Alicia e o Condenado
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Capítulo 5 5º capítulo

Minha tia estacionou o carro na garagem e eu entrei, assim que entrei no quarto estranhei a varanda aberta, parei olhando tudo à minha volta eu tinha certeza absoluta que aquelas janelas tinham ficado fechadas, na verdade eu nem as tinha aberto pela manhã, gelei pegando a primeira coisa pesada que consegui alcançar nas mãos e fiz um verdadeiro tour por dentro do quarto buscando por algum invasor, minha tia abriu a porta de repente e eu quase arremessei a porcelana nela.

Gritei.

- Alicia! O que houve?

- As janelas do meu quarto estavam abertas, não as deixei abertas, estranhei, achei que alguém podia ter invadido a casa.

Ela suspirou aliviada.

- Ah, é isso, fique tranquila, são estas trancas ruins, elas se abrem sozinhas às vezes, já aconteceu outras vezes.

Eu olhei para as trancas da porta que pareciam muito seguras para mim.

- Sério que elas abrem?

- Sim, aconteceu várias vezes, no começo eu também me assustava, mas como nunca sumiu nada, conclui que eram apenas trancas ruins, vou pedir para o Billy dar uma olhada nelas, assim você poderá ficar mais tranquila.

- Sim, melhor, vou agradecer muito.

- Ótimo, se está tudo resolvido então vou dar uma saída, consegue se virar sozinha em casa?

- Claro tia, pode ir...

- Ótimo!

Ela sorriu saindo do quarto e me deixando só, eu, porém ainda estava desconfiada com as benditas trancas, fechei a janela puxando as cortinas e colocando uma cadeira na frente da porta, se era o vento mesmo que as abria então isso deveria bastar.

Tirei minhas roupas e entrei embaixo da água do chuveiro sentindo o calor amortecer minhas preocupações, passei shampoo no cabelo e um pouco caiu no meu olho no mesmo instante que ouvi um barulho no quarto, fechei a água no mesmo segundo.

- Tem alguém aí?

Tentei abrir os olhos, mas por causa do Shampoo tudo que vi foi um borrão, senti um ardor forte nos olhos e abri a água novamente tentando lavar freneticamente o shampoo, assim que consegui voltar a enxergar saí rapidamente do box enrolada na toalha, e para minha surpresa quando voltei para o quarto lá estava a janela da varanda aberta novamente e a cadeira que eu tinha encostado no mesmo lugar de antes, gelei de cima a baixo olhando para todos os lados, meu coração estava aos saltos tinha a plena certeza de que não estava sozinha, porém nada podia ver, ou ouvir, porém no meu íntimo eu sabia alguém ali me observava e eu não gostava de nada disso.

Quando minha tia voltou bem mais tarde eu pensei em comentar com ela sobre o que tinha acontecido, mas fiquei com medo dela pensar que eu era alguma maluca, ou que talvez eu estava inventando desculpas para dizer que não queria ficar, não queria que ela pensasse que eu não gostava dali, sei que isso a magoaria.

- Ela entrou no meu quarto sorridente trazendo um pacote nas mãos.

- Para você!

Olhei para o pacote, fiquei um pouco receosa, ganhar presentes nunca tinha sido algo comum, mas nos últimos dias parecia ter se tornado normal.

- Mais um presente?

- Não é bem um presente, mas uma necessidade, acredito que vai precisar disso, até porque de acordo com Sophia precisar usar o telefone da escola é considerado "o fim" para os adolescentes, e quero poder me certificar que se precisar de mim eu estarei lá.

Abri o pacote vendo o smartphone novinho na minha frente.

- Uau... Mas isso é tão caro.

- Não ligue para isso Alicia, é necessário, e eu posso pagar, Sophia escolheu a cor da capa, ela disse que era a sua cara!

Admirei a capinha branca com rosa, algo bem menininha, sorri, nunca tinha me colocado dessa forma.

- Ela acertou, adorei, é muito bonito! – Abracei minha tia com força. – Muito obrigada tia.

Ela pareceu ficar ainda mais animada com a minha aprovação, como eu poderia explicar a ela que estava com medo de dormir naquela casa agora?

