O preço da inocência
img img O preço da inocência img Capítulo 4 Explicações Inválidas
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Capítulo 6 Tratada Como Princesa img
Capítulo 7 Eu acho que era um acordo... img
Capítulo 8 Tudo tão lindo img
Capítulo 9 Para Nando começou assim img
Capítulo 10 É gângster! img
Capítulo 11 Adiantando o treinamento img
Capítulo 12 Batizado Obrigatório img
Capítulo 13 Com requintes img
Capítulo 14 Treinamento que segue img
Capítulo 15 Uma pequena pausa img
Capítulo 16 Amizade Subjetiva img
Capítulo 17 Voltando para o Ensino Médio img
Capítulo 18 Regras img
Capítulo 19 Amizade Fortalecida img
Capítulo 20 Oferta img
Capítulo 21 Des Impondo as Regras img
Capítulo 22 Papai Nunca Erra img
Capítulo 23 Imaginando um futuro img
Capítulo 24 Felicidade não me cabe img
Capítulo 25 Cena de filme img
Capítulo 26 Se houver amanhã img
Capítulo 27 Tomando atitude img
Capítulo 28 É inexplicável img
Capítulo 29 Sonhos Estragados img
Capítulo 30 O noivo img
Capítulo 31 Sério mesmo img
Capítulo 32 Eu não esperava img
Capítulo 33 Um galã img
Capítulo 34 Solucionando o Problema img
Capítulo 35 A história dele img
Capítulo 36 Muitos sonhos interrompidos img
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Capítulo 4 Explicações Inválidas

Voltei pra casa e depois de um tempo, minha mãe me chamou. Meu pai tinha saído e ela estava sozinha no quarto.

- Qual é o plano, mãe?

- O irmão do meu patrão chegou no Brasil há alguns meses, a mulher está com câncer e quer morrer aqui. Por isso, pra ele é interessante esperar voce se formar pra se casar. Ele ainda não é viúvo.

- Quanto ele te deu pra você me vender pra ele?

- Não estou te vendendo. Digamos que ele está deixando os negócios dele em família.

- Não entendi.

- Ele tem uma mulher para aliviar as necessidades dele enquanto a esposa está doente. E eu vou assumir a fábrica dele, meio a meio. Quando ele ficar viúvo, depois do luto de seis meses você vai morar com ele. Seja inteligente, estou fazendo um plano que você vai poder escolher se quer ou não casar com ele. Eu me casaria, porque depois que ele bater as botas, a outra metade da fábrica é sua.

- Porque ele está sendo tão generoso? Pagaria mais barato se contratasse uma prostituta.

- Vai saber né, rico é excêntrico!

- Você já está dormindo com ele!

- Alícia, me respeite!

- Você nem consegue disfarçar! Há quanto tempo?

- Isso não é assunto seu.

- Você está me vendendo, quero saber tudo o que eu puder.

- Está bem. Ele quer uma novinha. E alguém que ele possa apresentar depois como esposa. Mas fique tranquila, vou te ensinar como ele gosta, o que você tem que fazer...

- Porque não a Mayara que já é adulta, mãe? Porque eu?

- Porque ele é meio bruto na cama, Mayara é delicada, não aguentaria.

- Então você quer que eu, sua filha, me sujeite a um homem que vai me agredir, depois me case com ele e aceite você como amante?

- Do jeito que você fala, parece sórdido.

- E não é?

- Não vou discutir meus planos com você, Alícia. Você quem me diz se quer ou não fazer faculdade.

- Eu já tomei minha decisão, mãe. Mas antes, quero saber porquê?

- Já te expliquei o por que.

- Não o porque do acordo, isso eu já sabia que você estava me vendendo. Quero saber porque você não consegue me considerar sua filha ou gostar de mim...

Minha mãe parou, ficou olhando pra mim e titubeou. Depois, com os olhos marejados, começou a falar em um tom mais calmo e baixo do que costumava falar comigo:

- Quando eu era menina, tinha planos para o futuro, tinha sonhos assim como você. Aí conheci seu pai e fui pra cama com ele pra fazer ciúmes no Henrique.

- Quem é Henrique?

- O pai do Caio. Ele foi meu primeiro. Me encantei por ele. Era filho do dono de uma oficina que eu trabalhava, começamos a sair e só depois de um tempo descobri que ele era casado. Continuamos nosso caso por três anos e ele sempre se consolava comigo que a mulher dele era seca. Até me ofereci pra parar a pílula e dar um filho pra ele, mas ele não quis. Deixou bem claro que queria criar um filho com a mulher dele. Fiquei com ódio, parei de sair com ele e parei a pílula também. Em uma confraternização da firma, ele trouxe a mulher. Aí seu pai estava conversando comigo, ele fazia a segurança do prédio a noite e a gente nunca tinha se visto, e percebi que Henrique ficou enciumado. Então levei seu pai pro depósito e você imagina o resto. Começamos a namorar, apresentei ele em casa e queria mesmo que desse certo, porque seu pai é bronco, mas é bom de cama e era solteiro.

Mas o Henrique começou a me perseguir e quando viu que eu não deixaria seu pai, me fez uma proposta. Ele deixaria a mulher dele se eu deixasse o Pedro e me assumiria. Fiquei nas nuvens. Eu o amava demais. Me levou pra escolher um apartamento pra gente morar, fez o pai dele me promover a encarregada, estávamos até escolhendo enxoval quando veio o primeiro enjôo. Aí você já sabe. Meu pai me obrigou a casar com seu pai, me deu essa casa e me excluiu da família. O Henrique voltou com a mulher dele e quando a gravidez já estava avançada, ele me fez outra proposta. Eu poderia ficar com o apartamento e tudo o que ele comprou pra nós, se eu desse meu filho pra ele. No começo achei a ideia absurda, mas ele me convenceu que eu poderia me separar do Pedro quando eu contasse que o bebê morreu no parto. Como seu avô não aceita filha separada, ele foi bem claro que me tomaria a casa se eu me separasse. Se eu desse o bebê pro Henrique, ele teria uma vida melhor e eu poderia viver no apartamento.

Só não contava que seriam gêmeos, e que seu pai se tomasse de amores por Mayara. E que aquela bruxa iria querer só uma criança. Fiquei sem meu único filho e casada com seu pai. E como a gente era casado, ele vendeu meu apartamento pra terminar de mobiliar essa casa e fez uma poupança pra Mayara com o que sobrou. Meu plano de fuga foi por água abaixo e passei a odiar seu pai por isso.

- Explicou sua história triste, mas não onde me encaixo.

- Você não percebe? Olhar pra você é olhar pra ele. Vejo ele todas as vezes que te olho. Lembro de tudo o que perdi, odeio seu pai através de você. Que não bastava ser a cara dele, ainda é uma banana frouxa como ele também. Sempre submissa, sempre boazinha. Sempre faz tudo certinho pra ser aceita. Igualzinha a ele. E Alícia, meu ódio só aumenta quanto mais vocês dois tentam me agradar.

- Está certo mãe. Aceito o contrato. Mas antes, quero conhecer meu futuro marido e conversar com ele. Preciso ter a certeza de que ele vai me permitir estudar depois de casados.

- Você vai gostar dele. Vou providenciar esse encontro para depois das festas de fim de ano e antes de eu voltar das férias coletivas!

- Combinado! me dá um tempo pra me programar pra tudo isso. Mas mamãe, não combine nada com ele, por favor!

            
            

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