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Estou preso há meses, condenado injustamente por crimes que, tecnicamente, não cometi... Quer dizer, fui condenado por colocar minha vingança em prática. Mas, ao contrário do que todos esperam, não ficarei nesta cela imunda para sempre. Uma rebelião está prestes a explodir nesta prisão corrupta, e, quando isso acontecer, estarei livre.
Enquanto planejo cada detalhe da minha fuga, minha mente vagueia pelos recantos mais sombrios da minha história. Jessyka surge em meus pensamentos, seu rosto assombra minha consciência. Minha relação com ela foi marcada por manipulação e crueldade. Usei-a como um peão no meu jogo sádico de poder e controle. Gostava da sensação de ter a ex-noiva do meu irmão em meus braços.
Flashback on...
O carcereiro surge na frente da minha cela, sorrindo.
- O que você quer agora? - Pergunto sem desviar os olhos do livro que estou lendo.
A história prende minha atenção. Um psicopata se apaixona por uma mulher linda, mas a espanca e a enterra viva. O detalhe interessante? Ela sobrevive. Um sorriso escapa dos meus lábios.
O carcereiro bate nas grades, impaciente.
- Você tem visita.
- Já disse que não quero ver ninguém.
Ele ignora minha resposta e insiste:
- É uma mulher muito linda. Ela é gos...
- Leve-me para o lugar combinado e depois a traga. - Fecho o livro e o deixo de lado antes de me levantar.
Ele abre a cela e seguimos pelos corredores até o espaço privado pelo qual paguei-a única coisa que me permite suportar este inferno. Aqui, ele traz algumas mulheres para me entreter.
Quando entro, sento-me na poltrona e espero. Não demora muito para que a porta se abra e, assim que vejo quem está ali, um sorriso surge em meus lábios. Seus olhos, carregados de luxúria, encontram os meus.
- Demorou muito para vir. - Murmuro, puxando-a pela cintura e capturando seus lábios nos meus.
Enquanto a beijo, vejo o carcereiro parado ali, observando. Me afasto dela e o encaro com frieza.
- O que você ainda está fazendo aqui? Cai fora!
Ele some pelo corredor, trancando a porta atrás de si.
- Eu...
- Shhh... - Coloco um dedo sobre seus lábios, silenciando-a. - Não temos muito tempo para aproveitar.
Tiro o dedo e volto a beijá-la. Ela suspira contra meus lábios.
- Senti sua falta.
Seus olhos se fecham antes de abrir-se novamente, encontrando os meus. Sorrio.
A troca de olhares carregados de desejo eletriza o ar ao nosso redor. Nossos corpos estão próximos, as respirações entrelaçadas. Tomo sua boca com voracidade. Cada toque, cada roçar de pele intensifica a chama que nos consome.
Nossos beijos são urgentes, intensos, repletos de uma paixão crua. Suas unhas cravam-se nos meus ombros, enquanto minhas mãos percorrem seu corpo, sentindo cada curva, cada tremor. Vou guiando-a até a parede, onde há uma cama ao lado.
Minhas mãos deslizam por suas costas e ela suspira suavemente, os dedos enroscando-se nos meus cabelos. Cada carícia envia uma onda de arrepios pela minha pele.
No calor do momento, ela me empurra levemente, invertendo nossas posições. Agora sou eu quem está contra a parede, seus olhos brilhando com a mesma intensidade que os meus.
- Você desperta algo em mim... Algo que nunca senti antes... Fico pensando se...
Coloco o dedo em seus lábios novamente, impedindo-a de continuar. Não quero palavras. Apenas desejo.
Volto a beijá-la, pegando-a no colo.
Flashback off.
Essa visita de Jessyka foi maravilhosa... Mas o que ela me contou depois me encheu de ódio. Já não bastava aquela criança que ela escondeu por cinco anos-agora havia outra?
Mandei que desaparecesse e abortasse o bebê que carregava. Não quero nada que me prenda. Não é egoísmo, sede de poder ou falta de compaixão que regem minha existência. Simplesmente, não quero vínculos.
🧡📃💍🧡
O caos explode dentro da prisão, exatamente como eu previ. Uma rebelião toma conta do ambiente, e essa é a minha oportunidade. A fúria e a vingança correm em minhas veias, alimentando minha determinação. Entre os gritos e o som das sirenes, me movimento com precisão, esperando o momento certo para escapar.
O carcereiro surge no meio da confusão, e eu o sigo. Quando estamos próximos à saída, ele me entrega algo.
- Isso é um rádio HT de longa distância. Siga para a floresta. Quando encontrar um pequeno rio, me avise. Deixei uma bolsa com roupas e dinheiro para conseguir ir para onde quiser.
Sorrio de canto, pegando o dispositivo.
- Assim que eu estiver em segurança e dormindo em uma cama confortável, alguém virá entregar o seu dinheiro. - Respondo.
Ele abre a porta para mim, mas antes que eu saia, meu punho atinge seu rosto com força. Ele cambaleia, me olhando confuso.
- Não podem te pegar. - Sorrio e lhe acerto outro golpe, fazendo-o desabar no chão, desacordado.
Saio rapidamente. Como esperado, a cerca já está cortada. Mantenho-me nas sombras, deslizando pela lateral do prédio sem ser visto. Tudo segue conforme o planejado.
Mergulho na água e nado com rapidez, desviando dos holofotes. Ao emergir na outra margem, corro para dentro da mata. As árvores fechadas oferecem cobertura enquanto avanço, desviando de galhos caídos. O rádio estala com um chiado.
- Não precisava ter me socado, cara!
Sorrio.
- Acordou rápido. - Respondo, ainda ofegante. Logo à frente, o som de água corrente alcança meus ouvidos. - Estou ouvindo um rio.
