Eu estava na fase de negação, não aceitava que tinha acabado meu relacionamento, porque até então não tinha como acabar, o que seria de mim e do Miguel, eu não tinha nem 17 anos, eu soube quando o Vagner iria voltar, fiz a comida preferida dele, comprei coisas que ele gostava, arrumei tudo deixei impecável, planejei coisas pra fazermos juntos com o Miguel, no fundo eu amava meu marido minha família.
Eu tinha tudo praticamente, mas a falta do meu marido fez tudo se estremecer, esfriou nosso casamento, quando ele chegou recebi ele muito bem, beijei abracei, mesmo com medo me aproximei querendo namorar, aproveitamos que o neném estava dormindo e tomamos banho juntos, no começo tentei negar, mais logo me entreguei eu gostava de estar com ele, estava acostumada com o nosso sexo, foi tudo normal, ele não me pareceu diferente.
Sempre que ele chegava a gente jantava junto com os pais dele ou na casa deles ou na nossa, dessa vez eles foram jantar em casa, o meu cunhado com a namorada também foram, quase caí dura pra trás quando vi eles entrando em casa, tentei ficar longe disfarçando meu nervosismo, os assuntos da mesa foram o noivado do Felipe, o herdeiro dele, parecia que ele queria me provocar mas não conseguiu nada, minha sogra falou que a gente podia encomendar mais um neném pra ver se vinha uma menina, sentei no colo do Vagner normal já era costume nosso, ele me deu um beijinho e falou
- Bi você quer faculdade ou uma menina?
Meu sogro e o meu cunhado falaram que era melhor faculdade, minha sogra e cunhada falaram uma menina, falei que era uma escolha muito difícil, um clima descontraído de família, estávamos rindo, o Felipe soltou me provocando
- Essa cadeira aí é forte em, aguenta vocês dois de boa.
Falou com um sorriso bobo, ninguém notou nada errado mais eu entendi, ele estava mandando indireta pra mim, quando foram embora, fui limpar tudo, o Vagner entrou no assunto da faculdade ou ter mais um filho, eu ainda estava fazendo colegial, o neném só tinha um ano.
E era difícil eu cuidava de tudo sozinha ele nunca estava com a gente, poxa o que ele queria, era complicado me ver como Amélia, uma mulher que vivia pra ser mãe e esposa, ele sempre me apoiou em tudo do jeito dele, gostava de me ver bonita, estudando, mais ter outro filho, com o casamento em crise sem chance, seria o nosso fim facilmente.
Como eu ia me virar com duas crianças, eu estava em crise comigo mesma também e querendo ir na casa dos meus pais, como se fosse um refúgio dos problemas, deveria ser não é? Casa de mãe, mas não era, lá era só um lugar que me deixava pior, eu só queria uma família de verdade.
O Vagner ainda ia na oficina do meu pai as vezes, fui com ele um dia, levei o Miguel, minha mãe sempre seca fria, fui sem avisar a casa estava de pernas para o ar, fora do comum, meu irmão mais velho tinha ido morar com uma moça, e inacreditavelmente minha mãe teve uma conversa íntima comigo, ela se abriu disse que queria separar de meu pai, porque ele tinha traído ela e não dava mais importância pra ela, ( nunca deu ) e imagino eu que sempre a traiu também, comecei falar que as vezes queria separar mais amava meu marido a família que construí.
Minha mãe me apedrejou disse que eu nunca ia achar homem como o Vagner que me dava luxos me dava tudo e ainda vivia longe, me humilhou, perguntei se podia contar com ela caso precisasse algum dia, ela disse que meu pai não ia querer mãe solteira na casa dele, vagabunda menos ainda, mais que se ela tivesse sem ele aceitaria porque precisaria de ajuda pra pagar contas, ela só pensava nela mesma, não me demorei muito.
Ela nem deu atenção ao Miguel, fiquei pensando em tudo, refletindo e resolvi lutar pela minha família, principalmente pelo meu filho, curti bastante meu marido nos dias que ele ficou em casa e ele me prometeu que ia fazer algo por mim, pra mim, claro que ia ser algo relacionado a dinheiro presentes, pedi pra eu não ficar mais na mãe dele e ele não aceitou muito bem.
Começou falar que eu estava querendo fazer algo escondido, que não tinha porque ficar sozinha em casa, que era perigoso, pra evitar conflito concordei, em continuar como sempre, e ele me proibiu de sair com o irmão dele e os amigos dele jovens, me proibiu de postar foto sozinha saindo em lanchonete pra não envergonhar ele, aceitei tudo calada estava em negação achando que não era o fim ainda, pedi muito pra Deus me dar forças fiquei amuada.
Chorei trancada no quarto pedi pra minha sogra dar uma atenção a mais pro Miguel pra eu ficar um pouco sozinha porque estava com enxaqueca, o Vagner foi viajar brigado comigo, ela me apoiava em tudo, me incentivou convidar uma amiga do curso pra ir em casa, disse que eu podia sair por perto se quisesse ou ficar no quarto na varanda, ela sabia que eu estava querendo viver um pouco.
Algo normal na minha idade, chamei uma amiga no decorrer da semana e fomos tomar sorvete no bairro mesmo, levantei tomei banho me arrumei pra mim, eu vivia arrumada mas nos últimos dias eu estava fora de órbita, relaxada desanimada com tudo, deixei o Miguel com os avós e sai, nem meia hora depois de sair dona Lúcia me ligou.
Fiquei assustada atendi correndo ela disse que o Felipe queria levar o Miguel sair com a namorada dele, perguntou se tinha problema, eu não queria, mais cuidar bem eles iriam cuidar, éramos todos muito unidos, tive que deixar, o abençoado foi onde eu estava, quando o Miguel me viu só queria ficar comigo, fiquei com raiva dele, porque ele fez de propósito, ainda ficou de lambe lambe com a namorada o tempo todo me provocando, logo levantei pra ir embora ele foi oferecer carona, não aceitei e fui andando.
Quando cheguei eu estava um pouco irritada, briguei com o Miguel que estava manhoso, minha sogra foi conversar comigo, falou que notou minha mudança, que ela era como uma mãe e iria me ajudar sempre, eu não quis falar mau do Vagner pra mãe dele e quando ele ligou como todas as noites eu não atendi, mandei mensagem e foto do Miguel dizendo que estava fazendo ele dormir, eu não conseguia pregar os olhos já era quase meia noite, meus sogros dormindo, Miguel dormindo também, fui pra sala assistir.