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Johanna Drummont
A festa não durou muito para nós. Eu até cheguei a pensar que ficaríamos até o final, mas Ryder, ordenou a nossa ida. Aparentemente, não tínhamos mais nada a fazer ali e nesse momento, estamos dentro do carro. Não faço ideia da localização de onde vamos morar, de como é a casa, como serão as coisas e estou com receio de perguntar a ele.
Ele não tem o semblante mais simpático de todos.
Não vou mentir, eu tenho medo dele. Eu não sei nada dele e não faço ideia do que ele é capaz e os homens que ele tem controle são como ele. Ou seja, nada é amigável ou agradável. Tudo me dá receio de abrir a boca e por isso, fico bem quietinha controlando até a minha respiração.
Se acham que o meu marido está sentado ao meu lado no carro, estão enganados. Ele est no banco da frente, ao lado do motorista. Fica difícil ter coragem para algo e por isso, confesso que estou pedindo uma coisa. Como ele sabe o que aconteceu comigo, quero muito que ele tenha a compaixão de me deixar livre da consumação hoje. Não estou pronta! Não vou suportar nenhum toque e muito menos ações brutas.
Na verdade, eu quase nem aceitei o beijo na cerimônia.
- Fala! - A minha atenção é roubada pela voz dele. - Isso não é problema meu. Eu lhe deixei responsável pelo local na minha ausência e por isso, resolva! - Engulo em seco pela grosseria dele. - Não me importo contanto que limpem a bagunça. - Depois, ele desliga.
Nada mais é falado e pela forma de falar, só posso imaginar que alguém está bem encrencado e no termo de estar para morrer. O silêncio volta a reinar no carro e fico apenas olhando a vista pela janela. O carro literalmente já saiu da cidade e estamos numa estrada livre e isolada. Noto bem o motorista acelerando mais para aproveitar e tento manter os meus nervos sob controle.
Tudo está bem escuro e não consigo ver muita coisa.
Fico apertando os meus dedos por estar nervosa e tento respirar fundo, mas de forma silenciosa. Tomei certos cuidados depois que fui morar com o meu tio. Desde o primeiro dia, eu notei como ele não iria com a minha cara e como desprezava a minha presença. Fui orientada pela governanta a falar somente se ele falasse comigo, a evitar fazer qualquer som dentro da casa e se eu tivesse alguma dúvida, eu deveria falar com ela que depois, seria levado a ele.
Nunca soube o que eu fiz a ele e é difícil de acreditar que seja apenas por ser filha do meu pai. É loucura!
Quando o carro começa a diminuir a velocidade, eu fico em alerta. Pouco depois, vejo uns portões à frente e a nossa entrada é liberada. Vejo uma mansão adiante e por conta da noite, não consigo ver muitos detalhes do terreno. Quando o carro estaciona perto da casa, eu engulo em seco e vejo Ryder descer. Eu o vejo dar uma ajeitada no seu terno e depois, ele abre a porta para mim. Saio de cabeça baixa e lentamente, eu olho para ele que ainda mantém a mesma expressão fechada.
Acho até que está mais fechada que antes e isso deve ser por conta da ligação que recebeu.
Eu sei pouquíssimas coisas sobre esse homem com quem me casei. Sei que se chama Ryder Drummont, tem 33 anos, é americano, tem um cargo visível na organização e que tem influência. Pela mansão, denomino que deve ser muito rico e ele deve ter trabalhado muito para chegar aqui. Não são todos os homens da máfia que tem esse luxo. Homens que conseguem, é porque tem um dos melhores cargos, tem a confiança dos superiores e sempre mostra serviço. São homens que fazem o seu trabalho.
Isso de certa forma, mostra uma ambição!
Será que estou errada?
- Pode entrar! - Ele se direciona a mim. - Vamos!
Nisso, ele vai à frente e fico bem atrás. Quando a porta é aberta, fico abismada com o luxo da casa. Ryder, não é um homem qualquer da máfia. Posso ver nitidamente como ele é extremamente rico e a decoração da casa é pura elegância. É tinido que todos os móveis que vejo devem valer uma fortuna. Sofá, mesa de centro, jarros, lustre, quadros de pintura e tudo mais.
Nem na casa do meu tio era assim!
- Se pensar em querer mudar alguma coisa na decoração, fale comigo antes! - Ele já fala seriamente, como forma de não me fazer esquecer isso.
- Tudo bem! - Respondo até com medo de falar.
- Saiba que gosto de saber de tudo. Odeio ser o último a saber de alguma coisa e tudo nessa casa foi muito bem planejado. Tem alguns itens que tem funções específicas, então, não mude nada sem me comunicar. - Ele já deixa o aviso em forma de alerta. - Nem as funcionárias da casa mexem em tudo. Então, fale comigo.
- Entendi! - Respondo mais uma vez deixando isso bem fixado na minha mente.
Fora que, eu nunca fui de mexer em algo que não é meu.
- Vamos subir, amanhã você conhece a casa. - Nisso, ele se vira e vai em direção as escadas, mas eu, não consigo me mexer.
Eu literalmente encaro a escada como se fosse o caminho que leva direto ao abismo. Estou paralisada aqui no meu lugar e o meu corpo gela perante o temor. A minha respiração fica completamente lenta, como se o meu corpo paralisasse e as minhas pernas ficam duras.
Não sei o que pensar!
- Algum problema? - A voz dele fica mais baixa e sinto um amargo na garganta. - Johanna? Estou falando com você! - Nisso, ele fala mais firme.
- Sim? - Movo a cabeça dando atenção a ele.
- Algum problema? - Negö lentamente e tento criar forças.
O primeiro passo é pesado e o segundo é mais lento. Porém, chego as escadas sem saber exatamente o que esperar. Ryder, começa a subir e a escada parece não ter fim. Cada passo parece que faz mais degraus surgirem. Chegando em cima, vejo um corredor largo e várias portas disponíveis. Ryder, vai diretamente para uma bem no meio, quase de frente a escada e abre a porta.
- Esse é o nosso quarto. - Ele avisa sem entrar. - As suas roupas já estão organizadas no closet, tem todos os tipos de produtos que vocês mulheres usam e mais uma vez, não mude nada sem falar comigo. - Mais um alerta é feito.
- Certo! Eu entendi. - Respondo olhando o quarto como um todo.
- Ótimo! - Ele faz um sinal para eu entrar e não tenho opção. - Precisa de ajuda?
- Não, obrigada! - Não estou pronta e estou tentando não surtar aqui.
- Ótimo! Eu volto depois e vou pedir a Celeste, que venha lhe ver. - Ryder, dá meia volta e sai fechando a porta.
Ao ficar sozinha, eu apenas me sento na ponta da cama e tento puxar o ar que o máximo possível.
Vejo plenamente que estou ferrada com esse homem.