Ele foi até a sala de estar, onde se serviu de um copo de whisky, a única bebida forte que parecia acalmá-lo quase instantaneamente. Após três doses, o calor do álcool correndo por suas veias parecia acalmar a mente inquieta. Ele precisava processar tudo o que acontecera naquela noite, especialmente a tensão com Mercedes.
"Ela ainda não está pronta para voltar a andar pela alta sociedade depois da morte de Carlos", pensou Victor, com um suspiro. O luto estava mexendo muito com a cabeça dela, e, de alguma forma, o impacto disso estava se refletindo em atitudes impulsivas, como os comentários desnecessários sobre ele e Isabelle. "Como ela ousa dizer que estou interessado em Isabelle? Uma mulher que eu mal conheço...", ele pensou, franzindo a testa, antes de se lembrar do vestido azul de Isabelle. O pensamento trouxe uma sensação estranha. Ele se calou, lembrando-se da imagem dela, e seu corpo se arrepiou involuntariamente.
Victor fechou os olhos por um momento, tentando afastar essas imagens da cabeça. Ele sabia que tinha que focar no que realmente importava: sua família e os negócios. No entanto, a presença de Isabelle, seu olhar tranquilo e confiante, parecia se infiltrar nos seus pensamentos de uma maneira que ele não conseguia controlar.
Ele deu outro gole no whisky, tentando afastar qualquer pensamento confuso.
Após terminar sua bebida, Victor bocejou, sentindo o peso do cansaço tomar conta de seu corpo. Ele precisava descansar. Enquanto caminhava pelo corredor, parou instintivamente em frente à porta do quarto de Isabelle. Por um instante, flashes da noite inteira passaram por sua mente, e ele soltou um meio sorriso ao perceber o quão ridículo havia sido.
"A idade está chegando para mim, só pode. Não é do meu feitio me sentir possessivo por nenhuma mulher, ainda mais por uma desconhecida. Que loucura, meu Deus. Ela que faça o que quiser e fique com quem bem entender. Até parece que vou dar uma de paizão para essa garota."
Mas então franziu a testa ao se dar conta de um detalhe que até agora não havia realmente processado: Isabelle tinha apenas 22 anos, enquanto ele já passara dos 40.
"É... realmente estou ficando louco por olhar para uma moça tão jovem."
Balançando a cabeça, voltou a andar em direção ao seu quarto. Não havia a menor chance de dormir sentindo-se daquele jeito, suado, então entrou no banheiro e ligou o chuveiro. A água quente escorreu por seu corpo, lavando não apenas o cansaço, mas também a irritação e as sensações confusas que se misturavam dentro dele.
Victor fechou os olhos enquanto a água quente escorria por seu corpo, aliviando a tensão acumulada no dia. Passou as mãos pelos cabelos molhados, inspirando profundamente. O vapor tomava conta do banheiro, e o som da água caindo era a única coisa que preenchia o silêncio do ambiente.
Após alguns minutos, desligou o chuveiro e pegou a toalha. Secou-se lentamente, sentindo o corpo mais relaxado, mas ainda inquieto de uma forma que ele não conseguia definir. Caminhou nu até a cama e se jogou sobre os lençóis frescos, deixando-se afundar no colchão macio. Soltou um suspiro e ficou quieto.
Por um momento, tentou esvaziar a mente, mas assim que fechou os olhos, a imagem de Isabelle surgiu com força. Ele não queria admitir, mas sua presença o afetava mais do que deveria. Não era apenas a beleza dela, embora fosse impossível ignorá-la. Havia algo no jeito como ela sorria, como se movia com graça e naturalidade, como parecia pertencer àquele lugar sem nem ao menos tentar.
Lembrou-se do instante em que entrou na cozinha e viu Isabelle rindo com o cozinheiro. A forma como os lábios dela se curvaram, os olhos brilhando... Victor sentiu o maxilar travar. Ele não tinha motivo para se incomodar com aquilo. E, ainda assim, incomodava.
Passou a mão pelo rosto, tentando afastar aqueles pensamentos. Mas então, sua mente o traiu novamente.
O desejo subiu como um incêndio incontrolável. Ele sentiu o próprio corpo reagir antes mesmo de perceber o que estava acontecendo. Seu membro pulsava, rígido, pressionando-se contra o lençol.
Victor se revirou na cama, inquieto. O lençol se enrolava em suas pernas, e o calor parecia insuportável, mesmo com o ar-condicionado ligado. Ele fechava os olhos, tentando forçar o sono, mas sua mente insistia em voltar para Isabelle.
Quando finalmente pegou no sono, foi tomado por um sonho intenso, vívido demais para ser apenas uma ilusão passageira da madrugada.
No sonho, Isabelle estava diante dele, os olhos brilhando de desejo. Vestia algo leve, quase etéreo, que delineava cada curva de seu corpo. Ele a puxou para si, sentindo o calor da pele dela contra a sua, os lábios entreabertos convidando-o a tomá-la sem reservas.
Ela suspirou seu nome quando ele deslizou as mãos por sua cintura, puxando-a para mais perto. O desejo pulsava dentro dele, incontrolável, quase feroz. Sem hesitar, a ergueu nos braços e a levou até a cama, onde seus corpos se encontraram em uma explosão de sensações.
A maneira como ela arqueava o corpo sob o seu toque, a forma como seus dedos cravavam em seus ombros... tudo parecia real demais. Ele a tomou com força, possuindo-a como se fosse a única coisa que importava naquele momento.
Mas então, num instante cruel, a imagem desmoronou. A realidade voltou como um choque frio, e Victor acordou com o peito subindo e descendo rapidamente. O suor cobria sua pele, e sua excitação era impossível de ignorar.
Passou a mão pelo rosto, frustrado e confuso. Aquilo não era apenas um sonho. Era um desejo crescente, algo que ele não conseguia mais reprimir.
Mas o que diabos ia fazer a respeito?
Sentindo o corpo quente e a mente perturbada pelo sonho, Victor soltou um suspiro pesado e se levantou da cama. Caminhou até o banheiro e ligou o chuveiro, deixando a água fria escorrer sobre sua pele na tentativa de aliviar o desejo intenso que ainda pulsava dentro dele.
Passou as mãos pelo rosto, tentando afastar as imagens de Isabelle que insistiam em voltar. Mas era inútil. O jeito que ela o encarava no sonho, a forma como seu corpo se moldava ao dele... Tudo parecia real demais.
Ficou alguns minutos sob a água corrente, esperando que a tensão diminuísse. Quando finalmente se sentiu mais relaxado, desligou o chuveiro e se enxugou.
Deitou-se, respirando fundo, tentando limpar a mente. Mas, mesmo depois do banho, a imagem de Isabelle continuava presente.