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- De fato, mas, ainda é o local perfeito para deixar mais um corpo. - o tom carregado de cinismo foi entregue aos seis atrás de Cesare. - Mas tenho que concordar, é incrivelmente cumprido.
A risada baixa que ele ressoou também pode ser ouvida e os seis cercaram os punhos inconscientemente.
A lógica numérica inclinava-se para que eles o dominassem com muita facilidade, mas isso não era uma possibilidade viável, afinal, cada um deles sabia que o seu chefe não era de fazer ameaças infundadas, tanto quanto também sabiam que não matava seus homens sem motivo.
Michelle balançou a cabeça de um lado a outro para afastar suas divagações e voltou sua atenção para frente. Os passos se misturavam com os barulhos do trânsito na rua principal. O odor das latas de lixos se entrelaçaram ao de uma barraca de comida a alguns metros à sua frente.
A situação desbalanceada criou um diálogo em sua mente e Michelle pensou: - Que cenário de merda! Não sei se sinto nojo ou fome.
O mísero segundo que fechou os olhos ele sentiu como se tivesse colidido contra um grande muro.
- Que horas são? - parando abruptamente antes de sair do beco Cesare perguntou enquanto sentia a cabeça de Michelle batendo em sua costas.
- Desculpe, chefe. - ele se retratou segurando a testa enquanto olhava para o relógio em seu pulso. - Cinco para as sete.
- Vamos à galeria perto da universidade. Essa manhã vi os preparativos e sei que hoje inaugura uma nova exposição. Não sei ao certo do que se trata, mas quero ver. - Comentou balançando a mão direita no ar enquanto deixava a luz da rua principal clarear seu corpo. - Já faz um tempo que nada é exposto naquele lugar, talvez eu compre algum quadro.
- Como deseja. - Michelle concordou com o pedido repentino e deu a ordem aos homens para que se dividissem em seus carros.
Cesare olhou para os dois lados de uma das ruas repletas de bares e restaurantes de Manhattan, enquanto inalava o aroma da barraca de cachorro-quente à sua direita. Em seguida, caminhou até seu carro. A fileira de três SUVs estacionados do lado oposto indicava que as pessoas que haviam saído do beco não eram comuns.
O pequeno grupo de sete homens, vestidos com ternos caros e com uma estatura média de 1,85 m de altura, deixava claro que seria perigoso questionar por que haviam emergido de um beco escuro de forma tão casual.
A porta de trás foi aberta e o corpo do Cesare ocupou um assento.
Michelle achava que seu chefe estava longe de ser mediano. Com 2,06 m de altura, um corpo robusto e um porte imponente, ele dificilmente passaria despercebido. Ao descrever sua aparência, era inevitável destacar que chamava atenção onde quer que fosse.
Em falar que sua personalidade de merda o deixa ainda mais perceptível. Não era necessário dizer uma palavra para as pessoas à sua volta evitar provocá-lo, mas ainda havia aqueles que cortejavam a morte tão ousadamente e mexiam com sua boca frívola e carrega de um dialeto próprio que cruzava aborda da má educação.
Não! Seria até um pecado dizer que ele apenas cruzou o limite, pois o balde já transbordou há tempos, e até hoje vaza um linguajar pífio e corrosivo.
- Perdeu o cu na minha cara? - A pergunta rude tirou Michelle de suas divagações, fazendo-o fechar a porta do carro, incrédulo com o que acabara de ouvir.
Cesare balançou a cabeça negativamente, sem acreditar que Michelle havia perdido o foco enquanto olhava para seu rosto. Seus olhos o seguiram, que foi para a frente do carro e se sentou atrás do volante.
- Preciso te dar uns dias de folga? Você está ficando desatento com muita facilidade ultimamente - A pergunta, agora carregada de preocupação, aguardava uma resposta.
- Não é necessário. Temos muito trabalho a fazer em Manhattan antes de você buscar novos aliados - ele recusou a oferta com sinceridade.
- Faça como quiser, só não fique me encarando desse jeito, isso me incomoda - advertiu Cesare.
- Tomarei cuidado de agora em diante.
- Que porra é essa de 'tomarei cuidado'? Você tem que parar com isso! Quem disse que é só tomar cuidado para não ser pego me encarando?
- Farei como desejar - respondeu Michelle.
Ambos sabiam que isso não aconteceria, mas nenhum dos dois queria prolongar a discussão.
Cesare entendia que suas ações estavam assustando Michelle, que era dois anos mais jovem, também sabia que sua posição diante de seus homens estava mudando: antes ele recebia ordens, agora será aquele a ditá-las.
Estalando a língua, Cesare balançou a cabeça negativamente antes de olhar pela janela.
Daqui a nove dias, completará um mês desde que Konstantin pediu ao seu irmão para expandir o domínio da Cosa Nostra em Nova York e nas regiões adjacentes. A área compreendia duas organizações de grande porte, incluindo a dele e dois cartéis predominantes. Cesare estava eliminando pequenas facções e grupos de gangues que, se não fossem suprimidos agora, possivelmente ganhariam mais espaço em um ou dois anos, oprimindo a expansão dos seus negócios.
O silêncio e a calmaria inesperada trouxeram Cesare de volta à realidade.
- Se não ligar o carro agora mesmo, vou entender que você é um inútil, Michelle! Está perdido em pensamentos de novo? - ele reclamou, irritado por ainda não terem seguido para o novo destino. - Vou te dar uns dias de folga a partir de amanhã. Santino vai ocupar seu lugar. Espero que não apareça nas minhas vistas, ou vai se arrepender.
- Tudo bem... e obrigado pela folga - Michelle compartilhou, involuntariamente, seus sentimentos honestos.
O som do motor rugindo fez o primeiro carro sair, seguido pelo de Cesare e, por último, o de Santino. O carro à prova de balas se movia rapidamente, e, embora a típica Manhattan brilhante e barulhenta estivesse dando boas-vindas a uma gloriosa noite de sexta-feira, dentro do veículo, o ambiente era quase opaco, preenchido apenas por um som abafado.