Capítulo 2 Cap 1

RICCARDO CACCINI

Dias atuais

Estava tentando inútilmente me acalmar enquanto esperava o elevador chegar a cobertura, ou seja, meu escritório. Esse era mais um daqueles dias de merda e não queria inconsciente descontar minha raiva em Eliza novamente. A coitada já estava lidando com muitas coisas agora que descobriu que o atual namorado a havia traído com a própria irmã dela. Sabia que aquele cara a machucaria no momento em o vi um dia na recepção de minha empresa. Ele nem ao menos era bonito e quando ela tentou o beijar e o filho da puta negou virando o rosto, senti meu sangue ferver em puro ódio. Eliza era uma mulher deslumbrante e merecia alguém muito melhor que aquele desgraçado. E se a irmã dela a traiu com aquele merda, então ela era bem pior!

Tentei me acalmar novamente, já estava começando a ficar puto e não era isso que queria.

As portas do elevador se abriram e meu sentidos foram inundados com o cheiro de orvalho e lavanda, característico de Eliza Rocacchi. Senti meu corpo relaxar instantaneamente e a raiva diminuir. Segui em direção a minha sala, passando pela mesa da secretaria, ao qual estava vazia e isso só podia significar que Eliza estava organizando os documentos em minha mesa.

Parei na entrada. A garota estava de costas, com uma das mãos apoiada na minha mesa, enquanto colocava cada coisa no lugar onde ela achava que deveria ficar e, porra, aquela era uma cena divina! Minha vontade era agarra-la por sua cintura e fode-la ali mesmo. Por três anos venho tentado inútilmente tira aquela mulher da minha cabeça, mas a cada vez que a vejo sinto que vou enlouquecer. Senti que não deveria tê-la contratado naquele dia três anos atrás e não podia estar mais certo. Ignorei mais uma vez o desejo ardente que percorria meu corpo e por fim bati na porta. Duas vezes, como ela sempre fazia quando entrava. Ela se assustou e virou para mim com a cara fechada, provavelmente brava pelo susto. Já lhes disse como essa mulher é gostosa pra caralho?

---"Bom dia senhor Caccini!" - disse arrumando a saia. Estava com uma blusa branca de manga longa, uma saia justa beje que seguia até um pouco acima dos joelhos e um salto também branco. O cabelo preso em um rabo de cavalo só poderia significar uma coisa: dia de reunião na empresa, caso contrário ele estaria solto como sempre lhe dizia para deixar. Odiava vê-la prender aquele cabelo longo que fazia o que eu mais tinha vontade de fazer: bater na sua bunda, me deixava emburrado.

---" Dia." - cumprimentei de volta.

---"Dia ruim?"- disse em um tom de preocupação.

---"Digamos que sim."- disse enquanto caminhava em direção à mesa. "Posso saber o motivo deste cabelo preso?" - reduzi a distância de nossos corpos enquanto lhe lançava um olhar sério e percebi como ela enrijeceu fazendo cara de surpresa.

---" Reunião no décimo sexto andar, senhor."- ela disse dando um passo para trás e mordendo o lábio inferior. Caralh- " Depois, terá um almoço com a Srta. Cooper e vou acompanhá-lo como sempre, por isso achei melhor prendê-lo." - fiz uma cara de aversão quando ela mencionou "Cooper", Amélie Cooper para ser mais exato. Aquela mulher era, para mim, o próprio demônio. Sua voz era irritante e o jeito como forçava a voz e mexia em seu cabelo tentando inútilmente me seduzir fazia-me querer vomitar. No entanto, nossas famílias insistiam a pouco mais de 2 anos nos juntar afim de juntar as empresas.

---" Cancele com a Cooper, preciso ir a alfaiataria encomendar um novo terno para o evento tia de Carlyle. - disse me afastando enquanto colocava cruzava os braços.

---"Ok. No entanto, quanto ao evento da Sra. Belmont..."- fez uma pausa e já sabia que algo de ruim estava por vir. " Receio que sua acompanhante não estará presente".

---" Por qual motivo?" - perguntei desinteressado.

---" Infelizmente ela irá com outro participante do evento."

---" Então irá você comigo."- encerrei o assunto. Ela acenou com a cabeça e saiu da sala. O evento seria daqui uma semana, mas Carlyle era meu amigo de infância, por tanto não podia levar qualquer pessoa comigo.

Revisei os documentos que Eliza havia arrumado e me encaminhei para a reunião. Aqueles diretores eram um saco, o que só piorava meu dia ter que vê-los tão cedo.

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Sai do décimo sexto andar com a cabeça cheia. A empresa estava melhor do que nunca, no entanto, havia muitas coisas a serem resolvidas. Entrei no elevador sozinho. Meu corpo pedia apenas por um whisky e descanso, mesmo no começo do dia.

Cheguei ao meu andar, passando por Eliza que apenas acenou com a cabeça. Sentei-me em minha mesa olhando para minha sala. Digna de uma CEO de sucesso. Demorou muito para que conquistasse tudo isso apenas com meus esforços depois que meus pais me desertaram por favoritismo de meu irmão mais novo que engravidou uma jovem muito cedo na vida. Hoje, no auge dos meus 32 anos, me vejo com tudo o que sempre desejei. Exceto por uma coisa. Família. Uma que eu mesmo criarei, é claro.

Duas batidas na porta.

---"senhor Caccini?"- Eliza entrou meio tímida, me resgatando de meus pensamentos. " O carro que pediu está esperando na portaria."

---"Já estou saindo."- mais cedo havia pedido para que Eliza chamasse meu motorista, no entanto, me esqueci completamente. " Deixe tudo está. Você vai comigo, Srta Rocacchi.

---" Por qual motivo preciso ir?" - parecia confusa.

---" Você irá me acompanhar no evento da próxima semana, precisa de um vestido novo!" - disse pegando meus pertences e caminhando em sua direção.

---" Sr. Caccini, não preciso de um vestido novo. Tenho muitos vestidos apropriados e-" - nem fudendo que vou perder a chance de comprar um vestido pra está mulher!

---" Eu insisto! Vamos?" - interrompo segurando sua cintura e a guiando para fora.

Descemos a recepção e assim que o elevador se abre damos de cara com Amélie. Ela tenta disfarçar, mas sua raiva é visível e tudo que consigo pensar é em o que fiz para ter tamanho azar em encontrar este demon-... mulher, quando estava a caminho de uma tarde que prometia ser agradável ao lado de Eliza.

            
            

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