Capítulo 4 O RITUAL

Ele arde dentro de mim, corre por minhas veias como lava, não sei explicar o quão forte queima, quando se liberta ele machuca! não a mim, mas quem está ao meu redor. Elas sorriam enquanto me torturavam, eu gritava, pedia por socorro, eu suplicava para que elas parassem, mas nada do que eu falava adiantava, uma delas chegou perto do meu ouvido e disse, você vai morrer igual a sua mãe e ninguém vai lembrar de de vocês.

Eu virei minha cabeça, e olhei dentro dos olhos dela eu pude ver a mesma sombra que estava na minha janela, eu não conseguia parar de olhar enquanto minhas costas queimavam com os cortes. Meus olhos ardiam como se estivessem pegando fogo e mesmo assim eu continuava a olhando nos olhos, quando dei por mim eu estava em chamas, o fogo tomou conta do quarto, enquanto elas gritavam o fogo as queimava, eu vi suas peles derretendo, eu ouvia o eco dos seus gritos zumbindo nos meus ouvidos, e o pior é que eu estava satisfeita em fazer aquilo, eu me sentia saciada, o meu corpo pedia por mais, eu escorregava minhas mãos em chamas pelo seus corpos eu salivava larva da minha boca pelo chão. _Ainda bem que acordou, está tudo bem agora! Disse a enfermeira do abrigo segurando meu braço _o que aconteceu? Porque eu estou aqui? _Você não se lembra? O seu quarto pegou fogo. _fogo? Como assim? eu não lembro, aí! Minha cabeça dói. Minha cabeça doía muito, eu quase não conseguia falar, foi quando o delegado entrou e pediu pra enfermeira que nós deixasse a sós, _Preciso que me diga o que aconteceu com as garotas, aonde elas estão? _Que garotas? do que você está falando? _ suas colegas de quarto _Elas me torturaram, cortaram minhas costas e puseram álcool nos cortes. o delegado me interrompeu. _chega de mentiras, primeiro sua família some e sua casa é destruída e agora são essas garotas e o quarto, isso não é coincidência. Você dormiu por quatro dias, fazem quatro dias que as garotas estão desaparecidas. EU fiquei em choque pois não lembrava o que tinha acontecido na quela noite, minha mente estava confusa minha cabeça doía muito, eu estava tão desesperada pra que ele acreditasse em mim que tirei minha blusa para ele ver os cortes. _não tem nada aí, ele disse, você não está cortada _Eu não sei como os cortes sumiram mas eu juro que elas fizeram isso comigo. O delegado sentou na cadeira enfrente a minha cama e disse. _tá! Suponhamos que elas tenham torturado você, e você pra se vingar ateou fogo no quarto e sumiu com as garotas, mas como? elas são três e você só uma. Foi isso o que aconteceu? _Eu não sei onde elas estão, e eu não botei fogo no quarto. eu gritei pela enfermeira e pedi para que ela retirasse o delegado do quarto. Mas antes de sair ele parou na porta e disse. _a assistente social vem falar com você hoje para lhe informar que você vai mudar de abrigo. Eu virei pro outro lado da cama e chorei me perguntando porque aquilo estava acontecendo comigo, a única coisa que eu desejava na quele momento era a minha mãe de volta. Como que os cortes sumiram, como que se passaram quatro dias, a onde está minha família, aonde estão as garotas?. Eu tinha tantas perguntas e não conseguia achar nem uma resposta.

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