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As Barreiras Entre Nós
img img As Barreiras Entre Nós img Capítulo 5 O estágio
5 Capítulo
Capítulo 6 Segredo img
Capítulo 7 Ameaças vazias img
Capítulo 8 Secretária do chefe img
Capítulo 9 O elevador img
Capítulo 10 Flerte img
Capítulo 11 Cemitério img
Capítulo 12 Avaliação img
Capítulo 13 Flagrante img
Capítulo 14 Telhado img
Capítulo 15 Gentileza img
Capítulo 16 Dores img
Capítulo 17 Sintomas img
Capítulo 18 Internação img
Capítulo 19 Mensagens img
Capítulo 20 Oportunidade img
Capítulo 21 Sonhos img
Capítulo 22 Repouso img
Capítulo 23 Proposta img
Capítulo 24 Festa img
Capítulo 25 Sete minutos no paraíso img
Capítulo 26 Ressaca img
Capítulo 27 Uma chance img
Capítulo 28 Jantar img
Capítulo 29 Primeira noite img
Capítulo 30 Dia seguinte img
Capítulo 31 Girl's night img
Capítulo 32 Primeira decepção img
Capítulo 33 A sogra img
Capítulo 34 Peace before the storm img
Capítulo 35 Verdades ditas img
Capítulo 36 Recomendação img
Capítulo 37 Segunda decepção img
Capítulo 38 Dor maior img
Capítulo 39 Partir img
Capítulo 40 Brasil img
Capítulo 41 Somos amigos img
Capítulo 42 Sinceridade img
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Capítulo 5 O estágio

Quando amanheceu, liguei para Madeline e marquei um almoço com ela e o marido para esclarecer algumas coisas. Avisei a eles que não conseguiria mais ficar na casa e pedi aquele fim de semana para me organizar, então entregaria as chaves da casa e da moto dele, que estava parada na garagem há quase um ano.

- Você realmente não precisa sair de lá, mas entendemos o que sente - Madeline disse, apertando minha mão entre as suas. - Nate era o nosso mais velho, sempre foi um exemplo incrível para os irmãos e ter escolhido você para fazer parte da nossa família apenas mostra como ele era maduro com suas decisões.

- Você sempre será uma de nós - Jerome confirmou, fazendo um carinho breve no meu braço. - Nós perdemos um filho, mas nunca deixaremos de ter uma filha.

Essas palavras me emocionaram tanto, mas eu não conseguia chorar mais. Estava esgotada.

- Se você quiser, temos um apartamento perto dessa empresa, você ficaria mais segura e mais perto do trabalho - minha sogra propôs, mas neguei.

- Não posso aceitar algo assim, os senhores não têm obrigação nenhuma comigo - falei rápido. - Eu posso me virar.

- Não estamos oferecendo por obrigação, querida - Jerome sorriu para mim. - Nós sempre cuidaremos dos nossos filhos, isso inclui você, então aceite nosso presente. Podemos mandar um caminhão amanhã para levar suas coisas?

Fiquei muito receosa sobre aquilo e quis negar, mas eles insistiram tanto que acabei aceitando e precisei correr para casa. Precisava arrumar tudo para a grande mudança se quisesse descansar no domingo à noite. Em uma rápida ligação, convoquei Lisa e Jane, minhas amigas, para me ajudarem com a mudança. Elas chegaram com duas garrafas de vinho, seis latinhas de cerveja e alguns salgadinhos para comermos enquanto tudo era organizado.

Elas passaram a noite comigo e aquela foi a primeira vez que dormi uma noite inteira e em paz.

Lisa continuou comigo no domingo, auxiliando com tudo na mudança e arrumação do novo apartamento. Eu mal podia acreditar que tudo isso estava acontecendo em tão pouco tempo, mas me sentia grata e feliz, pois sabia que Nate estava olhando por mim naquele momento e esperava que ele estivesse orgulhoso das minhas ações.

Depois de pendurar a última foto que faltava, Lisa e eu nos sentamos no sofá e encaramos a TV desligada.

- Nunca imaginei que isso aconteceria - ela disse, bebendo um gole da cerveja em seguida. - Tem certeza de que ficará bem aqui, sozinha?

- Preciso reaprender a viver sozinha, amiga - falei, o cansaço do dia batendo aos poucos. - Os anos em que vivi com Nate foram os melhores da minha vida e eu queria, mais do que tudo, estar vivendo mais alguns com ele. Não era assim que eu imaginava minha vida há um ano, mas aconteceu e não tem volta mais.

- Sinto muito por tudo que aconteceu - ela sussurrou, segurando minha mão. - Acho que nunca tive a chance de te dar um abraço de consolo.

- Não precisa disso, eu só...

Mas ela apenas me ignorou e deixou o copo na mesinha de centro, me puxando para um abraço que eu não sabia que precisava tanto até receber. O que eu achava ser uma fonte seca, de repente, voltou a jorrar e eu jurei para mim mesma que aquela seria a última vez que ficaria chorando assim. Se eu queria reagir, não seria assim que conseguiria.

Naquela primeira noite em meu novo lar, consegui me manter tranquila e não pensar muito no trabalho que teria, não queria despertar um ataque de pânico poucas horas antes daquilo, então tomei um chá calmante e dormi cedo para evitar problemas, mas acabei acordando cedo também. Aproveitei para adiantar algumas coisas para o almoço e me arrumei tranquilamente, dando mais atenção ao meu cabelo para fazer um coque sofisticado. Queria aparentar um pouco mais profissional e preparada para qualquer desafio, então fiz uma maquiagem que me deixou com uma aparência mais madura e séria, mas não descartei o batom vermelho.