Resolvi engolir meu medo e deixar o assunto quieto, se havia ou não um invasor, logo eu descobriria quem ele era.

No outro dia pela manhã minha tia saiu bem cedo para trabalhar, eu organizei um pouco a casa e dei uma limpada na cozinha que ainda cheirava a queimado, tentei recuperar a frigideira, mas sem muito sucesso.

Observei o smartphone em cima do braço do sofá e pensei que seria uma boa ideia tirar algumas fotos com ele para enviar mais tarde para a Madre Thereza, queria muito que ela soubesse que eu estava bem e feliz com a minha escolha.

Amarrei o cabelo peguei o celular e saí andando pela trilha em meio à floresta, não iria me distanciar muito, não queria correr o risco de me perder, assim que a mata ficasse mais fechada eu voltaria rapidinho, de longe fotografei a casa, era linda, Madre Thereza adoraria, à medida que eu andava notei um barulho forte de água, curiosa segui andando um pouco mais rápido, teria algum riacho por ali?

O barulho, porém aumentava a cada passo dado, e logo percebi que não podia ser apenas um riacho ou algo do tipo, era algo bem maior, não demorou muito para eu avistar um imenso clarão, o barulho que eu ouvia era uma grandiosa e muito bela cachoeira, tão alta e com quedas tão fortes que tudo ao seu redor ficava esbranquiçado pelo vapor da água, sem dúvidas a mais bela cachoeira que eu já tinha visto, um pouco mais para frente uma ponte de pedra cruzava fora a fora o desfiladeiro, a ponte, porém era velha e estava toda molhada e coberta por musgos, dei para trás, perigoso demais, era melhor não arriscar.

Pisei em um galho de árvore que estava no chão e escutei o barulho dele que estalou, me assustei, por alguns segundos tive a certeza ver alguma coisa atrás de mim, com o coração aos saltos respirei fundo e olhei para trás, paralisei ao notar que um lobo feroz me encarava, lembrei do meu sonho e minha respiração se tornou ofegante, dessa vez eu não estava dormindo, o lobo a minha frente era bem real, por mais que ele não fosse igual ao lobo do meu sonho que era de pelagem negra, ainda assim eu não podia deixar de pensar que aquilo tudo parecia algum tipo de déjà-vu, talvez se eu ficasse bem quietinha ele não me visse e fosse embora, que tola! Ele já tinha me visto, eu não estava lidando com um rinoceronte cego da África, aquele lobo a minha frente era capaz de prever cada movimento meu.

Agindo por puro impulso e desespero me coloquei a correr em direção a ponte, não tinha para onde escapar, quem sabe o lobo ficasse com medo da altura e não subisse na ponte, olhei para trás para ver se ele vinha e percebi que mais uma vez eu tinha sido muito tola, é claro que ele não tinha medo de altura e estava apenas alguns metros de distancia de mim, nesta distração de olhar para trás acabei resvalando no limo sobre a ponte e fui com tudo ao chão, virei-me rapidamente para encarar meu assassino já prevendo a morte certa, assim como em meu sonho, o lobo parou se preparando para dar o bote e eu fechei os olhos com medo, porém o ataque não veio, voltei a abrir os olhos devagar e então percebi que o lobo tinha recuado, ele encarava algo por cima do meu ombro com pavor nos olhos e agora já com o rabo entre as pernas afastava-se, olhei para trás para ver o que o tinha assustado e perdi as batidas do meu coração, passando bem ao lado do meu corpo um lobo negro de pelos longos encarava o outro, seus olhos amarelos e seus dentes brancos a mostra, como se dissesse: "Fora! Essa presa aqui já é minha"! Há essa altura do campeonato eu já não sabia mais se eu tinha morrido de ansiedade ou infartado pelo medo, o lobo negro porém, me ignorava por completo, depois de fazer o outro fugir dali ele se virou para mim me encarou calmamente e voltou pelo mesmo lugar que tinha vindo, eu me virei para admirar o belo animal que acabara de me salvar, aquilo tinha sido mesmo real?

                         

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