CEO na Lista Negra
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Capítulo 5 5

A noite caía lentamente sobre a cidade, mas Isabella ainda estava acordada. A luz suave de sua lâmpada de mesa iluminava as pilhas de papéis e os arquivos desordenados que ela havia revisado durante horas. O relato de Alexander girava em sua cabeça, como uma melodia sombria que não conseguia parar de ouvir. Havia algo mais em sua história, algo que ela não conseguia encaixar. Ele lhe mostrara um lado vulnerável, uma parte de sua alma quebrada que, de alguma forma, fazia sua monstruosa arrogância parecer mais... humana.

No entanto, ela não conseguia esquecer o perigo que ele representava. Alexander Blake não era apenas um homem com um passado trágico. Ele também era alguém que havia usado aquela dor para se moldar em algo imparável, uma força que, agora que ela sabia, poderia facilmente esmagá-la se ela se interpusesse em seu caminho.

Mas algo dentro dela dizia que ela precisava seguir em frente.

Ela não podia desistir. Não podia virar as costas e parar de investigar. Havia algo mais, algo que ela ainda não havia descoberto. Algo mais sombrio que se escondia por trás de seus olhos frios e de sua postura desafiadora. E se ela não o desenterrasse, ninguém o faria.

Por isso, decidiu dar mais um passo.

O Rastro nas Sombras

No dia seguinte, Isabella se dirigiu à estação de bombeiros mais próxima da área do incêndio. Embora as autoridades já tivessem fechado o caso, ela confiava que os bombeiros poderiam oferecer uma perspectiva diferente, algo que talvez o resto do mundo não tivesse notado. Quando chegou, encontrou o prédio em uma área esquecida da cidade, cercado por lojas fechadas e ruas vazias. A estação parecia antiquada, com equipamentos desgastados pelo tempo. A porta estava aberta, e um par de bombeiros, homens e mulheres de rostos cansados, terminava de limpar seu equipamento.

-Posso falar com o chefe de turno? -perguntou Isabella, com a credencial em mãos.

Um homem alto, de cabelo grisalho e olhar sério, se aproximou.

-Sou o chefe aqui, no que posso te ajudar?

Isabella não perdeu tempo.

-Estou investigando o incêndio de dez anos atrás, no bairro El Sol Naciente. Você estava lá naquela noite?

O homem franziu a testa, sua expressão se endureceu.

-Claro que sim. Aquela foi uma noite que nenhum de nós vai esquecer.

Isabella deu alguns segundos para ele falar.

-O que aconteceu exatamente? Já sei o que disseram as notícias, mas quero ouvir sua versão. O que não foi dito.

O chefe de bombeiros a observou fixamente, como se estivesse pensando se deveria abrir aquela caixa de Pandora. Depois de um longo suspiro, começou.

-O incêndio começou por volta das nove da noite. Um incêndio em uma comunidade como aquela não é algo raro, mas este... este foi diferente. As chamas cresceram muito mais rápido do que o normal. Pensamos que fosse um incêndio acidental, mas algo não batia. Já tínhamos estado naquele bairro várias vezes, e nunca tinha acontecido algo assim.

Isabella o observou atentamente.

-O que o fez diferente?

O chefe de bombeiros fez uma pausa, olhou ao redor como se certificando de que ninguém estava ouvindo. Então, se aproximou um pouco mais.

-Recebemos uma ligação naquela noite, antes do incêndio começar. Não era uma ligação normal. Nos alertaram que algo ia acontecer, mas não disseram o quê exatamente. Só nos disseram que algo grande estava por vir. E não estou falando das chamas.

Isabella sentia a tensão no ar.

-E o que vocês fizeram?

-Fomos investigar, claro. Mas não chegamos a tempo. Quando chegamos, as chamas já haviam se alastrado, e a maioria das pessoas já estava fora de suas casas. Mas algo no ambiente... algo não estava certo.

-Algo não estava certo? -perguntou Isabella, sem poder se conter.

-O vento. O vento soprava na direção errada, como se alguém o tivesse direcionado para as casas. Não era natural. E houve explosões. Não grandes, mas pequenas... como se algo dentro das casas tivesse sido provocado. Não posso te dizer o quê exatamente, mas não era só fogo. Havia algo mais. Algo intencional.

Isabella sentiu um arrepio percorrer sua coluna. Tudo o que ela estava investigando parecia se encaixar em um padrão muito mais sombrio.

-E Alexander Blake? O que sabe sobre ele?

O chefe de bombeiros abaixou o olhar e suspirou.

-Escuta, jornalista... não vou te dizer que vi algo estranho sobre o Blake naquela noite. Mas sei que o homem não estava lá por acaso. Ninguém estava. E ele não era quem dizia ser. O incêndio não foi um acidente.

Isabella deixou escapar um suspiro. As peças começavam a se encaixar. Alexander Blake não apenas havia perdido seu irmão naquele incêndio, mas estava envolvido de uma maneira muito mais sombria.

A Confrontação

Naquela mesma tarde, Isabella se dirigiu novamente ao escritório de Blake. Mas desta vez, algo havia mudado nela. Ela não estava mais apenas buscando respostas. Agora sabia que havia algo muito maior em jogo. Algo perigoso. E se quisesse sobreviver, teria que enfrentar esse monstro de frente.

Quando chegou à entrada, a recepcionista a olhou surpresa.

-A senhorita Ramírez? O senhor Blake não está disponível neste momento.

-Diga a ele que é urgente. -Isabella não estava disposta a esperar mais.

Alguns minutos depois, a voz familiar de Alexander soou do outro lado do telefone.

-O que você quer, Isabella?

Ela engoliu em seco, sentindo seu coração bater forte.

-Eu sei o que aconteceu naquela noite. Sei o que aconteceu no El Sol Naciente. E sei que você esteve envolvido.

Houve um longo silêncio do outro lado da linha. Um silêncio tão profundo que fez a tensão se tornar palpável. Finalmente, Alexander falou, mas seu tom havia mudado. Já não era arrogante. Agora, soava quase... cansado.

-Você não deveria ter vindo.

-Por quê? O que vai fazer? Me ameaçar? -Isabella sentiu como a ira começava a se espalhar pelo seu peito.

-Não. Não vou te ameaçar. Vou te mostrar algo. Se continuar procurando, vai se meter em algo maior do que pode lidar.

O telefone foi desligado.

Isabella ficou ali, no meio do escritório vazio, olhando para seu celular. E naquele momento, soube que havia cruzado uma linha. Uma linha sem volta.

Mas era tarde demais. A verdade, aquela chama ardente que ela estava buscando, a consumiria completamente.

                         

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