- Ótimo. Quando estiver de frente para ele, atravesse e siga as árvores com fitas amarelas. Mas tire as fitas conforme avança, para não deixar rastros. Eles já notaram que alguns presos fugiram.
Minha expressão se fecha.
- Como assim?
- Pegaram um grupo que fugiu antes de você... E me encontraram desacordado. Me levaram para a enfermaria, mas alguns conseguiram escapar pelo mesmo caminho que você.
- Merda.
Paro por um instante, tentando controlar a respiração. À minha frente, vejo o rio. Corro até a margem e entro na água, atravessando-a com dificuldade conforme a correnteza me empurra. Ao alcançar o outro lado, avisto a primeira árvore marcada.
- Cheguei.
- Continue. Você vai encontrar uma cabana abandonada. Sua mochila está na despensa.
- Ok.
- Eu deixei...
Jogo o rádio no chão e o esmago sob o pé repetidas vezes até destruí-lo completamente. Depois, lanço os restos no rio e sigo pelas árvores, arrancando as fitas amarelas à medida que avanço.
🧡📃💍🧡
Caminho furtivamente pelas ruas escuras, mantendo-me nas sombras. A liberdade pulsa dentro de mim, queimando como fogo. Meu coração bate com um único propósito: vingança.
Todos que me traíram... Todos que ajudaram a me condenar... Eles vão pagar.
Eu escapei. E agora, nada nem ninguém pode me deter.
Serei o predador nas sombras, o pesadelo que se arrasta pelas vielas silenciosas. O mundo será meu palco e eu espalharei o caos em cada lugar onde pisar.
Eles vão sentir o que senti.
Dias depois...
Abaixo ainda mais o boné na cabeça e sigo até uma banca de jornais. Pego uma revista com Ravi na capa, jogo o dinheiro para o vendedor e saio folheando as páginas.
Sento-me em um banco de praça e começo a ler a reportagem sobre ele.
Meu sorriso cresce.
Isso está só começando.
"Ravi Lockwood Assume uma Nova Empreitada Enquanto Ava Equilibra a Maternidade com o Sucesso do Museu LOCKWOOD"
Por: Eloá Meireles.
Na última edição da revista Élite, trazemos uma reportagem especial sobre Ravi Lockwood, o herdeiro e diretor do renomado Museu de Artes Lockwood, que recentemente deu uma reviravolta notável em sua carreira. Ravi, que já se destacava na administração do museu, agora também está à frente de uma empresa avaliada em bilhões de euros: a Inova Bot Engineering. Antes sob a direção temporária de Samuel Schneider, a multinacional agora conta com Ravi como líder principal, mantendo Schneider como seu braço direito, mas não mais como diretor da companhia.
Com uma visão de negócios excepcional, Ravi Lockwood aceitou o desafio de expandir seus horizontes além das artes e mergulhar no mundo empresarial. Sua nova empreitada reflete sua ambição e talento empreendedor, consolidando-o como uma figura influente tanto no cenário artístico quanto no corporativo.
Enquanto Ravi se dedica à nova empresa, sua esposa, a talentosíssima Ava Lockwood, enfrenta uma dupla jornada: administrar o Museu de Artes Lockwood e cuidar de seus adoráveis gêmeos, Nikolas e Nayome.
- Então eles tiveram gêmeos... - murmuro, apertando com mais força a revista em minha mão antes de continuar a leitura.
Apesar dos desafios da maternidade, Ava segue desempenhando um papel fundamental no sucesso do museu, que conquistou o primeiro lugar no prestigiado Mural das Artes do País por seis semanas consecutivas. Essa conquista é resultado direto de seu talento e dedicação em trazer exposições inovadoras e inspiradoras ao público.
Após o julgamento de Fridek Zimmerman, condenado a quinze anos de prisão pelo sequestro e tentativa de assassinato da senhora Lockwood, Ava e Ravi finalmente encontraram um senso de paz e alívio. Com a justiça sendo feita, eles agora aguardam o julgamento de Zadock Lockwood, acusado de inúmeros crimes. Esse processo representará mais um passo crucial para garantir a tranquilidade e segurança da família Lockwood.
Ava e Ravi Lockwood vivem um momento próspero, desfrutando de uma nova fase repleta de amor, sucessos e desafios. Com sua parceria forte e apoio mútuo, continuam trilhando um caminho de realizações, deixando um legado marcante tanto no mundo das artes quanto nos negócios.
Fique ligado na Revista Élite para mais atualizações sobre a notável jornada de Ava e Ravi Lockwood!
Amasso a revista com força em minha mão, meu peito queimando de ódio. Levanto-me abruptamente e a lanço na lata de lixo antes de caminhar em direção a um beco escuro.
A cada passo, a raiva ferve dentro de mim. Meu caminho é solitário, coberto pela escuridão que me consome. Agora é minha vez de reescrever essa história... e garantir que eles nunca sejam felizes novamente.
Pensamentos obscuros se desenrolam em minha mente. A justiça que eles tanto desejam? Eu a distorço à minha própria visão. Meu mundo perfeito nunca foi feito de luz e harmonia, ele é moldado pelo caos, pela dor e pelo medo.
Meu passado está repleto de violência e manipulação. E agora chegou o momento de abrir as portas para um futuro onde serei o deus do meu próprio destino, como sempre fui.
Nada me impedirá. Não há espaço para distrações, arrependimentos ou sentimentos fracos. Somente um caminho: a trilha de destruição e caos que deixarei por onde passar.
Agora é minha vez de acabar com essa vida feliz e colorida. Agora é minha vez de trazer a escuridão, a dor e o desespero que lhes prometi quando me encolhia, chorando sozinho naquele quarto escuro do colégio interno.
Eles acham que venceram?
Mal sabem que o verdadeiro pesadelo só está começando.