Eu aproveitei para analisá-lo. Ele era loiro, com um sorriso fácil e aquele tipo de beleza clássica que parecia ter saído de uma propaganda de revista. Definitivamente bonito, mas não fazia meu tipo.
"Harper, esse é Andrew, primo do meu ex," Camila me apresentou.
"Prazer," eu disse, dando um leve sorriso.
Andrew era simpático e, para minha surpresa, nos convidou para sentar na mesa dele. "Venham, meu amigo e eu estamos ali. Vai ser ótimo colocar o papo em dia."
Camila aceitou de imediato, e eu segui com ela. Enquanto caminhávamos em direção à mesa, meu olhar foi direto para o homem sentado à frente. Ele estava de costas inicialmente, mas, ao se virar, me encarou de um jeito que fez minha pele se arrepiar.
Cabelos pretos, barba bem feita, ombros largos e um olhar penetrante. Ele era o homem mais bonito que eu já tinha visto. Não sei como, mas aquele olhar me parecia familiar.
Quando nos aproximamos, Andrew nos apresentou.
"Camila, Harper, esse é James."
James se levantou, sorrindo de lado. Ele se inclinou para cumprimentar Camila com um beijo no rosto, e, quando chegou minha vez, o toque de seus lábios na minha bochecha e o perfume que ele exalava me fizeram prender a respiração. Era um cheiro amadeirado e intenso, algo que eu nunca havia sentido antes. Só isso foi o suficiente para despertar em mim uma eletricidade que correu pelo meu corpo.
A conversa começou descontraída. Andrew e Camila monopolizavam boa parte do papo, rindo e relembrando histórias de família, enquanto James permanecia mais quieto, mas atento. De vez em quando, ele me lançava olhares que eu fingia não perceber, mas que faziam meu coração disparar.
No meio da conversa, James soltou algo que me pegou de surpresa.
"Eu já vi você antes." Ele olhou diretamente para mim, os olhos brilhando com uma intensidade que me desarmou.
"É mesmo?" perguntei, tentando soar casual, embora estivesse lutando contra o calor que subia pelo meu pescoço.
"Sim. No trânsito. Segunda-feira. Você estava no sinal, distraída. Não consegui não reparar."
Foi como um estalo. Lembrei-me daquele bad boy na moto que havia piscado para mim no semáforo. Meu rosto esquentou, e antes que eu pudesse responder, Camila interveio, curiosa.
"Você anda de moto?"
"As vezes sim," ele respondeu, sem tirar os olhos de mim.
Antes que Camila pudesse continuar a conversa, Andrew mencionou que advogava para a empresa de James, e foi aí que tudo fez sentido. Camila e eu trocamos olhares cúmplices. James Calloway, o magnata da indústria televisiva, dono da Calloway Media Group.
Nós sabíamos exatamente quem ele era, mas decidimos não deixar transparecer. Eu não era do tipo que se impressionava facilmente, e Camila parecia estar na mesma vibe.
Conforme os drinks iam chegando, o clima na mesa ficou mais descontraído. James tinha uma confiança natural, algo que o tornava ainda mais irresistível. Ele não precisava de muito para chamar atenção; sua presença já era magnética.
Mais tarde, Andrew anunciou que ia chamar um táxi para ir embora. "Camila, quer uma carona? Parece que moramos perto," ele sugeriu.
Camila aceitou, claramente feliz com a oportunidade de estender a conversa com Andrew. Eu sabia que ela tinha achado ele interessante.
"Você vai ficar bem sozinha?" Camila perguntou.
"Claro," respondi com um sorriso.
Quando eles saíram, eu me vi sozinha com James. O silêncio entre nós era carregado, mas não desconfortável. Ele olhou para mim, e senti aquela tensão novamente, como se algo estivesse prestes a acontecer.
"Meu motorista está vindo me buscar," ele disse, a voz grave e baixa. "Se quiser, posso te dar uma carona."
Hesitei por um momento, mas, no fundo, já sabia a resposta. "Bem, não sei se onde moro é caminho para você, mas se for tudo bem, eu aceito."
Saímos juntos, e quando chegamos ao carro, James segurou levemente minhas costas para me ajudar a entrar. O toque foi tão sutil, mas a intensidade foi avassaladora. Uma onda de eletricidade percorreu meu corpo, me deixando completamente alerta e... molhada.
Eu me odiava por isso. Como um simples toque de um homem podia me deixar assim?
James entrou no carro ao meu lado, e enquanto o motorista começava a dirigir, a tensão no ar era quase palpável. Eu sabia que queria mais. E algo me dizia que aquela noite seria inesquecível.