Eu ouvi seus passos as uma da manhã procurando sua amante pelo castelo, mas o que eu ouvi um dos guardas dizer a ele que ela não estava em lugar nenhum. Porque ela estava na minha cama. Meu pai a procurava de vez em quando em algumas noites para saciar seus desejos que minha mãe não podia dar a ele, porquê desde que eu nasci minha mãe foi descartada pelo meu pai. Ele dizia que só se casou com ela para ser o rei da Inglaterra, nada mais.
- Noah, você está bem? - diz Evelyn se aconchegando no meu peito. Seus olhos verdes-oliva encontram os meus e vejo suas pupilas dilatarem.
- Sim, só estou pensando em um jeito de você sair e meu pai ver nos dois juntos. - digo desviando o olhar e olhando para o teto.
- Você acha que é uma boa idéia fazer ciúmes no seu pai, - ela faz uma pausa e depois continua. - E bem no dia da sua festa de noivado?
- Eu não me importo com os sentimentos dele assim como ele não se importa com os meus. - Eu digo olhando para seus olhos com raiva. - Você não é a mulher mais importante para o meu pai, ele deve ter outra amante que se importe mais do que com você. - eu digo e tiro seu peso do meu peito, me levanto e procuro minhas roupas que havia em todas as partes do chão junto com as de Evelyn. - Pegue suas roupas, se vista e saia do meu quarto. Provavelmente a insignificante da minha futura esposa entrará neste quarto em breve. - falo sem olhar para Evelyn que já havia se sentado na cama e cobria sua nudez com o lençol da cama.
Ouço ela engolir em seco e vejo ela piscar repetidas vezes para suas lágrimas não saírem de seus olhos. - Quando posso vir de novo? - Ela perguntou baixinho e com uma tristeza em sua voz.
- Quando eu te chamar, ao contrário não quero ver você aqui no meu quarto. - digo friamente.
Seus olhos se enchem de lágrimas e eu me apresso para vestir minha roupa. Nem esperando ela se vestir saio do quarto em busca de minha mãe, provavelmente ela já estava no salão orientando os empregados a fazer tudo perfeito para este dia. Encontro ela em seu acento de cabeça baixa torcendo sua aliança no dedo anelar.
- Mãe, você está bem? - pergunto quando ele não ergue sua cabeça quando apareço em seu campo de visão.
Ela ergue a cabeça depois de uma respiração exasperada. Seus olhos e bochechas estavam banhados de lágrimas e um hematoma estava nascendo em uma de suas bochechas. - Mãe, por favor, fale comigo. - imploro que ela desabafe comigo.
- Seu pai. - ela diz com uma voz de choro.
- O que ele fez? E por quê? - pergunto tocando em seu ombro.
Ela respirava fundo e diz: - Ele me bateu depois que tentei fazer ele cancelar o casamento. Eu não quero que você se case com a Rosali, ela não merece um homem como você. - ela diz pausadamente, sua voz cheia de soluços.
- Mãe, - digo chamando sua atenção para mim novamente. - Eu não quero que você interfira, sei que irá sofrer se pedir isso para o pai. Eu quero que você fique bem, então me prometa que nunca mais vai falar para ele cancelar o casamento. - digo firmemente.
- Eu não posso. - ela diz e abaixa a cabeça novamente, não conseguindo me olhar. - Tudo que eu quero é que você se case com uma mulher que você ame.
Negando com a cabeça, pego seu queixo e ergo novamente sua cabeça depositando um beijo em sua testa logo em seguida. - Mãe, eu ficarei bem com este casamento mesmo não querendo. Prometa esquecer disso, ninguém aqui casa por amor ou algo do tipo, tudo se trata de questões políticas.
Ela suspira fundo e seca suas lágrimas com as costas de sua mão.
- Ok, meu filho. Tentarei fazer isso por você. Mas saiba que nunca ficarei feliz com esse casamento. - ela diz com uma voz rouca depois do choro.
- Ainda há cinco meses até lá, tudo pode acontecer. E se o pai não conseguir matar a última bruxa antes, ele vai querer prolongar a data do casamento mais ainda. - digo ajudando-a levantar.
- Eu espero que ela não morra. Seu pai é um idiota por achar que todas as bruxas são culpadas pelas suas ancestrais. - ela disse quando seguimos juntos até o salão onde a festa seria feita hoje a noite.
O salão já estava quase pronto quando eu e mamãe entramos. A mesa de aperitivos estava deslumbrante com dois vasos de flores de variáveis tipos e cores diferentes, três bolos médico de sabores diferente no meio, trifle em duas plataformas dos dois lados da mesa, eton mess em algumas bandejas espalhadas. Cranachas, scones, summer pudding e várias outras guloseimas enchiam a mesa.
Eu conheço Rosali desde meus cinco anos de idade e sei muito bem do que ela gosta ou não gosta, e com certeza ela não irá gosta nada disso. Rosali sempre foi uma garota mimada que gosta de chamar atenção por onde passa.
