Capítulo 10 10.

Babi passou a maior parte do dia tentando manter a mente ocupada, mas era impossível não pensar no encontro com Yanek naquela noite.

Ela ainda não sabia exatamente o que esperar, mas uma coisa era certa: ele não era um homem comum.

Enquanto aguardava o resultado dos exames, decidiu pesquisar sobre ele na internet.

Digitou "Yanek Kovalev-Harris" e imediatamente apareceram inúmeras matérias sobre ele. CEO de uma das empresas mais poderosas do país, um magnata jovem e influente.

Havia dezenas de fotos dele em eventos sociais, sempre impecavelmente vestido. O que mais chamou sua atenção, no entanto, foram as mulheres ao seu lado.

Sempre deslumbrantes.

Modelos, atrizes, herdeiras.

Todas perfeitas, como se tivessem saído de capas de revistas.

Ela se perguntou se eram sugar babies, assim como ela estava prestes a ser.

Não parecia.

E isso a fez questionar ainda mais o motivo de ele tê-la escolhido.

Ela não era feia, mas também não era do tipo de mulher que parecia combinar com um homem como ele.

Por que ele a queria?

O pensamento a incomodou.

Desligou o notebook e decidiu que precisava sair um pouco.

Pegou a bolsa e foi visitar alguns apartamentos.

Encontrou um que gostou.

Simples, mas funcional.

Por 500 dólares ao mês, ao menos era um lugar decente, onde tudo funcionava.

Não precisaria mais lidar com o senhorio irritante ou com encanamentos quebrados.

Decidiu alugar.

Guardaria o restante do dinheiro.

Não sabia exatamente o que fazer com ele ainda, mas não era burra o suficiente para sair gastando sem planejamento.

No dia seguinte, mudou-se para o novo apartamento e avisou Gabe sobre seu novo endereço.

Pouco tempo depois, recebeu uma mensagem de Yanek.

Os exames estavam todos certos.

O encontro estava marcado para aquela noite, às 9h, no mesmo hotel de sempre.

Seu coração acelerou.

Mesmo que dissesse a si mesma que não esperava nada, sabia que estava ansiosa.

Decidiu gastar um pouco do dinheiro em algo especial.

Comprou uma lingerie preta, sexy na medida certa.

Mesmo que nada acontecesse, era melhor estar preparada.

Não sabia exatamente o que Yanek queria com esse encontro, mas uma coisa era certa: ela precisava estar pronta para qualquer coisa.

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Babi respirou fundo antes de abrir a porta do quarto.

O número já lhe era familiar, mas a ansiedade dentro dela parecia ainda mais forte do que na primeira vez.

Ela girou a maçaneta devagar e entrou.

A primeira coisa que notou foi Yanek, vestido de maneira mais casual do que o normal.

Ele usava apenas uma calça social preta e uma camisa do mesmo tom, com os primeiros botões abertos, revelando um pedaço de sua clavícula e da pele clara.

Mesmo sem o terno impecável, ele exalava poder e sofisticação.

Era um homem naturalmente imponente.

O ambiente estava levemente iluminado, criando uma atmosfera aconchegante e intimista.

Sobre uma mesa elegantemente arrumada, havia um jantar que parecia simples, mas claramente caro.

O aroma de comida bem preparada misturava-se ao perfume amadeirado de Yanek.

Ele sorriu ao vê-la entrar, um sorriso que, por alguma razão, a deixou ainda mais nervosa.

- Achei que você iria gostar de comer alguma coisa antes - ele disse, a voz suave, mas firme.

Ela hesitou por um instante.

- Comer alguma coisa antes de quê? - perguntou, sem conseguir disfarçar o tom defensivo.

Yanek riu baixo.

- Antes de nos conhecermos melhor - explicou. - Você ainda parece um pouco receosa comigo. Eu não quero que se sinta assim.

Babi cruzou os braços, desconfiada.

- Você se importa com isso?

Ele inclinou a cabeça ligeiramente, estudando-a com aqueles olhos intensos.

- Importo-me porque se estiver desconfortável, as coisas não vão funcionar entre nós.

Ela mordeu o lábio, ponderando.

Era difícil acreditar que ele realmente se importava, mas, até agora, ele nunca forçou nada.

Então, ao invés de recuar, resolveu entrar na dança.

- Tudo bem. Vamos jantar.

Yanek fez um gesto com a mão, indicando que ela se sentasse.

Ela se acomodou e, logo, ele serviu vinho em sua taça.

Babi pegou a taça e girou o líquido dentro dela antes de dar um gole pequeno.

O vinho era encorpado, luxuoso, e ajudou a relaxá-la um pouco.

Enquanto jantavam, a conversa fluía de forma surpreendentemente leve.

Yanek perguntou quais filmes antigos ela gostava, e ela mencionou E o Vento Levou.

Ele sorriu de canto.

- Eu sei.

Ela franziu a testa.

- Sabe?

- Estava na sua bio no site.

Babi ficou encarando-o por um instante.

Ele tinha prestado atenção nesses detalhes?

Ela não esperava isso.

Ele parecia mais próximo, menos intimidador.

A comida estava deliciosa, e, quando terminaram, Yanek se recostou na cadeira e a observou por um momento.

Então, disse algo que fez o estômago dela se contrair.

- Quero que você se levante e vá até a cama.

A tensão voltou.

Babi hesitou, mas, aos poucos, se levantou e caminhou até a cama, sem tirar os olhos dele.

Sentou-se na beirada, sentindo um frio na barriga.

Yanek permaneceu sentado na cadeira, apenas observando-a.

Ela não fazia ideia do que estava por vir, e isso a deixava excitada e com medo ao mesmo tempo