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As Barreiras Entre Nós
img img As Barreiras Entre Nós img Capítulo 3 Desastre
3 Capítulo
Capítulo 6 Segredo img
Capítulo 7 Ameaças vazias img
Capítulo 8 Secretária do chefe img
Capítulo 9 O elevador img
Capítulo 10 Flerte img
Capítulo 11 Cemitério img
Capítulo 12 Avaliação img
Capítulo 13 Flagrante img
Capítulo 14 Telhado img
Capítulo 15 Gentileza img
Capítulo 16 Dores img
Capítulo 17 Sintomas img
Capítulo 18 Internação img
Capítulo 19 Mensagens img
Capítulo 20 Oportunidade img
Capítulo 21 Sonhos img
Capítulo 22 Repouso img
Capítulo 23 Proposta img
Capítulo 24 Festa img
Capítulo 25 Sete minutos no paraíso img
Capítulo 26 Ressaca img
Capítulo 27 Uma chance img
Capítulo 28 Jantar img
Capítulo 29 Primeira noite img
Capítulo 30 Dia seguinte img
Capítulo 31 Girl's night img
Capítulo 32 Primeira decepção img
Capítulo 33 A sogra img
Capítulo 34 Peace before the storm img
Capítulo 35 Verdades ditas img
Capítulo 36 Recomendação img
Capítulo 37 Segunda decepção img
Capítulo 38 Dor maior img
Capítulo 39 Partir img
Capítulo 40 Brasil img
Capítulo 41 Somos amigos img
Capítulo 42 Sinceridade img
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Capítulo 3 Desastre

Mais de um ano passou desde o início da pandemia.

Nate estava ficando um pouco menos preocupado com isso tudo, até porque as vacinações estavam prestes a começar. Os casos começaram a estabilizar, mesmo ainda tendo muitas mortes acontecendo pelo mundo, as coisas estavam lentamente voltando ao normal e finalmente conseguimos remarcar nosso casamento.

Algumas coisas precisaram mudar e, infelizmente, certos convidados nunca compareceriam. Perdemos muitos amigos e familiares para a doença e sequer pudemos nos despedir dessas pessoas que eram tão importantes em nossas vidas.

Depois de uma gripe forte que nos assustou, Nate tomou precauções para que não recebêssemos visitas por enquanto, saindo apenas quando necessário para não correr o risco de contrair o vírus nas vésperas do nosso casamento. As medidas para nossa prevenção pessoal estavam funcionando bem por um tempo, mas nunca podemos confiar na sensatez das outras pessoas, ou estupidez.

A campainha da casa estava sendo tocada incessantemente e corri para olhar quem era.

- Você chamou Josh para nos visitar? - Perguntei baixo para Nate.

- Não - ele respondeu. - Ele que está aí?

Balancei a cabeça, confirmando, e ele foi até a porta, a abrindo sem soltar o fecho de segurança para que Josh não entrasse.

- Finalmente! - O rapaz disse, rindo. - Não vai me deixar entrar?

- Você está fedendo a vodca - Nate constatou. - O que está fazendo aqui?

- Estava em uma festa aqui perto, decidi visitar meu querido amigo - vi pela janela que Josh dava de ombros. - É tão ruim assim que eu queira ver os dois pombinhos? Falta o quê? Três semanas para o casamento?

- Sim e você precisa ir embora - Nate cobriu o próprio nariz e boca, evitando chegar muito perto da porta. - Sabe que festas assim ainda estão proibidas, sequer vamos fazer uma recepção para o nosso casamento por causa disso.

- Qual é, cara! Não é nada demais!

- Boa noite, Josh.

Ouvi a porta fechando e peguei o álcool para Nate, colocando um pouco nas mãos dele antes de o tocar. Ficamos um pouco tensos com isso durante alguns dias, mas não parecia ter gerado nenhum problema, continuamos bem, então ficamos mais calmos e aproveitamos nossos últimos dias como noivos, pois a data estava chegando rápido e finalmente realizaríamos nosso sonho.

