Capítulo 5 CAP 4

Johanna Drummont

Ainda sentada aqui na ponta da cama, eu puxo o ar com força e libero com mais lentidão. Preciso controlar as batidas do meu coração. Sinto o meu peitö latejando sem parar e aperto o lençol da cama com força.

Esse quarto não tem nada que me faça se sentir bem. É luxo para todos os lados. Gosto de conforto? Sim, mas estou vendo que tudo é tão delicado que tenho medo de olhar e quebrar. Já vi que vou pisar em ovos aqui.

- Olá, senhora! Eu posso entrar? - Ouço uma voz suave depois as batidas.

- Quem é? - Pergunto vendo a porta sendo aberta.

- Sou a Celeste. - A mulher entra com cautela. - É um prazer conhecer a senhora. O senhor Drummont, me pediu para vi vê-la e mostrar o quarto e onde estão as coisas. - Agora eu me lembro disso.

- Obrigada! Pode me ajudar a tirar esse vestido? - Peço ficando de pé e virando de costas para ela. - Estou me sentindo sufocada.

- Claro! - Pouco depois, sinto o alívio de sentir o zíper sendo aberto.

Agora fica mais fácil de respirar e respiro até pela boca. Sinto um peso saindo do meu corpo e elevo a cabeça querendo mais ar. Celeste, fica bem na minha frente e ela explica que está sob os serviços da casa. É ela que comanda os funcionários e tudo passa por ela.

Ela avisa que conhece bem a casa e que amanhã, irá me mostrar tudo.

Ela já trabalha para a família Drummont, há quinze anos e pelo jeito, conhece bem o Ryder. Ela aparenta ter quase cinquenta anos. Parece ser uma mulher adorável, fala com suavidade e se mostra prestativa. Mas, noto também a sua cautela no que dizer. Pelo jeito, Ryder, gosta de intimidar as pessoas no geral.

- O closet fica aqui. - Ela mostra assim que entramos. - Eu coloquei as roupas da senhora desse lado e tem de tudo. Vestidos, blusas, saias, peças íntimas, calçados, bolsas e tudo que chegou da sua antiga casa. - Ela vai mostrando cada compartimento de gavetas. - O outro lado são as roupas do senhor Drummont. Ele não gosta que mexam nas coisas dele e ele percebe qualquer coisa. Qualquer objeto fora do lugar é visível ao seu olhar e eu só mexo com a permissão dele.

- Ele me falou sobre isso. - Comento enquanto observo.

Fico intrigada por suas roupas serem quase 100% escuras. Os ternos são pretos, as outras roupas também ou um tom de azul bem fechado e posso contar nos dedos as blusas sociais brancas.

É literalmente tudo em tom fechado e em preto.

- Eu imagino! No banheiro tem todos os seus produtos de banho, higiene e cuidados como gosta. Sempre que precisar que sejam reorganizados ou, quando precisar de mudanças e limpeza, pode me chamar. - Ela informa chamando a minha atenção. - Outras funcionárias não têm permissão de entrar nesse quarto.

- Entendi. Nesse momento eu preciso de um banho. - Afirmo ao sentir o suor escorrer na minha nuca.

- Claro! - Nisso, ela mostra onde ficam as toalhas limpas.

Eu receber, eu retiro o vestido por completo e vou ao banheiro. Celeste, fica no closet me esperando e prendo os cabelos. Realmente tem tudo aqui. Até o meu xampu favorito veio com as minhas coisas. Começo um banho quase completo. Me lavo bem com a esponja e bastante espuma duas vezes, querendo tirar essa sensação de calor e inquietação.

Esfrego bem o pescoço porque suei muito pela tenção e aproveito a água morna. Depois do banho, eu saio toda coberta e volto ao closet. Celeste, me mostra a gaveta das camisolas, conjuntos de dormir e tudo mais e é a hora de ficar tensa ao triplo.

- Celeste... - Chamo-a. - Onde ele está? Ele saiu?

- Está no escritório, senhora. - Queria muito ouvir que ele saiu.

- Ele dorme aqui nesse quarto? - Pergunto curiosa, tentando sondar as coisas.

- Claro, senhora! É o quarto dele e a partir de hoje é de vocês dois. - Fecho as minhas mãos em reação pela tensão. - Eu não fui alertada de alguma separação. Algum problema?

- É que..., e-eu... - Perco literalmente as palavras. - Eu não sei o que fazer.

- É normal! Eu também fiquei assim quando me casei. Quer um conselho? - Aceno em resposta. - Vocês se casaram hoje e o casamento precisa ser consumado. Apesar desse jeito fechado do senhor Drummont, eu nunca o vi machucar alguma mulher e vi de perto o primeiro casamento dele.

- Ele já foi casado? - Não escondo o choque ao ouvir isso.

- Não sabia? - Negö chocada com isso. - Desculpe! Mas eu não posso falar sobre isso em detalhes. O meu conselho é conversar com ele.

- Conversar? Duvido que seja fácil assim e ele me dá medo. - Confesso tendo aquela tensão novamente em mim.

- Uma hora isso passa. - Já vi que não tem como fugir.

Escolho uma camisola longa que eu tenho para usar. Ela é toda em seda, é branca e tem alças finas. Solto os meus cabelos e Celeste, pega um óleo de mirra para passar nas mechas. Sou orientada a usar hidratante no corpo, duas borrifadas de perfume e nesse processo, a minha vontade é de sair correndo daqui.

Nem os meus perfumes me deixam tranquila.

Eu não estou pronta para essa noite. Estou apavorada e o jeito daquele homem me dá calafrios. Ele não tem nada que me deixe confortável, ele não me dá uma sensação boa e a sua presença me deixa em surto interno. Como posso me entregar a ele dessa forma.

Será que ele vai me obrigar? Eu não vou suportar isso outra vez!

Outra coisa que está em questionamento na minha cabeça, é o que houve com a primeira esposa dele. Por que não me falaram que ele já foi casado?

Me sinto como uma pena frágil sem direção.

- Precisa de mais alguma coisa, senhora? - A pergunta me tira dos meus pensamentos. - Está com fome? Posso preparar algo para comer. - Não consigo pensar em comida agora.

- Não, obrigada! - Celeste, pede licença e ouço o som da porta sendo fechada.

Respiro fundo indo em direção à porta da varanda do quarto por estarem abertas e sinto o vento frio da noite. Fico bem na passagem perto da coluna e observo o seu como quem pede socorro a algo.

Estou com medo. Medo de ser machucada bem aqui, tenho medo de ter que olhar para aquela expressão que ele tem e medo ainda de descobrir o que ele é capaz. Ou seja, tenho medo dele por completo.

De repente, eu ouço o som da maçaneta da porta e como não há voz, só pode ser ele.

O perfume forte denuncia a sua presença e agora, eu estou imóvel. Prendo literalmente a respiração e pouco depois, sinto uma presença bem atrás de mim. Ele não diz nada, ele ainda não me toca e fico sem saber o que fazer.

O que ele realmente vai querer fazer comigo?

            
            

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