Paramos em uma casa bonita grande, ele desceu foi pegando as coisas, logo veio uma senhora no portão tipo mãe de adulto era coroa, ela me falou oi me convidou pra entrar, quando sai do carro ela não conseguiu disfarçar o espanto com a barriga, comigo em si uma muleca novinha e grávida com uniforme surrado da escola.
Entrei conheci o pai dele e o irmão, o Vagner ainda não tinha me dirigido a palavra, a dona Lúcia me mostrou meu quarto que era quarto dele também, e perguntou se ele tinha dito se ia ficar no mesmo quarto ou não, balancei a cabeça que não.
Fiquei no quarto com vergonha o resto do dia, morrendo de fome, a noite tomei banho jantei na mesa com eles, era muito estranha a situação muito vergonhoso, durante o jantar me perguntaram de quantos meses eu estava eu não soube responder, a dona Lúcia logo se prontificou a me levar fazer exames pra saber tudo.
Limpei a cozinha fui pra lá sem falar nada, só ela conversou comigo no jantar, o Vagner sentou na cozinha enquanto eu lavava louça, ele me chamou pra ir no quarto depois, começou falar do colégio que eu teria que mudar mas que sempre que quisesse eu podia ir visitar minhas amigas, minha família.
Fiquei quieta ouvindo tudo, ele colocou um colchão no chão do quarto dormiu lá, falei que ele poderia dormir na cama sem problemas, mais ele não quis, eu sempre fui um pouco quieta fechada, mais sempre gentil meiga prestativa, ele nem falou do nosso bebê, não encostou em mim, fui dormir chorando ele ouviu e não disse nada.
Depois no outro dia fiquei no quarto com fome cedo, ele tinha acordado antes de mim, entrou no quarto disse que ia ficar alguns dias em casa pra procurar uma casa pra nós e até eu me acomodar melhor com a família dele, depois ia viajar e ficar mais de mês fora.
Mesmo a dona Lúcia sendo muito receptiva comigo eu me sentia um peixe fora da água naquela casa, com vergonha de tomar um copo de água, eu sentia tanta fome enjôo e não abria a boca, o bebê até mexia mais quando eu conseguia comer, eu ficava assistindo limpando a casa, sem conversar nada, ele continuou dormindo no chão, não queria falar comigo eu não entendia nada, no fim de semana o Vagner me chamou pra sair, ir comprar coisas pra mim, porque as poucas roupas boas quase não serviam direito, ele me tratava bem, dava bom dia, perguntava como eu estava, se eu queria algo.
Me dava até dinheiro pra ir no mercadinho da esquina e eu ia comprar doces balas danones bolachas, me arrumei como pude de chinelo um vestido surrado largo, e saímos eu ele e a dona Lúcia, primeiro passamos em uma loja com roupa sapatos, ela ia escolhendo eu aceitava tudo algumas coisas nem achei bonito mais né, cavalo dado não se olha os dentes, eu não tinha boca pra nada, compraram sapatilha, vestido, calças de malha, um macacão.
Fiquei muito feliz agradeci eles, depois fomos a uma loja daquelas de 1,99 comprar vasilhas, copo pratos, eu gostei escolhi vários que gostei, ficou caro na época mais de 200 reais só no 1,99 depois fomos ver a tal casa, era pequena casa germinada, eu estava com muito medo do que me aguardava lá, uma insegurança sem tamanho, uma vida nova com alguém que não parecia me querer perto, na segunda semana perguntei se ele não tinha vontade de ficar comigo, eu sempre fui assanhada não nego.
Ele respondeu que não era certo que não podia, mais no dia seguinte foi me beijar antes de dormir, com a gravidez as coisas ficam diferentes, o corpo os sentimentos era um turbilhão de emoções de coisas tudo muito novo muito intenso, eu travei, não sei porque mais não consegui ficar com ele, foi horrível o clima, ele se chateou eu também, ele voltou dormir no chão, ele estava mobiliando a casa pra gente se mudar antes do bebê nascer, ele foi viajar e todo dia me ligava, a gente quase não tinha o que conversar mais trocava algumas palavras, o irmão dele deixava eu mexer no celular dele em redes sociais.
O irmão do Vagner me fazia companhia, conversavamos bastante, ele tinha vinte anos, eu quinze, o Vagner trinta, um dia pedi pra ir na casa dos meus pais, a dona Lúcia me levou com o irmão do Vagner, ela queria conhecer meus pais mesmo, liguei avisando minha mãe, a primeira coisa que ela me disse quando me viu foi da minha roupa, meu pai não estava em casa não quis ir conhecer a dona Lúcia, minha mãe falou na nossa cara
" TENHO QUE SAIR VOCÊS NÃO VÃO DEMORA NÉ "
Fomos embora, na hora chorei quando cheguei e fui pro quarto, fiquei morta de vergonha, arrependida de ter ido, logo meu aniversário ia chegar, 15 anos, grávida sozinha com um bando de estranho, seria ótimo, eu mau podia esperar, falaram que teria churrasco pra família me conhecer, a dona Lúcia me levou no salão cortei o cabelo bastante, estava todo feio, fiz sobrancelha unha tudo pela primeira vez em salão, fiquei tão feliz tão grata a dona Lúcia, eu me sentia muito feia grávida, o Vagner iria chegar no dia ou depois, estava viajando a trabalho, quando ele chegou corri abraçar ele, eu sentia falta saudade mesmo com tão pouco tempo, ele me deu um celular de presente, pela primeira vez encostou na barriga mesmo que pouco.