas horas, transou com ele também? Eu me fiz aquela pergunta ao mesmo tempo que lembrei que já peguei até três em uma mesma noite.
- Tirou a sorte grande, hein irmão! - disse Simon, dando um tapinha nas costas de Daon.
- Pô, nem fala, ela realmente é a mulher perfeita... Carinhosa, sexy, romântica. Ela foi muito corajosa em deixar a vida dela nos Estados Unidos para me seguir e eu realmente estou me sentindo sortudo! - respondeu Daon, com um sorriso no rosto.
- Poxa, já estou até curioso para conhecer essa mulher tão maravilhosa! - comentou Hoshi, interessado.
- Vocês todos vão conhecer ela no show e o Jaehoon disse que depois vamos todos sair para comemorar. - disse Daon, animado.
- Ih, o chefe vai pagar? - perguntou Simon, rindo.
- Se ele tá convidando, ele que vai pagar. - disse Hoshi, rindo.
- Claro! - respondi, dando de ombros, pensando na ironia do que estava acontecendo. Eu iria pagar a comemoração do casamento da mulher que eu queria. Enfim, hoje é dia de show e vai estar cheio de mulheres dando em cima de mim. Vou comer a primeira que eu encontrar e vou esquecer a Keila!
- Sabem quem vai ficar triste com esse casamento, né? - perguntou Hoshi, rindo.
- Para! - disse Simon, rindo e abraçando Hoshi.
Eles imitaram uma voz infantil.
- A Louyse!
Louyse era uma das novas contratadas da Mix que todos sabíamos que era apaixonada pelo Daon. Nós chegamos a pensar que estava rolando algo entre eles antes dele viajar, mas agora acho que esse barco partiu.
- Para, gente, ela é só minha amiga e nada de falar sobre isso perto da Keila, hein? Pelo amor de Deus! - pediu Daon, preocupado.
- Não quero nem ver o climão essa noite! - disse Simon, rindo.
- Gente, vamos mudar de assunto, por favor! - pediu Daon, nervoso.
- Tá me dando fome, vamos almoçar? - sugeriu Hoshi.
- Vamos, agora que você falou, bateu a fome também. - respondeu Simon.
- Por mim tudo bem, você vem, Jaehoon? - perguntou Daon.
- Vão vocês, eu estou sem fome! - respondi, distraído.
- Meu Deus, alguém chama um médico! - brincou Hoshi.
- Eu escutei isso mesmo? Park Jaehoon sem fome? Meu Deus, o mundo vai acabar! - brincou Simon, rindo.
- Haha, muito engraçado... Vão logo! - respondi, dando um sorriso forçado.
Eles saíram dali e eu fiquei sozinho na sala. Peguei meu telefone e entrei nas redes sociais do Daon procurando o Instagram da Keila e, sem muita dificuldade, eu achei. Olhei tudo e vi diversas fotos dela em festas, bares, restaurantes, sempre acompanhada das mesmas três amigas que também eram bonitas, mas nada se comparava a ela. Ela parecia ter uma vida bem agitada, descobri que ela gosta de meditar e fazia aulas de zumba na academia, por isso ela tinha aquele corpo tão lindo. Vi alguns vídeos dela dançando e percebi o quanto eu queria aquela mulher... Que droga, Jaehoon, é só uma mulher como qualquer outra! Resolvi trabalhar para esquecer tudo isso. Eu tenho um show para o qual eu tenho que me preparar, então decidi ir para casa, que era um santuário livre de mulheres. Eu nunca trouxe mulher nenhuma para a minha casa e isso era uma regra minha. Chegando lá, abri a porta e fui recebido pelos meus cachorros Oscar e PJ. Então, me joguei no chão, deixando eles lamberem a minha cara enquanto os enchia de carinho. Fui até a cozinha, comi um sanduíche que a senhora que cuida da casa tinha deixado pronto e depois resolvi dormir um pouco até a hora do show. Quando acordei, faltavam poucas horas, então tomei um banho e me arrumei, colocando uma roupa que evidenciava meus músculos do jeito que as minhas fãs gostam. Quando cheguei na boate onde seria o show, fui direto falar com o organizador e a minha equipe já estava toda no local. A casa estava cheia e eu subi até a área VIP, que estava reservada para o pessoal da Mix, enquanto os outros shows rolavam. Todos já estavam lá, menos o Daon com a Keila. Eu olhei para a pista de dança procurando alguém que chamasse a minha atenção e, apesar de ver algumas mulheres muito bonitas, nenhuma delas era realmente tentadora, pelo menos não tanto quanto a... Meu pensamento foi interrompido quando vi a Keila entrando na boate de mãos dadas com o Daon. Ela estava usando um vestido preto justo que ressaltava todas as suas curvas e um salto alto que a deixava ainda mais deliciosa. Seus cabelos caíam sobre seus ombros como uma cascata e eu estava quase babando quando Hoshi chamou a minha atenção.
