- Helena, preciso que você atenda o casal chato da mesa 3. - Chamou Marcela, a gerente e filha da dona da lanchonete, com a voz apressada. Ela mal olhou na minha direção, correndo para o caixa onde uma fila parecia ter duplicado em questão de minutos.
Soltei um suspiro pesado, o tipo de suspiro que carregava mais do que apenas cansaço; havia frustração, desalento e a certeza de que aquilo não acabaria tão cedo. Virei-me devagar, como se pudesse evitar o inevitável, e lá estavam eles. O famoso casal da mesa 3. Eles eram quase uma lenda viva para todos os funcionários, conhecidos por uma impaciência irritante e exigências que ultrapassavam o limite da decência. Nenhum de nós gostava de atendê-los, e eu não era exceção. Cada interação com eles era como um teste de paciência, uma prova de resistência à sanidade. Meus pés pareciam pesar toneladas enquanto eu caminhava na direção da mesa. Cada passo me levava mais fundo num pesadelo que parecia se repetir toda vez que o casal aparecia. Quando finalmente cheguei perto, senti o ar mudar. Era como se a presença deles sugasse qualquer resquício de esperança do ambiente.
- Quando vai parar de nos encarar e nos atender? - A voz aguda da mulher atravessou o salão como uma lâmina afiada, atingindo direto meu estômago. A expressão no rosto dela era de puro desdém, como se a simples visão de mim fosse um insulto à sua existência.
- Desculpe - respondi, tentando manter a voz firme, embora meu interior estivesse em pedaços. - Não tive um dia muito bom. Vou anotar os pedidos. Já escolheram? - Peguei minha caneta e o caderninho, mas não consegui evitar o tremor que percorreu minhas mãos.
Ela me olhou com um sorriso amargo, quase sádico, como se estivesse se deleitando com o desconforto que causava.
- Não temos culpa se o seu dia foi péssimo, querida - falou com um tom que transbordava ironia, suas palavras recheadas de condescendência. - Queremos dois lanches completos e dois sucos de laranja sem açúcar, com gelo separado. E sem demora, por favor.
Cada palavra dela era como uma agulha fina cravando na minha paciência. Eu podia sentir o calor da irritação crescendo, mas respirei fundo, forçando-me a engolir o orgulho. Não era o primeiro dia difícil, e com certeza não seria o último.
- Claro - murmurei, lutando para manter a voz estável e neutra. - Faremos o possível para ser rápido.
Afastei-me da mesa, sentindo a frustração e o cansaço apertarem meu peito de uma forma quase sufocante. O som da lanchonete ao redor parecia distante, abafado, enquanto eu lutava para me manter firme. Mais um dia, mais um sorriso forçado, mais uma humilhação. Essa era a realidade que me cercava, e eu não sabia até quando conseguiria suportá-la sem me quebrar de vez. Enquanto caminhava até a cozinha, minha mente parecia correr em disparada, como se buscasse desesperadamente uma rota de fuga que simplesmente não existia. Cada passo que eu dava parecia mais pesado que o anterior, como se algo invisível estivesse puxando minhas forças para longe. O ar abafado da lanchonete, os murmúrios constantes dos clientes, o tilintar das louças que nunca cessava... tudo formava uma sinfonia ensurdecedora.
Eu sentia o peso da humilhação acumulada ao longo do tempo se intensificar, esmagando lentamente qualquer resquício de vontade que ainda restava em mim. Eu sabia que o certo era me concentrar no trabalho, ignorar os insultos e seguir em frente como se nada me afetasse, mas naquele momento parecia impossível. Entreguei o pedido para o cozinheiro sem dizer uma palavra, evitando até mesmo olhares. Não queria que ninguém percebesse a frustração que estava prestes a transbordar de mim, embora eu tivesse a sensação de que ela já estivesse estampada em meu rosto, visível para qualquer um que prestasse atenção. Voltei para trás do balcão, onde Marcela continuava a batalha contra a fila interminável de clientes impacientes. O ritmo frenético da lanchonete não dava trégua, e por um instante, o desespero começou a se insinuar em mim, como uma sombra prestes a me engolir. Foi quando ouvi uma voz grave ao meu lado, trazendo-me de volta à realidade.
