Capítulo 3 Excitado pela garota maluca

ADAM SMITH

- Acha que devo ligar pra ela?

Olho para minha filha, Lua, que estava sentada, me olhando atenta.

- Ajuda o papai, filha? Ela é linda, mas é muito jovem. Sabe, seu pai, não costuma sair com meninas tão mais novas, mas ela é tão... - Não sei o que falar, aquela garota mexeu comigo, estou assim o dia todo, pensando se ligo para ela ou não.

Lua pega o celular e me entrega, minha filha de quatro anos, que se recusa a falar comigo, está me dando conselhos, mesmo sem falar nada.

Maria Lua estava assim comigo e com todos há quase três meses, desde que sua mãe parou de mandar cartas a ela.

Janete, a mãe de Lua, a abandonou desde que a menina nasceu, sumiu no mundo sem se importar com ela. Quando Lua começou a perguntar pela mãe, coloquei um investigador para achá-la, quando consegui contato. Ela ainda não quis saber da Lua, mas paguei a ela para enviar cartas a ela todo mês. Mas há três meses, ela disse que se casaria e não mandaria mais nada a ela.

Tentei inventar algo pra Lua, mas a minha filha ficou muito sentida e não fala mais comigo e com ninguém. Já levei ela a uma psicóloga, que apenas disse para dar tempo a ela. Mas já se passaram três meses e nada dela falar.

- Acha que devo ligar? - Ela praticamente joga o celular em cima de mim. - Vai quebrar assim, sua pestinha. - Falo, pegando ela nos braços, giro ela no ar, que ri. Sempre conto tudo da minha vida pra Lua, mesmo que ela não entenda, contei sobre Caroline, claro, omitindo as sacanagens que fizemos no avião.

Olho a hora e vejo que já é bem tarde, não posso ligar nesse horário.

- Nem vi a hora passar. Vai dormir, Lua. - Ela me abraça, levo ela até seu quarto, coloco ela na cama e entrego seu ursinho de pelúcia favorito, ela abraça ele. - Boa noite, minha filha, eu te amo.

Lua me dá um abraço e se deita, eu a cubro com carinho.

- Não demora a falar com o papai, tá, Lua? Tô morrendo de saudade de ouvir sua voz. - Ela leva sua mãozinha macia até meu rosto, fazendo um carinho, depois fecha os olhos, pego um livro e começo a ler para ela, até ter certeza que dormiu. Vou até a adega da casa, pego uma garrafa de whisky, coloco no copo, pego e vou até a sala de estar. Ligo a TV, colocando em um jornal, não me envolvo com ninguém desde que Lua nasceu, não assim, de ligar, ter encontro, tive apenas relações sexuais esporádicas, e nada mais, ter que ligar e marcar um encontro era um tanto estranho. Não sei se ainda sei fazer isso. 

CAPÍTULO 3

ADAM SMITH

Acordo, com batidas na porta do meu quarto, conheço bem essas batidas insistentes.

- Entra, Lua. - Falo, e ela entra, vem até mim e me dá um beijo no rosto, vejo que ela já está com a roupa da escola. - Já está na hora de ir pra escola, minha princesinha? - Falo, olhando o meu relógio na mesa de canto perto da cama, dormi demais hoje, fui dormir tarde pensando naquela garota do avião.

Me levanto rápido e vou até o banheiro. Algum tempo depois, volto, pego Lua no colo e desço até o andar de baixo, a babá de Lua está arrumando a mochila dela.

Coloco Lua na cadeira perto da ilha, Marta, minha cozinheira, prepara o café da manhã de Lua, pego uma xícara de e coloco café pra mim.

- Bom dia, senhoras. - Falo sério, elas me respondem. - Senhora Carla, pode avisar o motorista pra levar Lua hoje? Perdi a hora e não vai dar tempo de me arrumar pra levar. - Falo, e a mulher me olha com ar de raiva, ela era séria demais. Lua não gostava muito dela, mas a agência da qual a contratei me informou que ela tem muitas qualificações para o cargo.

- Sim, senhor. - Ela sai.

- Tudo bem, princesinha, ir com o motorista hoje?

Lua apenas assenti, comendo seu mamão em cubos, ela gostava muito de mamão, era a única fruta que gostava, o resto comia obrigada, mas besteiras era com ela mesmo.

Assim que termina, a levo até o carro, coloco minha filha na cadeirinha e coloco sua mochila no banco. A babá entra no banco da frente do carro.

- Te amo, filha. Estuda bastante pra ficar muito inteligente e ganhar muito dinheiro para o papai não precisar trabalhar nunca mais.

Lua me olha, com seus olhos brilhantes, sei que ela quer rir, toda vez que falo isso, ela ri, e me diz que já tenho muito dinheiro. Sinto falta da minha filha sapeca. Ela acena com a mão, e o motorista sai com o carro.

Entro em casa, pego mais um pouco de café e vou até meu escritório, preciso acompanhar a grade de voo da companhia aérea, mas não consigo me concentrar, isso era esquisito, aquela garota maluca não me saia da cabeça.

Após a confusão de ontem, pegar aquele voo foi incrível, sempre viajo no meu próprio avião particular, mas não estava preparado para o voo de ontem, e Lua estava com febre, precisava vir o mais rápido possível, e aquele voo foi era o que iria sair mais cedo, por isso vim nele.

No final das contas, foi a experiência mais maluca que tive na vida, e também a mais gostosa, não sei se estou carente. Afinal, não me envolvo com ninguém há anos, apenas sexo casual, sem nada depois, apenas sexo.

E aquela garota me fez sentir algo estranho, não sei explicar, pois nem eu mesmo sei.

Me levantei, resolvi subir e me trocar para correr um pouco antes de ir para o escritório. Ainda estou em dúvidas em ligar para a garota, afinal, ela era nova, e garotas na idade dela, geralmente, são mentes vazias, ainda em evolução, só se preocupam com balada e curtição, já não estou na fase disso. Acho que, na verdade, nunca estive, sempre trabalhei demais para ter tempo dessas curtições bobas.

Tento me concentrar no que estou fazendo, já tenho uma rotina, não posso quebrar por estar excitado, por causa de uma garota maluca.

            
            

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