Capítulo 4 Caroline é sua filha

CAROLINE MATHIAS

Pego Keke no colo e vou passear com ele, realmente o danadinho é estressado, late para todo mundo, sai sem a coleira peitoral dele, pois achei que essa cria minúscula não iria me dar trabalho, tive que correr atrás dele duas vezes, atacando os outros, fora os cachorros, que com uma bocada engolem ele inteiro, mesmo assim, o folgadinho queria irritar os outros cachorros.

Agora estou voltando para casa com ele devidamente seguro em meus braços, sigo meu caminho, o bairro era bonito, dava para ver o pão de açúcar e o calor era insano. Quando cheguei em casa, dei água para o Keke e fui tomar um banho, estou suada demais.

Olho meu celular na esperança de que aquele gostoso do avião tenha me ligado, mas nada, eu que não vou ligar, vou parecer uma desesperada, não quero isso

Assim que saio do banho, coloco o vestido mais leve que trouxe, era de alças, azul e curtinho.

- Vamos, gata. - Eliz entra no meu quarto.

- Vamos aonde?

- Gastar o dinheiro do nosso pai. - Ela fala, me mostrando o cartão Black. - Vamos comprar roupas para o jantar, papai está ansioso pra te apresentar ao sócio e melhor amigo dele, ele, sua mãe e o papai eram inseparáveis, pelo que ele dizia. Sabe, eu acho que o papai nunca esqueceu sua mãe, sabe, tipo amor verdadeiro, essas coisas, que pra mim não importa, só preciso de um cara com uma boa trepada e cheio de dinheiro, não que me falte dinheiro, mas sempre é bom ter mais. - Eliz dispara a falar não consigo acompanhar ela. Como fala essa garota!

Ela praticamente me arrasta para fora, entramos em uma BMW branca, o motorista segue com o carro.

- Meu noivo é herdeiro de um dos maiores bancos do país, não é lá essas coisas, mas dá pro gasto.

- Você é maluca, Eliz. - Falo, rindo.

- Eu não sou é boba. - Ela ri.

- Não acho certo ficar gastando dinheiro do sr. Ronnie, não sou íntima dele...

- Que bobagem, você é a filha dele, não tem ideia do pai maravilhoso que tem, daria tudo pra que ele fosse meu pai de verdade. Ele está tão feliz por ter uma filha, ainda mais com sua mãe. Desde que ele soube, só sabe falar de você.

Fico quieta, não sei o que dizer, ainda estou em dúvidas se quero mesmo ter ele na minha vida.

No shopping foi uma loucura, Eliz sabe bem gastar, eu sei também, mas ela me supera de longe, acho que faliu o sr. Ronnie hoje.

Quando voltamos, Eliz já mandou subir nossas coisas para os nossos quartos, fui ver o Keke e vi uma garotinha, sentada na espreguiçadeira perto da piscina, ela era tão linda, fui até ela.

- Oi, princesa. Está perdida? - Ela me olha assustada. - Sou a Caroline, posso me sentar? Estou exausta, fui fazer compras no shopping, isso é exaustivo, gosta de fazer compras?

A menininha apenas acena com a cabeça que sim, fazendo seus cabelos castanhos um pouco abaixo do ombro balançarem.

- Aposto que só gosta das lojas de brinquedos e das lanchonetes.

Ela ri, balançando a cabeça de novo, olho para ela.

- O gato comeu sua língua? Não vai me dizer que foi o Keke? Aquele cachorrinho é bem capaz disso. - A menina ri alto, e lá vem o Keke latindo, a menina pula de susto. Seguro ele. - Calma, calma, calma, não vou deixar ele te morder, ele é bonzinho... bem, um pouquinho... não, ele não é bonzinho, mas vai aprender. - Ela ri de novo. - Ele gosta de carinho na orelha.

Faço o carinho nele, ela me olha surpresa, acho que ela já conhece a fama do demoninho. Faço ela fazer carinho nele, virando seu focinho, para ele não tentar morder, mas Keke ficou quietinho.