- Eles sempre conseguem tirar o pior de qualquer pessoa, não é? - Era João, outro funcionário da lanchonete. Ele limpava copos com uma rapidez e precisão que só anos de prática poderiam proporcionar. Seu olhar estava fixo no trabalho, mas havia uma empatia silenciosa em suas palavras. - Parece que vieram ao mundo só pra fazer a gente passar raiva.
- Você não faz ideia... - respondi, soltando um suspiro exausto enquanto tentava, sem sucesso, esboçar um sorriso. A tentativa falhou miseravelmente, como tudo parecia falhar ultimamente.
- O importante é não deixar eles verem que te afetam! - João continuou, sem desviar a atenção dos copos que brilhavam sob suas mãos ágeis. - Esse é o truque. Eles querem ver você desmoronar, e isso é o que a gente não pode deixar acontecer.
Balancei a cabeça em concordância, embora por dentro eu me sentisse à beira de uma explosão. Cada comentário maldoso, cada exigência absurda, tudo se acumulava em uma pilha que eu não sabia mais como sustentar. Minha vida tinha se transformado numa realidade que eu jamais imaginava para mim. Anos atrás, eu tinha sonhos, ambições, objetivos claros. Mas, de alguma forma, tudo isso havia se perdido no caminho, e agora eu me via presa em um ciclo sem fim de trabalhos mal remunerados, clientes abusivos e uma rotina que me sufocava mais a cada dia. Sentia como se estivesse em um labirinto sem saída, e a sensação de estar tão distante da pessoa que um dia sonhei ser me corroía por dentro. Estava cansada, esgotada, e a perspectiva de mais um dia igual ao anterior me aterrorizava.
O som de uma risada alta e estridente rasgou o ar, me puxando de volta para a realidade de forma brusca. Era, sem surpresa, a mulher da mesa 3. Sua risada afiada parecia zombar de algo que eu, ou algum outro funcionário havia feito. Meus punhos se fecharam involuntariamente, e precisei reunir toda a força que ainda me restava para não perder o controle. Estava no limite. Finalmente, os lanches e os sucos estavam prontos. Peguei a bandeja, tentando, mais uma vez, esconder a irritação que fervia dentro de mim. Cada movimento precisava ser calculado, como se uma explosão pudesse acontecer a qualquer momento. Caminhei até a mesa deles, tentando manter a compostura, cada passo sendo um esforço consciente para não deixar a exaustão e a frustração transparecerem.
- Aqui estão os seus pedidos! - Anunciei, colocando os pratos e os copos sobre a mesa com o máximo de delicadeza possível. Era quase irônico, considerando o caos que rugia dentro de mim.
A mulher lançou um olhar rápido e, como já esperado, ergueu uma sobrancelha carregada de desdém antes de abrir a boca novamente.
- Eu disse que queria o gelo separado, não disse? - Sua voz era cortante, cada sílaba impregnada de uma impaciência cruel. - Você nunca presta atenção?
Senti o calor subir rapidamente pelo meu rosto, como se o sangue estivesse fervendo nas veias. O nó na minha garganta apertou de um jeito que eu sabia que, se não me controlasse, a resposta que queria dar sairia de forma desastrosa. Engoli em seco. Por um instante, o mundo ao meu redor pareceu se fechar, e tudo o que eu queria era poder gritar. Mas, em vez disso, segurei o ar nos pulmões e soltei devagar, mantendo minha voz o mais calma e neutra possível.
- Sinto muito pelo engano. Vou buscar o gelo separado imediatamente.
