Alicia e o Condenado
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Capítulo 3 3º capítulo

Minha tia não mentiu, depois de passarmos pelos portões principais da sede da reserva, andamos ainda por mais um ou dois quilômetros a dentro de um caminho rodeado de árvores, abri a janela do carro e inspirei o cheiro de ar puro que vinha de fora, o verde das árvores pareciam me seguir por uma longa estrada, chegamos por fim há um portão de madeira muito bonito, minha tia desceu do carro e o abriu, depois voltou para o carro e seguiu para dentro, só então eu percebi a beleza da casa a minha frente, era uma casa em formato hexagonal toda feita de troncos de árvore envernizados na parte de baix

o e na parte de cima toda fechada de vidros de tom fumê, parecia uma casa de filme, era encantadora.

- É perfeita!

- Você gostou?

Assenti com a cabeça.

- É muito linda.

Ela sorriu enquanto caminhávamos em direção à porta, assim que eu entrei me apaixonei pela lareira de tijolos a vista, já podia me imaginar tomando chá com um belo livro em um dia de chuva, aquilo parecia perfeito!

Sem pensar muito abracei minha tia com força.

Ela pareceu ficar surpresa.

- O que foi Alicia?

- Muito obrigada tia, obrigada por me convidar para morar com você! Estou muito feliz!

Minha tia correspondeu o abraço um pouco desajeitada e só então eu percebi que ela estava emocionada com minha atitude, Helena não parecia ser o tipo de pessoa aberta a demonstrações de afeto, porém tinha um coração de manteiga.

- O seu quarto é no andar de cima.

Falou com a voz embargada, eu sorri fingindo não perceber e me adiantei pelas escadas a cima dando um tempo para ela se recompor atrás de mim.

Ela indicou uma porta no final do corredor e eu girei a maçaneta, o quarto era um sonho, a cama cheia de babados em tom rosa e coberta de ursos de pelúcia indicavam de fato ela esperava por uma criança, sorri sem graça.

- Se quiser podemos trocar a roupa de cama.

- Eu adorei, está perfeito assim.

Duas janelas grandes de vidro davam para uma varanda lateral que ficava de frente para a floresta, aquela era a melhor paisagem de todas para acordar pela manhã, pensei, caminhei até ela afastando a cortina e abrindo a porta devagar, sorri sentindo o vento gelado endurecer levemente o meu rosto, mas logo fui despertada por um barulho, abri os olhos assustada e notei um corvo negro sentado no beiral da varanda me olhando intrigado com seus olhos alaranjados, me assustei soltando um grito e dando um passo para trás.

- Sai pra lá bicho!

Berrou minha tia assustando o animal dali, porém ele voou para o galho da árvore ali perto e ainda olhando para mim gritou batendo as asas, como se dissesse "vá embora, aqui não é seu lugar"!

- Mas o que esse animal quer afinal?

- Tudo bem tia, ele só deve estar dando boas- vindas.

Eu disse sem acreditar em nenhuma palavra, dei as costas a ele e voltei para o quarto fechando a janela e as cortinas, não queria olhar para aquele animal, não o queria perto de mim, seus olhos de um tom amarelo alaranjado me lembravam muito os do lobo que eu tinha visto nos meus sonhos, fechei os olhos e respirei fundo, precisava esquecer aquilo, eu estava em uma casa nova, tudo isso iria passar, nada de sonhos ruins na casa de minha tia.

Minha tia me deu as costas e andou até um armário, dele retirou uma caixa branca com um laço cor de rosa.

- Para você.

- Um presente? Mas por quê? Nem é meu aniversário ainda...

- Eu sei, é daqui uns dois meses, porém eu tomei a liberdade de mandar consertar isso para poder presenteá-la quando a visse novamente.

- Consertar? – Fiquei curiosa em saber o que tinha ali dentro então abri o laço e destampei a caixa, rapidamente meus olho se encheram de lágrimas, ali naquela pequena caixa, estava um pedaço do meu passado, um pedaço que eu tinha esquecido há muito tempo, minha velha boneca de porcelana agora com o rosto totalmente restaurado, tão linda como um dia ela tinha sido.

Sorri.

- Obrigada tia!

Ela me abraçou de volta e eu pus a boneca perto da cama, nessa hora a campainha tocou e minha tia foi atender.

- Fique à vontade para organizar suas coisas Alicia, vou descer para ver quem é.

Minha tia se retirou e logo ouvi grandes gargalhadas vindas do andar de baixo, pus minha mala em cima da cama e tentei me concentrar na organização das minhas coisas, porém logo aquela risada me atraiu para fora do quarto, caminhei sem graça pelo corredor e parei no alto da escada, a tempo de ver minha tia dar um selinho em um homem de barba espessa.

- Tia?

Ela ficou sem graça e deu um pulo para trás, o homem sorriu para mim.

- Essa deve ser a bela Alicia!

Voltei a olhar para minha tia.

- Alicia, esse é Billy.

Meus olhos correram pelo homem que ali estava parado e sorria.

- O seu patrão?

Minha tia mordiscou o lábio e Billy escondeu o sorriso.

- Não acredito que não contou a ela, Helena!

- Desculpe, não tive tempo, não o esperava aqui tão cedo.

Eu desci as escadas e caminhei até ele lhe estendendo a mão.

- Sou Alicia, é um prazer conhecê-lo.

Eu realmente não me importava que minha tia tivesse um caso secreto com o patrão dela, contando que ele a fizesse muito feliz.

Ele me cumprimentou agora sem graça e coçou o cabelo.

- Bom, foi um prazer conhecê-la senhorita, porém eu já vou indo.

Fiquei com pena dele, ele estava totalmente desconfortável com aquilo, não quis ter atrapalhado, porém agora o que eu poderia fazer?

Assim que ele saiu e minha tia fechou a porta ela me olhou sem graça como uma menina que tinha acabado de cometer uma travessura.

- Desculpe Alicia, eu não falei porque...

- Por que achou que eu a julgaria por estar apaixonada pelo seu patrão?

Ela mordiscou o lábio.

- Não se preocupe, tia, eu gostei dele, Billy parece um cara legal.

Ela explodiu em um sorriso, empolgada.

- Sim, ele é, ele é incrível, você vai ver quando conhecê-lo melhor, e acredito que vai adorar a filha dele.

- Filha?

- É, Billy é viúvo, perdeu a esposa muito jovem, criou a pequena Sophia totalmente sozinho, ela é uma boa menina. – Ela disse se dirigindo a cozinha, eu a segui. – Irão estudar no mesmo colégio.

Eu abri e fechei a boca sem comentar uma palavra sequer, minha tia encheu uma xícara de chá para si e depois me olhou.

- Você toma chá?

- Sim, adoro!

- Ótimo!

Ela encheu uma segunda xícara, ficamos ali sentadas conversando, ela quis coletar a maior quantidade possível de informação sobre mim, certamente para fofocar com Billy depois, mas eu não me importava em responder, apesar de estar me sentindo em uma entrevista de emprego longa demais.

Assim que deitei a cabeça no travesseiro e fechei os olhos à imagem do corvo voltou a minha mente e eu voltei a abri-los rapidamente, meu corpo estava cansado e minha mente também, tinha sido um dia cheio e exaustivo, eu só queria dormir, mas parece que o medo de ter sonhos ruins ainda era maior que o sono, permaneci acordada por mais algumas horas até que finalmente adormeci, para a minha sorte aquela foi uma das melhores noites da minha vida, uma noite sem sonhos

            
            

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