CEO na Lista Negra
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Capítulo 3 3

O eco dos saltos de Isabella ressoava pelos corredores da Blake Industries enquanto ela saía do escritório de Alexander. Ela se sentia... inquieta. Não porque ele a tivesse intimidado, mas porque ele havia conseguido algo que ninguém mais havia conseguido antes: desconcertá-la.

Havia algo em sua voz quando falou sobre seu passado, uma sombra em seus olhos que não combinava com a imagem de um homem arrogante e impiedoso. Mas ele se recuperou rápido, e isso só significava uma coisa: ele estava escondendo algo importante.

E ela iria descobrir.

- As Pistas do Passado

Naquela mesma tarde, de volta ao seu apartamento, Isabella se sentou à sua mesa e começou a analisar o que sabia.

Há dez anos, Alexander Blake desapareceu.

Isso era um fato. E se ele mesmo havia admitido, isso significava que não poderia esconder totalmente. Mas por quê? O que o havia levado a querer "deixar de existir"?

Com uma xícara de café ao seu lado e o laptop aberto, começou a rastrear arquivos antigos, artigos de jornais, registros financeiros. Era meticulosa, paciente. Sabia que as respostas nem sempre estavam no óbvio, mas nos pequenos detalhes que outros deixavam passar.

Finalmente, após várias horas de busca, encontrou algo.

Um artigo de um jornal pequeno, quase irrelevante, datado exatamente dez anos atrás.

"Incêndio em comunidade marginalizada deixa vários desaparecidos e uma vítima fatal."

A matéria falava sobre um incêndio devastador em uma área humilde nos arredores da cidade. Não havia nomes, apenas um relatório vago sobre a tragédia. Mas o que chamou sua atenção foi um detalhe em particular: a empresa que possuía o terreno havia sido uma subsidiária de uma corporação maior... uma que, anos depois, foi absorvida pela Blake Industries.

Isabella sentiu seu coração bater mais forte.

- O que você fez, Alexander Blake? - murmurou.

Se esse incêndio tinha algo a ver com seu desaparecimento, então havia algo muito mais sombrio por trás de sua história.

- Um Encontro Perigoso

Decidida a obter respostas, Isabella decidiu jogar sujo. Se Alexander não falaria, ela faria com que falasse.

Usando sua credencial de jornalista, rastreou os registros de testemunhas do incêndio. A maioria já não morava na cidade ou simplesmente havia desaparecido. Mas um dos nomes ainda estava ativo: um homem chamado Marcos Ibarra, que naquela época havia sido voluntário na comunidade.

Conduziu até um bairro modesto, onde as ruas estavam cheias de crianças brincando e idosos sentados nas portas de suas casas. Isabella localizou o endereço de Marcos e tocou a campainha.

Um homem de cerca de quarenta anos, com cicatrizes nos braços e um olhar cansado, atendeu.

- Sim?

- Marcos Ibarra, não é? Sou Isabella Ramírez, jornalista do The Truth.

Ele a olhou com desconfiança.

- Não falo com jornalistas.

Isabella colocou o pé antes que ele pudesse fechar a porta.

- Quero falar com você sobre o incêndio de dez anos atrás. Sei que você esteve lá.

A reação de Marcos foi imediata. Seus olhos escureceram e ele engoliu em seco com dificuldade.

- Não sei do que você está falando.

- Sei que sim. E sei que tem alguém mais que também lembra disso: Alexander Blake.

O homem apertou os punhos e olhou ao redor, como se temesse que alguém os estivesse observando.

- Vai embora. Não quero problemas.

- Escuta, Marcos - disse Isabella com firmeza. - Não vim para te fazer mal. Só quero a verdade. Blake não quer falar, mas sei que você quer.

O homem suspirou pesadamente e passou a mão pelo rosto. Finalmente, a deixou entrar.

O pequeno apartamento tinha poucas coisas, mas em uma das paredes estava uma foto de uma criança. Isabella percebeu que Marcos a olhava de canto de olho, como se esperasse que ela perguntasse. Mas ela esperou.

Finalmente, ele falou.

- Há dez anos, aquela comunidade era nosso lar. Éramos pessoas humildes, mas nos ajudávamos. Até que um dia, uma empresa imobiliária decidiu que queria o terreno para construir um maldito complexo de escritórios. Nos deram um aviso de despejo, mas a maioria não tinha para onde ir.

Isabella ouvia atentamente.

- Uma noite... houve fogo. Não sei como começou, mas as chamas se espalharam rápido. As pessoas gritavam, tentávamos ajudar. E então... - Marcos engoliu em seco. - Meu filho, Gabriel... ficou preso lá dentro.

A jornalista sentiu um nó no estômago.

- Sinto muito.

Marcos apertou a mandíbula.

- Mas é aqui que entra Blake.

Isabella se inclinou ligeiramente para frente.

- O que ele tem a ver com isso?

- Ele estava lá naquela noite.

O coração de Isabella parou por um segundo.

- O quê?

- Ele chegou quando tudo estava em chamas. Eu vi com meus próprios olhos. Não sei o que ele estava fazendo lá, mas ele não era um empresário milionário naquela época. Ele parecia... desesperado. Como se estivesse procurando alguém.

Isabella sentiu que tudo estava começando a fazer sentido.

- E o que aconteceu depois?

- Depois do incêndio, ele sumiu. E meses depois, o nome dele apareceu em todos os lugares como o novo magnata dos negócios. Como se aquela noite o tivesse mudado.

Ela anotou rapidamente.

- Você acha que ele teve algo a ver com o incêndio?

Marcos balançou a cabeça.

- Não sei. Mas o que eu sei é que naquela noite algo o marcou. E se você quiser respostas, vai ter que tirá-las dele.

- O Confronto

Naquela noite, Isabella não pôde esperar mais. Pegou seu telefone e discou o número que havia conseguido da assistente de Blake.

- Isabella Ramírez - disse ele ao atender, com seu tom habitual de zombaria. - Me surpreende que você não consiga ficar longe de mim.

- Onde você estava na noite do incêndio de dez anos atrás?

O silêncio do outro lado da linha foi tão forte que Isabella quase podia ouvi-lo respirar.

- Nos vemos no meu escritório. Agora.

E desligou.

- Verdades Ocultas

Menos de uma hora depois, Isabella estava no escritório de Blake, com os braços cruzados e o olhar firme.

- Falei com alguém que esteve lá naquela noite - disse sem rodeios. - Quero a verdade.

Alexander a observou em silêncio. Passou a mão no cabelo, como se estivesse considerando suas opções.

- Alguém muito importante para mim morreu naquela noite - disse finalmente, com voz grave. - Eu não fui responsável pelo incêndio, mas me certifiquei de que quem o provocou pagasse.

Isabella sentiu um arrepio.

- O que você fez?

Ele se aproximou lentamente, ficando a apenas centímetros dela.

- Isso, Isabella, é uma história que você ainda não está pronta para ouvir.

E pela primeira vez em sua vida, ela sentiu que estava prestes a descobrir algo que não só poderia mudar sua carreira... mas também sua vida.

            
            

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