Virei-me rapidamente antes que ela tivesse a chance de fazer outro comentário venenoso. Cada passo de volta para o balcão parecia um desafio monumental. Peguei um copo com gelo, tentando ignorar o tremor que começava a tomar conta de mim. Minha mente corria solta, se questionando: Será que algum dia isso vai mudar? Ou vou ficar presa nesse ciclo para sempre? Ao retornar à mesa, coloquei o copo de gelo à frente dela sem dizer uma única palavra. O silêncio pesava, mas eu me forcei a mantê-lo. Ela apenas deu de ombros, sem sequer esboçar um "obrigada", e voltou a comer com o marido, que, como sempre, permanecia calado, a sombra obediente que acatava cada palavra e ação dela sem questionar. Afastei-me mais uma vez, tentando me concentrar nas outras mesas, na fila de clientes que continuava crescendo, em qualquer coisa que pudesse desviar meus pensamentos da frustração que agora parecia uma segunda pele. Mas algo estava diferente.
Uma pequena voz dentro de mim começava a gritar mais alto, me dizendo que, se eu não fizesse algo logo, se não mudasse o rumo da minha vida, acabaria sufocada por aquela realidade que, dia após dia, me consumia mais um pouco. Era como estar no fundo de um poço, e eu sabia que, se não encontrasse uma maneira de subir, acabaria presa ali para sempre. Algo precisava acontecer. Algo tinha que mudar. E precisava ser em breve. Após ajudar a lavar a cozinha e passar o pano pelo salão, o fim do expediente finalmente chegou. O alívio de saber que aquele dia angustiante havia terminado era quase inacreditável, mas junto com ele, uma sensação de vazio tomou conta de mim. Eu estava exausta, não só fisicamente, mas mentalmente, como se a cada tarefa concluída eu estivesse lutando para abafar a frustração crescente que, silenciosamente, me consumia. As luzes do salão começaram a apagar uma a uma, mergulhando o espaço em um silêncio que contrastava com o barulho incessante de antes. Aquele ambiente, que minutos atrás era repleto de movimento, agora parecia tão vazio quanto eu me sentia. O cansaço pesava nos meus ossos, mas o que realmente esmagava era a certeza avassaladora: eu precisava sair dali, mudar de emprego o quanto antes.
Esse pensamento já me perseguia há semanas, mas naquela noite, ele parecia mais urgente do que nunca. Não era apenas o desgaste físico das tarefas repetitivas ou o peso dos clientes insuportáveis, como o casal da mesa 3. Era a ausência de propósito, a sensação sufocante de estar presa em uma rotina que me arrastava para o fundo, dia após dia. O que doía mais era a consciência de que a vida continuava passando, enquanto eu permanecia parada, estagnada. Desamarrei o avental com dedos trêmulos, sentindo o tecido deslizar para longe de mim, como se aquele gesto simples carregasse consigo o peso de mais um dia insuportável. Pendurei-o no gancho da parede, quase como se estivesse tentando pendurar, junto com ele, a exaustão emocional que carregava. Olhei ao redor, o salão vazio e escuro era um reflexo exato do que eu sentia por dentro. A cada dia que passava, parecia que uma parte de mim se apagava, e se eu não tomasse uma atitude logo, temia que o pouco que restava desaparecesse completamente.
Saí pela porta dos fundos, onde o ar da noite me envolveu como uma lufada de alívio. O vento frio acariciou meu rosto, trazendo um raro e bem-vindo momento de paz. Fechei os olhos, tentando prolongar aquela sensação de tranquilidade por mais alguns segundos. Por um breve instante, tudo parecia calmo. Mas, ao abri-los de novo, a realidade caiu sobre mim como um balde de água fria. Eu sabia, com uma clareza dolorosa, que não podia continuar daquele jeito. O coração acelerou no meu peito, e ali, naquele beco frio e escuro, prometi a mim mesma que aquilo não seria meu destino. Eu não deixaria que a monotonia e o cansaço destruíssem quem eu era. Na manhã seguinte, de alguma forma, eu começaria a procurar algo novo, algo que me trouxesse vida novamente. Não importava o quão difícil fosse, nem quanto tempo demorasse. A decisão estava tomada: eu não seria mais prisioneira daquela rotina desgastante. E, pela primeira vez em muito tempo, uma pequena centelha de esperança reacendeu dentro de mim.
