Capítulo 4 Preciso de ti aqui filho!

Mark ficou exilado no seu apartamento por três dias. Decidiu não falar. Rob e Linda faziam tudo para diminuir os rumores, mas a imprensa estava a escavar tudo. Houve uma revista que foi a pequena vila de origem de Mark e fizeram estragos maiores, sua família tomou conhecimento em parte da vida promíscua que estava a levar, descobriu que o pai estava com um câncer em fase terminal. Essas notícias invadiam a sua mente e remexiam gavetas de memórias dolorosas.

Numa tarde chuvosa recebeu uma chamada de um número desconhecido, não tinha reparado que o código era de outro condado:

"− Alô filho! – era a voz de sua mãe. Voz fraca e triste, percebia-se que tinha estado a chorar, pois fungava muitas vezes – Filho, sou eu, a mamã!"

− Mãe! Mãe!...Você está bem?... Estás a chorar?

"−Oh filho, queria chorar de alegria por te ouvir... mas ... Eu perdi ... o teu pai morreu..."− explodiu em choros agudos.

Por alguns segundos se fez silêncio do lado da linha de Mark. Não sabia como reagir...pensou que um dia esta notícia lhe traria algum alívio, mas estava num misto de sentimentos difíceis de explicar. Sua mãe percebeu e insistiu na conversa:

"− Filho, isto aconteceu esta madrugada... acho que ele foi em paz... Volta para casa filho, vem enterrar teu pai"

− Não posso fazer isso mãe!... Tu sabes o que aconteceu ... não posso agora...

" − Não meu filho... Podes sim... E deves, porque só assim também poderás me enterrar um dia... se não fizeres ao teu pai, não poderás fazer à mim...− foi o recurso que Madeline encontro para persuadir o filho... essa mágoa precisava de acabar – Conheces a tradição, são três dias, filho... Por favor Markus! Preciso de ti aqui filho!" − caiu a linha

Mark tentou o retorno várias vezes e não conseguiu ...Durante quatro horas pensou, pensou, pensou no que a mãe pedira, pegou o telemóvel e ligou para Linda:

− Olá miúda!

− Olá boss! O que se passa? Tá com medo da chuva?

− Meu pai morreu! – fez silêncio, Linda engoliu em seco sem saber o que dizer – foi esta madrugada.

− Meu que cena! Meus pêsames! O que posso fazer para ajudar?

− Acho que vou lutar com os meus fantasmas. Minha mãe ligou com ameaças dizendo que tenho que lá ir... Preciso que organizes a minha viajem para esta noite... o máximo que velamos um morto são três dias, hoje já está a contar... penso que são mais de 3 horas de avião e mais duas de comboio para Queensville. Vou levar a minha Harley Davidson – sentia-se a tristeza na sua voz. Naquele instante Linda já estava a visitar os sites das companhias áreas.

− Ok Mark estou já a tratar. Falaste com o Robert? Quanto tempo vai durar a viagem? ...Tem algum período? ... Oh Deus desculpa! ... Penso que deves ficar com a tua família o tempo que for necessário, para darem suporte uns aos outros... Força Mark. Eu estou aqui posso te acompanhar, se quiseres!

− Obrigado miúda! Mas tenho de fazer isso sozinho. Falas tu com o Bob. Diz que vou enterrar o meu pai. – terminou a ligação.

            
            

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