A Babá protegida do CEO
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Capítulo 8 Capitulo 8

Capítulo 8

Victor segurou os braços de Helena e a afastou com firmeza, o rosto contraído em uma expressão de impaciência. Seu humor, que já não estava dos melhores, azedou de vez.

- Helena, chega.

Ela piscou, surpresa com a frieza dele.

- Mas, querido... Hoje é nossa noite, faz tanto tempo - insistiu, tentando tocá-lo novamente, mas ele se afastou.

Ele suspirou, passando uma mão pelo rosto, tentando conter a irritação.

- Helena, é melhor você esquecer isso. Faz muito tempo que estamos sem contato, você saiu do país...

- E agora voltei! Achei que podíamos retomar de onde paramos - disse, cruzando os braços, claramente ofendida.

Victor soltou uma risada curta, sem humor.

- Retomar? Helena, eu nunca te prometi nada. Sempre deixamos claro que era algo casual.

Ela estreitou os olhos, o tom de voz ganhando um leve toque de indignação.

- Não acredito que está me dispensando assim.

Ele enfiou as mãos nos bolsos do paletó, encarando-a com seriedade.

- Eu não estou te dispensando, Helena. Estou apenas sendo honesto. Você sabe bem como as coisas entre nós sempre foram. Eu nunca fui um homem para compromissos, e você nunca parecia se importar com isso.

- Não parecia, mas agora me importo.

Ela se aproximou, tentando tocar o rosto dele, mas Victor desviou.

- Pois então é melhor parar por aqui - disse ele, categórico. - Eu não vou mudar.

O silêncio se instalou por alguns segundos, apenas o som distante da festa e o vento leve balançando as folhas das árvores ao redor.

Helena bufou, cruzando os braços.

- Muito bem, Victor. Você está dispensado também.

Ela girou nos calcanhares e voltou para dentro do evento, a expressão carregada de frustração.

Victor ficou ali por um instante, encarando o chão, sentindo um incômodo que não sabia explicar. Bufou, passando uma mão pelos cabelos, antes de decidir voltar para o salão.

Mas, ao entrar, seus olhos foram direto para a mesa onde Isabelle estava sentada. E o incômodo aumentou.

Victor ficou boquiaberto ao ver Luiz esticar a mão para Isabelle, claramente a convidando para a dança que estava começando. Era uma valsa.

***

Isabelle hesitou por um instante.

- Eu não posso aceitar. Estou trabalhando.

- Ah, mas é só uma dança, senhorita Isabelle - Luiz insistiu com um sorriso cortês. - E tenho certeza de que as crianças adorariam assistir.

- Sim! Dança, Isa! - a voz animada de Letícia soou, fazendo Isabelle virar o rosto na direção delas.

Os pequenos estavam com os olhos brilhando de expectativa, claramente animados com a ideia.

- Por favor! - disse, Henrique.

Isabelle suspirou. Como poderia recusar diante daqueles olhinhos implorando? Olhou para Luiz, que ainda esperava por sua resposta, e por fim assentiu devagar.

- Tudo bem, mas só uma dança.

Luiz sorriu satisfeito e estendeu a mão para ela.

- Será uma honra.

Ela hesitou por um segundo antes de pousar a mão sobre a dele.

***

Por um segundo, ele se perguntou se ela sabia dançar, mas assim que viu sua mão tocar a de Luiz e ela se levantar com naturalidade, sua dúvida se confirmou. Isabelle não apenas sabia dançar, mas parecia à vontade com o convite.

Seus lábios se comprimiram em uma linha rígida enquanto observava Luiz conduzi-la até a pista de dança. Os dois se posicionaram entre os outros casais e, quando a música começou, Victor sentiu algo estranho revirar dentro dele.

Isabelle deslizou suavemente pelo salão, seguindo os movimentos de Luiz com graça e leveza. O vestido dela girava levemente a cada passo, e seu sorriso tranquilo indicava que estava confortável.

Victor cerrou os punhos. Ele sabia que não tinha o direito de se incomodar, mas, droga, por que aquela cena o irritava tanto?

- Está interessado na babá, Victor? - A voz provocativa de Mercedes soou ao seu lado.

Ele nem percebeu quando a cunhada se aproximou. Sem desviar os olhos da dança, respondeu com frieza:

- Não diga besteiras.

- Besteira? - Ela riu baixo. - Então por que parece que está prestes a atravessar esse salão e arrancar a pobre Isabelle dos braços de Luiz?

Victor virou o rosto para encará-la com um olhar severo, mas Mercedes apenas ergueu a taça de champanhe com um sorriso divertido.

- Relaxa, cunhado. Se quiser dançar com ela, é só esperar sua vez.

Ele não respondeu, apenas desviou o olhar de volta para a pista, onde Luiz murmurava algo para Isabelle, fazendo-a rir baixinho.

Victor sentiu os músculos do maxilar tensionarem.

- Ridículo - murmurou para si mesmo, pegando um whisky na bandeja do garçom que passava.

Mas, por mais que tentasse se convencer de que aquilo não o afetava, ele sabia a verdade: estava odiando ver Isabelle nos braços de outro homem.

Victor ainda observava a pista de dança quando ouviu a voz provocativa de Mercedes novamente.

- Ah, antes de pedir para dançar com ela, limpe a mancha de batom nos seus lábios.

Ele virou o rosto para encará-la, sem paciência para seus joguinhos.

- O que está dizendo?

Mercedes sorriu de canto e inclinou-se levemente para ele.

- Helena te marcou, querido. - Ela apontou sutilmente para o canto da boca dele. - Seria um desperdício estragar seu momento com a babá por causa de um detalhe tão pequeno.

Victor pegou um lenço no bolso interno do paletó e passou rapidamente sobre os lábios, sem desviar o olhar dela.

- Está se divertindo, não é?

- Muito. - Mercedes riu e deu um gole no champanhe. - Você sempre tão contido, tão racional... E agora está aqui, remoendo ciúmes que nem deveria sentir.

- Não seja ridícula.

- Ah, claro. - Ela fingiu concordar, mas os olhos brilhavam com malícia. - Você não está nem um pouco incomodado com o jeito que Luiz segura a cintura dela... Ou como ela sorri para ele...

Victor expirou devagar, tentando conter a irritação.

- Cuide da sua vida, Mercedes.

- Estou cuidando, cunhado. - Ela inclinou a cabeça, olhando novamente para a pista de dança. - E, sinceramente? Luiz pode não ser milionário, mas é jovem, charmoso e parece um cavalheiro. Talvez Isabelle não esteja interessada em homens que se prendem a amantes do passado.

Victor estreitou os olhos para ela.

- E você não se cansa de envenenar tudo ao seu redor?

- Apenas dizendo a verdade.

Ele bufou, desviando o olhar novamente para Isabelle. A dança estava chegando ao fim, e Luiz se inclinou ligeiramente, dizendo algo no ouvido dela. Ela sorriu, parecendo lisonjeada.

Victor sentiu um gosto amargo na boca.

Sem dizer mais nada para Mercedes, ele colocou o copo vazio na bandeja de um garçom e começou a atravessar o salão com passos firmes.

Dessa vez, não deixaria que outro homem monopolizasse a atenção dela.

            
            

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