Pelo menos pensamos assim.

O primeiro problema surgiu uma semana e meia depois, quando fui passar meu costumeiro creme de pele. Nate entrou no quarto e fez uma careta confusa, encarando o tubo de creme com certa curiosidade, mas logo essa careta se transformou em uma expressão de medo e ele se afastou rápido.

- Por que não estou sentindo o cheiro disso?

Senti meu sangue gelar, pois a vacina ainda não estava liberada para a nossa idade e os riscos de pegar uma versão mais grave da doença eram muito grandes.

- Você deve estar apenas acostumado com o cheiro dele - tentei acalmar nossos pensamentos, mas começava a perceber que, para mim, o comum cheiro do hidratante parecia distante e fraco.

- Estar acostumado não tira sua capacidade de sentir o cheiro, Dahlia - Nate falou, preocupado. - Precisamos de um teste urgente.

- Dois - eu respondi, abaixando o rosto. - Se você estiver com Covid, eu também estou.

Ele assentiu e correu para fora do quarto.

Ouvi o barulho das chaves e a porta batendo na sala, então me sentei na cama e fiz a única coisa que podia: esperei. Depois de trinta minutos, Nate retornou com uma sacola contendo quatro testes, dois para cada. Faríamos um naquele momento e o outro depois de alguns dias, só para termos certeza dessa suspeita.

Porém, depois de esperarmos o tempo necessário, meu coração afundou no peito ao ver que o resultado era positivo.

- Nós precisamos ir ao hospital agora - Nate falou, sem conseguir tirar os olhos dos testes.

- Não estamos tão mal, querido, não podemos fazer os médicos perderem tempo - falei, acariciando seu cabelo. - Só perdemos o olfato temporariamente.

- Por enquanto! E se isso piorar? Não posso, não consigo imaginar a possibilidade de perder você também.

- Você não vai me perder, Nate. Não vou a lugar nenhum, está me ouvindo?

Puxei seu rosto com gentileza na minha direção, depositando um beijo leve em seus lábios. O gosto das lágrimas dele deram um tempero ao beijo, mas eu entendia tudo que passava em sua mente e também não conseguia me imaginar sobrevivendo ao mundo sem ele ao meu lado, então iria parar de tentar. Ainda estávamos bem e, com sorte, tudo isso passaria a tempo, sem que precisássemos adiar a cerimônia uma segunda vez.

Fomos muito cuidadosos pelos dias que seguiram, trocamos algumas coisas na alimentação para melhorar nossa imunidade, mas não estávamos preparados para esse vírus, nunca estaríamos. Quando começou a ficar difícil para respirar, Nate me levou ao hospital às pressas e, duas horas depois, tive um ataque que me deixou nas máquinas. Precisei de um respirador por quase duas semanas e passei esse tempo inteiro inconsciente. Eu nunca soube o que aconteceu lá fora.

Quando acordei, um médico estava ao meu lado, analisando meus sinais e reações. O tubo do respirador me causava um desconforto imenso e tentei acenar para o médico, que rapidamente entendeu e começou a me liberar daquilo. Respirar sozinha pareceu estranho, mas fui me acostumando aos poucos e, depois de beber um pouco de água, consegui perguntar por Nate. Precisava vê-lo, saber que estava tudo bem e que logo iríamos para casa.

O médico explicou o que aconteceu comigo, como quase morri em uma noite porque meu coração fraquejou por um instante. Ele contou que minha reação ao vírus foi forte e que eu era uma das poucas pacientes dele que sobreviveu àquele tipo de internação, mas nada daquilo era do meu interesse.

- Onde está Nate? - Perguntei, o coração apertado.

Por que ele estava evitando falar do meu noivo?

- A senhorita deveria descansar, podemos falar sobre isso pela manhã, com mais calma.

- Eu não quero falar amanhã, preciso saber agora! Onde está Nathanael?

O médico respirou fundo e me deu aquele olhar que nenhum médico sabe como disfarçar.

- Eu sinto muito, senhorita Dahlia.

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