☾︎
Quando o ponteiro do relógio já marcava as seis da noite, desço as escadas do castelo até a ala onde seria a festa de noivado. Nem um pouco animado, cumprimento os convidados e alguns guardas que fiz questão de convidá-los com um simples aceno de cabeça, não estava com um bom humor para conversar com eles sobre como a presença deles era importante para mim, - mas não era.
Encontro minha futura noiva com sua irmã mais velha conversando enquanto me fitava. Mesmo a odiando, confesso que ela estava linda com aquele vestido muito chamativo que havia detalhes com flores douradas por todo o top e a saia do vestido tinha algumas grandes e pequenas ao redor, suas mangas caindo pelos ombros com um leve babado. Sempre chamando a atenção de todos.
Meu plano era não trocar nenhuma palavra com ela por toda a noite, mas quando ela caminhou em minha direção fiz questão de arrumar um pretendente para dançar comigo. Por sorte, encontro uma Lady desconhecida quando me viro, ela para de andar assim que percebe que eu estava olhando para ela. Estendendo minha mão para ela em um convite silêncio. A garota olha para os meus olhos que imploravam para ela dançar comigo. Colocando sua palma na minha com um pequeno sorriso, a conduzo para a pista de dança. Agora a atenção estava em mim, pois todos haviam visto que Rosali estava vindo em minha direção quando chamei outra garota para dançar.
Ninguém podia dizer nada, não era da conta deles com quem eu dançava ou não.
Meu plano estava dando muito certo, mas quando vi Evelyn com um vestido verde cortejando um de meus primos, a raiva subiu até minha cabeça e em alguns segundos já estava ao lado deles.
- Evelyn, não me lembro de ter convidado você para minha festa de casamento. - digo com raiva, ela percebeu que minha raiva não era pelo motivo de ela estar cortejado meu primo e sim por eu não a ter convidado.
- Seu pai disse que se eu viesse com esse vestido que ele me deu no meu aniversário ele ficaria feliz. - ela disse se virando em minha direção.
- Esta não é a festa de casamento do meu pai e sim a minha, portanto não quero te ver aqui. - digo com mais raiva dela ainda.
Evelyn não teve tempo de protestar porque meu pai estava do nosso lado com sua mão no meu ombro. - Noah, eu tinha perguntado para Evelyn depois de saber que ela passou a noite no seu quarto se você havia convidado ela para a sua festa de noivado, fiquei surpreso quando ela disse que não. - disse ele com uma pitada de diversão em sua voz.
- Eu não a convidei porque não queria vê-la hoje novamente. - digo tirando sua mão do meu ombro.
- Mas você não pensou nisso quando estava transando com ela ontem a noite? - ele perguntou com as sobrancelhas levantadas.
- Não é assim que você a usa? Aprendi com o senhor a usar sua amante quando tem seus desejos. - eu o provoco. Pelo canto do olho, vejo Evelyn com os olhos marejados, ela estava prestes a chorar, isso não era uma boa coisa.
- Ela é minha amante, não sua! - ele entra na minha cara com o seu dedo pressionando no meu peito. - Arrume uma para você quando se casar se suas esposa não satisfizer seus desejos.
- Não achei que você se importaria se eu a pegasse, você também não se preocupou com o que eu pensava quando dormiu com a minha noiva. - eu rebati com a mesma intensidade, alguns convidados já nos observavam com curiosidade.
Meu pai suspira fundo com os olhos fechados, se segurando para não me bater na multidão. Meus lábios se abriram em um pequeno sorriso de vitória. Sem mais nenhuma palavras eu os deixo no salão, incapaz de tolerar mais as palavra idiotas de meu pai sem querer enfiar minha espada em seu peito.
Seguindo o grande corredor até meu quarto, vejo Rosali encostada na parede com o colar que eu a dei de presente no seu aniversário de quinze anos em seu dedo polegar e indicador. Ela olha em minha direção e morde seu lábio inferior provocante me deixando alerta sobre seu comportamento sedutor.
- Seu plano era me ignorar a noite toda? - ela pergunta se virando de frente para mim com passos sensuais.
- Sim, - é a única coisa que digo.
- Suponho que agora seu plano foi por água abaixo. - ele diz e morde o lábio inferior novamente.
- Sim, porque você é um incômodo. - eu digo a verdade. Rosali é uma dor na bunda, e ela sabe muito bem disso.
- Eu sou um incômodo que você é obcecado. - ela diz, agora enrolando uma mecha de seu cabelo castanho em seu dedo.
- Não se iluda, Rosali, você sabe que não significa nada para mim. - digo com um sorriso provocador em meus lábios.
- Sei, - ela se aproxima ainda mais. - Mesmo quando você me viu com o seu pai? - ela perguntou com um sorriso largo em seus lábios. Eu encaro seus lábios por um tempo. - Você quer me beijar? - ela faz outra pergunta.
Sem responde-la, agarro seu pescoço em uma de minhas mãos e a conduzo com brutalidade até ela encostar suas costas na parede, deixo meus lábios a centímetros dos seus. Lambendo os meus lábios para provocá-la, digo: - Não, eu nunca gostei de te beijar.
- Nem mesmo meu corpo enquanto eu estava nua em sua cama? - ela pergunta aproximando seus lábios dos meus.
- Não. - digo e a deixo sem mais nenhuma palavra.