- Nossa... é a pimeira vez que ele dexa faze carinho. - Ela fala abismada.

- Ahh, então a bonitinha fala. - Ela ri de novo.

- Sou a Maria Lua...

- Maria Lua, não se mexa, sai de perto desse demônio em forma de cachorro! - Ouvimos uma voz grossa vindo da porta da cozinha. 

CAPÍTULO 4

CAROLINE MATHIAS

Levanto com Keke nos braços, me viro na direção da voz e arregalo meus olhos ao ver o homem do avião, ele nem me olha, corre em direção a menina, a pegando nos braços.

- Ele te mordeu, filha? - Ele fala, procurando machucados na menina. Ela balança a cabeça, negando. - Você é a nova funcionária? Não deixe esse cachorro solto, ele ataca todo mundo.

Ele ainda não me olha de tão preocupado com a menina, Adam Smith, o homem do avião, com piercing em todos os lugares, era pai de uma garotinha tão fofa.

- Não sou funcionária, e o Keke não mordeu sua filha.

Adam vira seu rosto abruptamente, seus olhos se arregalaram, ao me ver.

- Caroline? - Ele murmura, olhando como se eu fosse um fantasma.

- Oi, Adam. - Ele sorri pra mim, o sorriso desse homem é para deixar qualquer uma de calcinha molhada. Que perfeição!

- Nossa... - ele fala, me medindo dos pés à cabeça, seu olhar pra mim era como de um predador olhando sua caça.

Não falo nada e nem ele, apenas ficamos nos olhando por um tempo, até que ele se aproxima e Keke começa a latir.

- Fica quieto aí, seu projetinho raivoso de cachorro. - Dou risada de Adam, protegendo a linda menininha como se estivesse um Pit Bull à sua frente.

- Um homem desse tamanho, cheio de piercings e tatuagens, que deve ter doído pra caramba pra fazer, está com medo da mordidinha de um cãozinho deste tamanho? - Dou risada.

- Eu piso nessa miniatura, sem dó, se morder a minha filha.

- Keke não estava mordendo ninguém, não é, princesa linda? - A menininha acena com a cabeça. - Ih, o gato comeu sua língua de novo?

- Maria Lua está numa fase de silêncio, não fala com ninguém.

- Maria Lua, esse é seu nome, muito lindo, menos o Maria. Quem dá o nome de Maria hoje em dia? Meu Deus, ainda bem que é composto.

- Maria é um nome lindo, foi escolhido por uma senhora que me ajudou muito com o idioma e toda a cultura quando vim para o Brasil, foi uma senhora gentil chamada Maria.

Adam me olha, Maria Lua estica sua mão e faz carinho na orelha de Keke, que fica quieto.

- Não toca nele, filha, vai te morder.

- Não vai, Keke gosta de carinho. - Eu falo. Lua ainda acaricia Keke, me aproximo mais, Adam era tão alto, tenho que olhar para cima para falar com ele. - É bom te ver de novo, quase quarentão.

- Digo o mesmo, maluquinha. - Ele sorri.

- Está tudo bem aí, Keke? Mordeu minha afilhada linda? - Meu pai se aproxima, pegando a menina dos braços de Adam.

- Não, ele não mordeu ninguém.

Solto Keke no chão, que corre pra longe, indo brincar. Volto meu olhar pra Adam, que também estava com o olhar em mim, basicamente em meu corpo, me fazendo sentir minhas pernas bambearem, sinto os meus mamilos ficarem duros pelo arrepio que senti.

O olhar de Adam foi direto neles, que morde o lábio inferior, sem desviar o olhar, meu corpo se arrepia ainda mais diante da reação dele.

- Adam, esta é a minha filha que te falei, acho que falo dela vinte quatro horas por dia, Caroline.

O olhar de desejo de Adam pra mim agora era de puro espanto, ele olha para meu pai.

- Filha...? - Ele balbucia. - Caroline é sua filha?

            
            

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