Vesti um tailleur cinza grafite com uma camisa social branca por baixo, tomando o cuidado de não ficar muito vulgar deixando um ou dois botões abertos, então calcei um scarpin preto e não muito alto, pois precisaria usar ele o dia inteiro e não aguentaria algo maior que oito centímetros. Peguei minha melhor e mais espaçosa bolsa e guardei tudo que era necessário dentro dela antes de sair para o primeiro dia de trabalho.

Eu realmente tinha esperanças de que minha vida melhoraria completamente depois desse primeiro passo.

Fui a pé para o trabalho, não demorei mais do que dez minutos para chegar no saguão do prédio e fui até a recepção me apresentar. A moça mal olhou para mim antes de perguntar:

- Scott Industries?

- Sim, como...

- Pode esperar com aqueles ali, eles também vão subir para lá.

Ela apontou para um grupo de pessoas com idades variadas, alguns pareciam mais velhos que eu, mas a maioria era mais novo, com certeza. Me aproximei do grupo hesitante e um rapaz loiro, aparentemente da minha idade, se aproximou com um grande sorriso no rosto.

- Essa aqui poderia ser a face da empresa tranquilamente - brincou, apontando para mim. - Parece uma dona de empresa, não é mesmo?

Todos no grupo riram e eu senti meu rosto ficando corado aos poucos, mas consegui esboçar um sorriso para não mostrar o meu desconforto pelo comentário daquele desconhecido.

- Quem são vocês?

- Os novos estagiários da grande Scott Industries - ele respondeu, estendendo a mão para mim enquanto se apresentava. - Eu sou Theo.

- Dahlia - respondi, o cumprimentando educadamente. - Estamos todos aqui por uma vaga só?

- Não, todos seremos estagiários ao mesmo tempo.

- Tecnicamente, estamos sim todos atrás de uma vaga só - uma das moças mais novas disse, se aproximando. - Laura.

Acenei para ela com a cabeça.

- O que quer dizer?

- Todos os anos eles fazem isso, chamam um bando de estagiários e oferecem uma vaga de emprego no fim de setembro - ela respondeu. - Quem tiver as melhores avaliações ganha a vaga.

- Uma forma saudável de promover competição - comentei.

Os dois riram e logo fomos chamados, mas não ouvi muito do que foi dito dentro do elevador enquanto subíamos para o último andar. Algumas das candidatas, Laura inclusa, usavam decotes tão fundos que era bem mais fácil soltar o restante dos botões e andar com a camisa aberta. Se elas queriam boas avaliações agindo assim, eu provavelmente perderia qualquer chance no primeiro olhar. Eu devia ter imaginado que não seria a única a ser chamada, mas apenas estar ali já fazia muito pela minha carreira e essa leve competição era justamente o que eu precisava para manter a mente ocupada.

Saímos dos elevadores devagar, pois fomos separados em dois grupos de seis e cada um subiu com um funcionário. Me arrependi de não ter prestado mais atenção no que o nosso rapaz dizia antes, pois fiquei perdida enquanto andávamos até a área principal do andar. Pelo que podia ver, aquela parte do prédio foi obviamente reformada para acoplar dois andares como se fossem apenas um. Os escritórios estavam separados e organizados perfeitamente, mas havia um grande salão muito bem arejado quando saímos dos elevadores. Eu sabia da capacidade dessa empresa, mas ver com meus próprios olhos era completamente diferente.

Segui o grupo no automático, encarando tudo ao meu redor, mas não percebi quando pararam e acabei esbarrando em Theo sem querer. Ele riu e me mostrou porque paramos.

- Bem-vindos à Scott Industries - um homem disse, parado ao lado de outros dois. - Eu sou Michael Burk, um dos sócios da Scott Industries.

- E eu sou Tristan Manning, também sócio da empresa - o segundo se apresentou.

- Eu sou Oliver Scott, atual presidente da empresa - o último disse, sorrindo gentilmente para todos nós. - Avaliei pessoalmente os formulários que vocês preencheram e achei cada um digno de estar aqui hoje. Espero que me provem certo e continuem fazendo valer a pena esse voto de confiança.

- Vocês terão um supervisor designado, mas serão avaliados por todos nós, individualmente e também em equipes, pois serão divididos em três grupos - Burk disse, ainda sério. - Não costumamos fazer cortes durante o estágio, mas todas as suas ações dentro dessa empresa contarão em peso, então pensem bem no que falarem ou fizerem.

- Não levem ele tão a sério - o presidente disse, ainda sorrindo. - Estamos felizes por tê-los aqui. Ah! Ryan, venha aqui!

Ouvimos outros passos se aproximando e me virei, encontrando o olhar frio de um homem muito parecido com Oliver, mas muito mais novo. Ele não esboçava nenhum sorriso enquanto nos encarava de cima abaixo, parando o olhar em Laura, claramente interessado no que havia ali.

- Este é meu filho, Ryan, espero que ele aceite a proposta de supervisionar vocês esse ano - Oliver disse, abraçando o filho de lado. - Ele não é sempre tão sério.

Ryan deu de ombros, acenou e sumiu em um dos corredores.

Aquele seria um longo ano.

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