Caminhei em direção ao ponto de ônibus mais próximo, sentindo cada passo pesar mais que o anterior, como se o mundo inteiro estivesse decidido se apoiar nos meus ombros. O ar frio da noite, que antes parecia trazer algum alívio, agora era apenas um lembrete da escuridão que me envolvia, tanto por fora quanto por dentro. Quando finalmente alcancei o banco de metal gasto, sentei-me, permitindo que meus pensamentos rodopiassem como uma tempestade desordenada, tentando desesperadamente encontrar algum sentido no caos que havia sido aquele dia. O tempo parecia passar de forma estranha. Quinze, talvez vinte minutos se arrastaram, mas para mim, cada segundo se alongava, como se eu estivesse presa em uma eternidade vazia enquanto esperava. Cada minuto sem movimento, sem perspectiva, ampliava o peso que já me sufocava. O ônibus chegou, mas eu estava tão mergulhada na minha própria confusão mental que quase não percebi o som familiar dos freios e o movimento vagaroso do veículo encostando na calçada.
Subi os degraus, os olhos vidrados e a mente a quilômetros de distância. As vozes ao meu redor se tornaram um ruído distante, insignificante. Escolhi o primeiro assento disponível e me joguei nele, exausta. A viagem seria longa – duas horas naquele ônibus que balançava e sacudia pelas ruas irregulares da cidade, o motor roncando suavemente enquanto algumas conversas esparsas se misturavam ao som da estrada. Mas o tempo em si não me preocupava. Na verdade, tudo o que eu queria era um pouco de silêncio mental, uma pausa. Algo que me permitisse desligar e afastar a maré de pensamentos que insistia em me afogar. Fechei os olhos, tentando inutilmente encontrar algum alívio, mas minha mente, sobrecarregada, continuava revisitando os mesmos questionamentos sufocantes: Será que isso vai durar para sempre? E se eu nunca encontrar uma saída? A cada parada, a cada curva brusca do ônibus, eu voltava à mesma conclusão desesperadora. Algo precisava mudar, e rápido. Eu estava à beira de um colapso. Essa vida, esse ciclo que me aprisionava dia após dia, não podia ser tudo o que me esperava. Eu sentia que, se não agisse logo, o peso da rotina esmagaria completamente qualquer esperança que ainda restava dentro de mim.
O motor zumbia, a cidade passava como um borrão lá fora, e eu, sentada naquele assento de ônibus, me sentia à deriva. Quando finalmente desci do ônibus, já perto de casa, a escuridão havia se instalado completamente, envolvendo tudo em um manto sombrio. A rua, iluminada apenas por alguns postes trêmulos, parecia mais ameaçadora do que nunca. Caminhei devagar, o alívio tímido de estar perto de casa sendo sufocado por uma sensação crescente de desconforto. Mas nada poderia me preparar para o que me aguardava. Assim que atravessei o portão, meu coração congelou. Havia um homem no quintal. Ele estava parado ali, imóvel, e sua postura ereta e elegante imediatamente me disse que aquilo não era um acidente. Ele não era um invasor comum, não estava ali para roubar ou algo do tipo; ele estava esperando por alguém. Um calafrio percorreu minha espinha e, por um momento, o ar parecia desaparecer. O aperto no meu peito se intensificou, e o frio da noite se tornou um peso opressor sobre meus ombros, como se a própria escuridão estivesse se unindo para me sufocar. Minha respiração ficou irregular, o pânico crescendo em ondas que pulsavam sob a minha pele, tornando-se uma sensação quase insuportável.
