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Rosalin observou o homem parado assim como ele a observava, sem que nenhuma palavra fosse dita, o homem deu as costas para ela e apenas saiu, logo a porta fora fechada novamente.
Algo parecia familiar naquele homem, mas, Rosalin não conseguia entender o que era, naquele momento o que mais lhe preocupava era o fato de estar com tanta dor que ainda não podia se mexer.
Mas o cheiro agradável de algo saboroso sendo preparado, embora não conseguisse distinguir, aquele arroma lhe penetrava as narinas e fazia seu estômago se contorcer.
Rosalin não tinha ideia do tempo em que estava ali, nem mesmo a quanto não tinha uma refeição adequada, então quando a comida chegou ela se esforçou o máximo para poder provar.
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- Ainda procurando fantasmas?
Quem eles pensavam que eram? Harris deu um pequeno sorriso de canto e então abriu lentamente a gaveta inferior de sua escrivaninha, pegou uma pasta que estava cheia de recortes de jornal, fotos e relatórios e anexou mais um.
Já era muito tarde para ficar remoendo o passado pensava Harris quando um de seus colegas se aproximou.
- Will, Will, William,.
- Sim.
- Vamos tomar umas cervejas hoje depois do expediente, o que acha de nos acompanhar?
Apontando para os demais colegas Stevens sabia que a resposta de Harris seria negativa, mas não custava nada tentar, todos ali sabiam que Harris tinha parado de beber a alguns meses e que depois de trabalhar em um caso sem solução ele havia ficado obcecado por algo ou alguém que muitos acreditavam não existir, então se recusava a participar de qualquer coisa que fosse.
Embora a resposta fosse negativa, percebeu que um ou outro colega ficaram desapontados, talvez devesse aceitar, no entanto seu telefone tocou e ele não pensou duas vezes antes de aceitar mais um caso.
Outro desaparecimento incomum, uma jovem, muito bonita.
Após não aparecer para trabalhar naquele dia, uma de suas colegas resolveu procurar a polícia, pelo que parecia, a moça em questão não era de faltar ao trabalho e nunca havia se atrasado.
Revisando algumas páginas de desaparecidos, Harris percebeu algo em comum.
Muitas pistas e pouco se sabia sobre a vítima ou seu raptor, no entanto algo parecia errado quando Rosalin Mendes saiu do trabalho naquela noite, as ruas vasias, câmeras de vigilância desligadas, nenhum rastro.
Harris percebeu em poucos minutos que estava apenas andando em círculos mais uma vez.
Embora fosse muito óbvio para ele que se tratava de um sequestro, nada poderia ser provado.
As mesmas marcas de pneus no gramado e na cena que vira mais cedo, bitucas de cigarro com os mesmos símbolos do outro lado da rua, parecia marca registrada.
De qualquer ângulo que se olhasse poderia se notar que ela fora escolhida a dedo, mas porque, Harris estava muito longe de descobrir o que ligava um caso a outro, ele sabia que em algum momento as pessas se juntariam.
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O sabor era ainda mais delicioso do que o cheiro, a comida poderia ser facilmente confundida por a comida feita por um chef, embora Rosalin soubesse que não era o caso, pois o ambiente era um tanto insalubre, o paladar realmente a confundia.
Logo que se sentiu satisfeita ela retornou ao seu canto da cama, o que parecia estar se tornando um hábito.
Pelas suas contas faziam 3 dias que ela estava naquele ambiente, poderia ser mais, talvez, mas o que mais a intrigava era que, em nenhum momento ninguém a questionou, bom ela mesma não questionara ninguém, embora tenha observado que o mesmo homem lhe trazia as refeições e fora isso apenas uma vez observou outro homem diferente naquele local, tudo parecia ser familiar.
Talvez a pancada fora tão forte que danificara suas memórias ou seus sentidos.
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Mais um dia de trabalho se iniciava e Ricardo Salvatore estava apenas curioso sobre como Rosalin poderia ter desaparecido por tanto tempo e sem deixar rastros, após 6 anos de procura ele finalmente conseguiu encontrar uma foto dela, agora não era mais uma menina, havia se tornado uma linda mulher, o que ele não entendia era o que essa mulher tinha a ver com o desaparecimento de sua filha.
Mesmo sendo um homem muito rico e prestigiado, Ricardo teve dificuldade em encontrar as pessoas que estavam com sua filha.
As notícias no entanto não eram boas, Magda Mans estava morta e além dela apenas sua filha Rosalin poderia saber o verdadeiro paradeiro da criança, talvez ainda estivesse sob seus cuidados, esperançoso, Ricardo passou a mão no rosto não podendo acreditar que logo estaria com a criança.
O som do telefone tocando trouxe Ricardo de volta a realidade, embora não seja um sonhador, Ricardo sentia que estava próximo a verdade, mas aquela ligação naquela hora do dia só poderia significar uma coisa, mais problemas.
Sebastian Finc, um de seus investidores mais experientes estava ligando para seu número pessoal logo cedo, o telefone tocava incessante e mesmo não querendo atender ele pensou por um instante entao aceitou a chamada, mas o que poderia ser de tão importante que não poderia esperar mais.
- Sebastian...
- Salvatore, a quanto tempo?
- A que devo a honra, aconteceu algo?
- Soube do seu último encontro e então resolvi ligar pessoalmente para saber em qual pé está nossa empresa. E então...
Sem pestanejar Ricardo levou o telefone ao ouvido assim que percebeu a porta do escritório sendo aberta por uma das secretárias.
- Nada de mais Sebastian, apenas mais uma aquisição para o grupo, nada em especial.
A conversa durou alguns minutos, suficientes para perceber que Finc estava o especulando, sua verdadeira intenção era saber sobre os lucros que a nova empresa lhe trariam, Ricardo ao perceber que a secretária estava impaciente abreviou a conversa e voltou sua atenção a jovem senhora parada próximo a porta, com algumas pastas nas mãos, as quais foram calmamente colocadas em sua mesa antes da reunião mensal com os acionistas.
A secretária era uma jovem senhora, trabalhava para Ricardo a muito tempo, ou o suficiente para ambos se conhecerem bem, Adele tomou a decisão de cuidar de cada detalhe das reuniões e arquivos pessoais de Ricardo e o ajudar em qualquer coisa que lhe fosse requerida relativo ao trabalho, embora não fosse muito bonita ela era uma mulher definitivamente muito inteligente, sabia de todos os segredos de Salvatore e era uma pessoa muito discreta, ao longo de todos esses anos ela ganhou a confiança de Ricardo.
- Senhor Salvatore, estamos atrasados, os acionistas o aguardam, a reunião deve...
Ricardo Salvatore apenas acentiu e a seguiu em silêncio para a sala de reuniões, o coração de Adele parecia que ia sair do corpo, ela nunca havia feito esse tipo de coisa, Ricardo Salvatore era uma pessoa diferente naquele dia, embora ela não tivesse a intenção, chamou sua atenção para aquela reunião, o que ele faria a ela assim que o expediente acabasse, ela sabia muito bem como ele tratava as pessoas que o enfrentavam, logo o medo tomou conta, era inevitável que ela não sentisse um calafrio percorrer seu corpo.