- Caramba! Essa que é a esposa do Daon? - perguntou Hoshi, surpreso.
- É! É a esposa do Daon... - falei para ele, mas na verdade estava reafirmando aquilo para mim. Tentando me lembrar que ela era dele para evitar que eu fizesse uma besteira.
- Quem é ela? - perguntou Louyse, a mais nova, e pude sentir a tristeza em sua voz. Talvez, de todos aqui, ela era a única que entendia como eu estava me sentindo.
- Pô Lou... Você não está sabendo?
- De quê?
- O Daon se casou, essa é a esposa dele!
Ela sorriu, mas seus olhos estavam cheios d'água.
- É mesmo? Eu não sabia... Espero que ele seja feliz! - disse Louyse, com um tom de choro na voz. Ela saiu dali correndo e eu não a vi mais pelo resto da noite. Quando eles finalmente chegaram perto, o perfume dela chegou primeiro e eu fechei os olhos lembrando mais uma vez da noite passada.
- E aí? Pô, a boate tá cheia, né? - disse Daon, animado.
- Tá sim! A plateia está animada. Oi de novo! - disse Hoshi, acenando para a Keila, que o cumprimentou com dois beijinhos no rosto.
- Oi, Keila! - falei, indo na direção dela para cumprimentá-la. Ela travou ao me ver se aproximando. Dei dois beijos no rosto dela, lentamente roçando meus lábios em seu rosto, sentindo ela se arrepiar. Porra! Como estava difícil me controlar perto dessa mulher.
- Quem vai ser o primeiro a subir no palco? - perguntei.
- O Simon, ele já até desceu. - respondeu Daon.
- Ah, então eu vou beber um pouco.
- Pouco mesmo, hein, não quero carregar ninguém para casa não! - brincou Daon, rindo.
- Que dia foi isso? - perguntei, rindo.
- Toda vez que você bebe. E você, amor, quer beber? - perguntou Daon, olhando para Keila.
O olhar dela se encontrou com o meu por um segundo e depois ela fugiu do meu olhar.
- Melhor não! - respondeu Keila, hesitante.
- Bem, eu vou beber, pois estou feliz e quero comemorar! - disse Daon, animado.
- É, bebe com a gente, Keila! - sugeriu Simon, sorrindo.
O garçom passou por nós e cada um pediu uma bebida, que ele prontamente trouxe até nós. Começamos a beber e Daon começou a dançar com a Keila, que começou a relaxar conforme as doses do drink que ela bebia iam aumentando. Ela o beijava, sorria, balançava os cabelos e rebolava aquela bunda deliciosa dela que me deixava louco. Fui tirado dos meus pensamentos quando uma loira, muito gostosa, se aproximou de mim.
- Oi, tá aqui sozinho? - perguntou ela, provocante.
- Se não tiver nenhum fantasma aqui, então sim! - respondi, rindo.
- Quer dançar? - perguntou ela, sedutora.