Ele não tentou se esconder, não fez questão de disfarçar sua presença. A maneira como me olhava – firme e impassível – apenas reforçava a certeza de que sua chegada era intencional. Ele não estava ali por coincidência, e essa percepção me atingiu como um golpe. Então, tudo começou a fazer sentido de uma maneira perturbadora. Meu irmão e meu primo. Eu sabia que eles tinham se envolvido em algo arriscado, mas tentei evitar pensar nisso, como se o simples ato de ignorar a realidade pudesse mantê-la à distância. Desta vez, no entanto, era diferente. O que estava acontecendo não era apenas uma de suas confusões passageiras, era algo muito maior, muito mais sério. E agora, eu estava no meio de tudo isso, sem escolha a não ser encarar a verdade que se desdobrava diante de mim. O homem continuou ali, imóvel, como uma sombra sinistra projetada pela luz fraca do poste. Cada batida do meu coração parecia ecoar no silêncio da noite, intensificando minha sensação de vulnerabilidade. O instinto me dizia para correr, mas as pernas estavam pesadas, como se a terra quisesse me prender ao chão.
A única coisa que conseguia fazer era encarar aquele desconhecido, tentando desvendar o enigma de sua presença. O que ele queria? O que estava acontecendo? E, mais importante, o que meu irmão e meu primo haviam feito para que ele estivesse ali, à espreita, como um presságio de algo muito pior? A sensação de que minha vida estava prestes a mudar para sempre pesava sobre mim, e, ao mesmo tempo, havia uma estranha expectativa envolvendo o ar. Alguma coisa aconteceria naquela noite, e eu mal podia suportar a ansiedade que isso me causava. Sem aviso, outros homens surgiram das sombras como predadores à espreita, capangas do estranho elegante que agora parecia controlar toda a situação. Meu coração disparou em desespero enquanto eles se aproximavam, suas silhuetas se tornando cada vez mais nítidas sob a luz fraca dos postes. Antes que eu pudesse reagir, mãos firmes me seguraram com força, como se eu fosse uma prisioneira sem escapatória. O ar fugiu dos meus pulmões, e a adrenalina tomou conta de mim.
Foi ali, naquele momento de desespero, que percebi que minha vida havia mudado para sempre. O que antes era apenas uma rotina sufocante, repleta de frustrações comuns do trabalho e do dia a dia, agora se transformava em um verdadeiro pesadelo. Os rostos dos homens eram frios e impassíveis, e seus olhares me faziam sentir como se estivesse sendo despida, exposta em uma vulnerabilidade que eu nunca imaginava que teria que enfrentar. Senti a bile subir pela garganta, a revolta misturada ao medo se formando em um nó apertado. O que eles queriam? O que iriam fazer comigo? Minha mente buscava uma saída, uma forma de escapar daquela situação, mas cada tentativa parecia mais distante do que nunca. Os murmúrios dos capangas se tornaram um zumbido insuportável, e eu me forcei a concentrar a atenção em cada palavra, cada gesto, na esperança de entender o que estava acontecendo.
Então, uma voz cortou o ar, profunda e autoritária - era o homem elegante. Ele se aproximou, seus olhos escuros fixos em mim, e a expressão em seu rosto era uma mistura de frieza e determinação. Meu coração acelerou ainda mais. O que ele estava prestes a dizer mudaria tudo. A irresponsabilidade de meu irmão e de meu primo havia colocado toda a família em perigo, e o peso daquela realidade era esmagador. Eu não havia pedido por isso, não queria ser arrastada para as consequências de suas ações. A dívida que eles contraíram – essa dívida imensa e impagável – agora estava em minhas costas, um fardo que eu não tinha como carregar. Enquanto as mãos firmes me seguravam, sentia cada fibra do meu ser gritar por socorro, mas a impotência me paralisava. O pânico se instalou, um turbilhão de pensamentos caóticos se chocando em minha mente. Eu não sabia como aquilo terminaria, mas uma coisa era certa: minha vida, antes apenas complicada, estava prestes a entrar em uma espiral de caos da qual talvez eu jamais conseguisse sair.