Capítulo 4 Até amanhã então, Duda

GABRIEL

- Eu encontrei ela, irmão. - Falei empolgado ao entrar no escritório do restaurante de seu irmão gêmeo, Daniel.

- Encontrou quem, Gab? - Daniel me olhou, sem entender.

- Nossa mulher! Eu a vi e foi uma conexão instantânea, foi surreal. Eu olhei para ela e soube que era ela, nossa mulher, nosso amor. - Eu falei empolgado.

- Está falando sério?

Daniel não acreditou muito, pois desde adolescente achávamos que íamos encontrar o amor da sua vida. Acreditávamos que assim que víssemos nossa amada, seria uma conexão instantânea e saberíamos no ato que era a mulher de nossas vidas, mas já estávamos com 37 anos e nada aconteceu. Já estávamos desistindo disso.

- Estou, e foi exatamente do jeito que pensamos. Foi só eu colocar os olhos nela e eu soube que era ela, soube que era nossa mulher. - Eu falei.

- E onde ela está? - Daniel perguntou, sem acreditar muito no que eu falei.

- Ela estuda na universidade da Angel, porra, ela é linda, uma ruivinha perfeita.

- Se ela estuda na universidade da Angel, ainda é uma menina, somos muito mais velhos que ela, então. - Daniel falou, um tanto preocupado.

- O que que tem? Ela é nosso amor!

- Acontece que ela pode nos rejeitar, por sermos mais velhos. - Ele falou apreensivo.

- Não vai acontecer, ela vai sentir o mesmo que nós, eu sei disso. - Eu realmente estava empolgado com a garota.

- Ruiva, é? - Daniel perguntou curioso.

- Uma puta de uma ruiva linda do caralho!

- Como vamos achá-la de novo? Aquela universidade é imensa e tem muitas pessoas.

- Nem que eu tenha que procurar em cada canto daquele lugar, eu vou achar ela. - Eu falei, convicto e empolgado. Essa ruivinha vai ser nossa, isso eu não tenho dúvidas.

MARIA EDUARDA

Até que com os gêmeos o treino foi melhor. Conversamos bastante e gostei dos dois. Eles eram muito divertidos e simpáticos, um pouco intensos, eram um tanto brutos, principalmente o Antonni, mas quando o treino terminou, dei graças por isso.

- Até amanhã então, Duda? - falou Antonni sorrindo para mim.

Eu só conseguia olhar o tamanho dos braços desses dois, eram muito fortes, deviam malhar muito mesmo.

- Não tenho certeza disso, acho que não volto nunca mais. - Falei rindo, mas com sinceridade.

- Porque, Duda? - Adrian se aproximou de mim e ficou muito próximo mesmo, me deixando muito desconfortável. - Não gostou de treinar conosco? - ele perguntou, e eu só conseguia olhar para aquele peitoral sarado que estava bem na altura dos meus olhos. Eles eram bem altos. Me afastei um pouco, essa proximidade me fazia sentir coisas esquisitas demais.

- Eu até gostei, mas não tenho resistência nenhuma para encarar isso todos os dias.

- Os primeiros dias são os piores. Se continuar, logo acostuma. - Falou Antonni.

- Eu não vou me acostumar com isso nunca, tenho certeza. Sou muito preguiçosa, além do mais, não quero ficar uma bombada de academia. - Falei sem pensar e eles riram.

- Acha que somos bombados de academia? - Adrian perguntou.

- O que? Não... bom, vocês são bem gostosos... quer dizer, fortes, eu quis dizer fortes... devem malhar muito. - Eu me enrolei toda para falar.

Adrian tirou uma mecha de cabelo do meu rosto que havia soltado do coque e colocou atrás da minha orelha. Eu fiquei vermelha na hora e ele sorriu.

- Vamos fazer um combinado então. Volte amanhã, nós mesmo treinaremos você. Se conseguirmos fazer você gostar de treinar, você sairá conosco por uma semana. - Adrian falou.

- Como assim sair com vocês? - eu perguntei confusa e séria.

- Não do jeito que pensou. Apenas sair para jantar, passear e ir ao cinema, tipo essas coisas. - Falou Antonni.

- Com os dois? - eu fiquei surpresa.

- Sim, nós dois. - Falou Antonni. Eu os olhei confusa, mas até que gostei da ideia.

- E se eu não gostar de treinar?

- Então você escolhe o que quiser de nós, que te daremos. - Falou Adrian.

- Qualquer coisa? - eu os olhei com a sobrancelha arqueada.

- O que quiser, Duda. - Antonni confirmou.

- Eu estou inclusa nessa aposta? - falou Julia.

Nós a olhamos por um momento, havia me esquecido dela. Tão bom que era conversar com esses gêmeos. Júlia me olhava com ironia e eu sabia muito bem o que aquela doida estava pensando sobre eu estar toda receptiva com esses dois. Geralmente, não sou assim. Os garotos na universidade me presenteiam e, apesar de aceitar, não converso tanto com eles como estou fazendo com esses dois. E sei que ela ainda vai me zoar por isso.

- Bom, você parece não ter problemas com o treino. Já essa ruiva aqui é um desafio pessoal nosso. Somos donos da academia e, se ela sair falando por aí que odeia malhar depois de treinar em nossa academia, eu seria um treinador ruim e nossa academia seria vista como péssima. Então, não nos leve a mal, mas esse combinado é apenas para essa ruivinha preguiçosa aqui. - Falou Adrian, suave.

Júlia nos olhou com ironia e deu uma risadinha irônica para mim. Eu já entendi aquele olhar e mostrei o dedo do meio para ela.

- Ok, vamos. Ainda vamos na boate com as meninas. - Chamou Júlia.

- Eu tô morrendo, eu não vou não!

- Vai sim, combinamos há um mês e é o aniversário da Fê. Você vai, porra. - Falou ela me olhando nervosa.

- Desculpa ser intrometido, mas qual boate vocês vão? - perguntou Antonni.

- A nova no centro, acho que o nome é Luxury Torres ou Torres Luxury, não me lembro ao certo.

- Ah, sim, é a boate do meu irmão mais velho, Gabriel. - Antonni falou.

- Vocês têm mais irmãos? - Júlia perguntou empolgada.

- Sim, um casal de gêmeos também, mais velho que nós. - Falou Adrian.

- São tão bonitos como vocês? Se forem, já podem me apresentar. - Falou Júlia empolgada, eu ri.

- Bom, se esperarem por nós na entrada da boate, apresento eles a vocês e consigo levá-las para o VIP. - Falou Adrian.

- Sério? - Júlia se empolgou. - Fechou então, às nove pode ser? - perguntou Julia.

- Combinado então, até daqui a pouco! - Adrian beijou meu rosto quase na boca, Antonni fez o mesmo e saíram.

- Mano, eu queria ter essa aura de mel sua, puta que pariu, logo dois gostosos no seu pé! Isso porque nem usa sua "perseguida" a seu favor, se usasse ia ter rios de machos no seu pé! - Julia falou, me empurrando de leve, e eu ri alto.

- Cala a boca, Júlia!

- Tô falando sério amiga. - Ela falou rindo. - Por onde vai tem um macho querendo te comer!

- Quem disse que eles querem me comer? Tá doida, só estão sendo legais. E outra coisa, os dois de uma vez interessados em mim? Não tem como.

- Tem como sim. Já vi casos de gêmeos que são tão unidos que ficam com a mesma mulher.

- Seria uma loucura, eu hein!

- Seria UTI para você, Duda. Aqueles gigantes iriam te arregaçar inteira, - Nós rimos

- Vamos embora, chega desse papo maluco. Pare de me encher, dona Júlia!