- Não, desculpa, eu não tô no clima para dançar.
- E para outras coisas? - Ela me olhou, provocando. Quando olhei para a Keila, ela estava me olhando sem nenhuma expressão em seu rosto enquanto dançava agarrada com Daon.
- Quer saber, mudei de ideia, quero dançar sim! - respondi, decidido.
A mulher se aproximou, me puxando para dançar colado nela, e começou a rebolar enquanto se esfregava em mim. Vi que a Keila não tirava os olhos de mim, então sorri para ela. Após algum tempo, já tinha terminado o show do Simon e Daon desceu, pois ele era o próximo. Keila estava observando enquanto o show começava e ela estava curtindo e dançando enquanto Daon cantava. Simon não saía do lado dela e eles pareciam estar conversando e rindo demais para o meu gosto. Quando Simon saiu de perto dela para ir ao banheiro, era a minha chance. Eu me aproximei dela, mas antes que pudesse chegar até a mesma, vi Lucky se aproximando dela.
- Oi gata, quer companhia? - perguntou ele, sorrindo.
Ela olhou para ele com um sorriso tímido e disse:
- Não, obrigada!
- Ah, que isso, vamos nos divertir! Vem dançar comigo? - Ele puxou ela pelo braço e ela tentou se soltar em vão.
- Não, espera!
- ELA DISSE QUE NÃO, VOCÊ NÃO OUVIU? - gritei, irritado.
- Ei, calma, tá gritando por quê? - perguntou Lucky, surpreso.
Os olhos cor de mel dela se encontraram com os meus por um segundo e depois ela desviou o olhar.
- Eu não percebi que estava gritando, mas deixa ela em paz - disse, com um tom de ameaça.
Ele levantou as mãos em sinal de desistência e se afastou.
- Obrigada, mas eu sei me defender sozinha! - disse Keila, me dando as costas. Logo Simon já tinha voltado e chamou ela para dançar. Eles começaram a rir enquanto inventavam diversas coreografias fazendo mil palhaçadas juntos. Começou a tocar uma música mais sensual e eles começaram a dançar mais colados. Aquilo já estava me irritando em um nível surreal, todos os homens olhavam para ela e eu não sabia por que isso estava me incomodando tanto. Vi ela indo ao banheiro e, antes que pudesse perceber, eu estava a seguindo. Assim que entrei no mesmo, ela se assustou quando me viu pelo reflexo do espelho, se virando para mim assustada. Eu fechei a porta atrás de mim e a encarei.
- O que você está fazendo? - perguntou ela, nervosa.
- Eu é que pergunto. O que você está fazendo se esfregando daquele jeito no Simon? - perguntei, irritado.
- O quê? Você tá louco! - respondeu ela, indignada.
Eu perdi toda a minha sanidade, indo até ela e beijando sua boca carnuda de forma febril. Eu devorava seus lábios e, por mais que ela tenha tentado lutar no começo, logo ela se entregou, abrindo passagem para a minha língua enquanto eu descia minhas mãos pelo corpo perfeito dela, apertando levemente a sua bunda. Quando nos faltou o ar, colei as nossas testas e, ainda de olhos fechados, eu disse:
- Estou! Estou ficando louco e a culpa é sua!
Ela pareceu voltar a si e me empurrou, levando a mão até os lábios como se tivesse acabado de perceber o que fez.
- Jaehoon, fica longe de mim! - disse ela, assustada.
- Por quê? - perguntei, confuso.
Ela tentou sair do banheiro e eu a impedi.
- Me solta! - gritou ela, tentando se soltar.
- Pra quê? Para você voltar a se esfregar no Simon? Que é? Vai dar para ele também? - perguntei, irritado.
Ela deu um tapa estalado na minha cara e me empurrou contra a pia.
- Nunca mais abre essa sua boca para me ofender, seu babaca! - gritou ela, saindo do banheiro, me deixando sozinho e atordoado.