Capítulo 4 O Primeiro Bolo

Emma estava decidida a que os próximos encontros fossem um sucesso, ou pelo menos dignos de um episódio de comédia. Ela havia se preparado para o encontro com Rodrigo, um homem bonitão, mas de repente algo deu errado. Ela chegou ao bar um pouco antes, por precaução, mas ficou esperando... e esperando... e esperando.

- Não, não, não. Não acredito que ele vai me dar um bolo!

Ela olhou para o celular, encarando a tela. Rodrigo visualizou a mensagem e não respondeu.

- Pelo menos ele podia ter morrido num acidente de trânsito. Ou, sei lá, ter sido sequestrado por alienígenas.

Era como se estivesse em uma cena de filme, em que a protagonista fizesse uma cena dramática e ninguém se importasse.

Depois de mais dez minutos sem sinal de Rodrigo, Emma virou para o bartender e pediu um drink, já pronta para jogar a toalha e declarar guerra aos aplicativos de namoro.

Foi quando ela ouviu uma voz suave, mas divertida, ao seu lado:

- Você está tentando convencer esse copo de bebida a ser seu único companheiro para a noite?

Emma virou-se e encontrou um cara sorrindo para ela, claramente divertido demais com sua situação. Ele segurava uma cerveja e a observava com uma mistura de simpatia e humor.

- Não sei se vou precisar de mais bebidas ou de um bom conselho para lidar com a vergonha alheia. - Emma riu, olhando para seu celular.

- Então você já levou um bolo. - O homem falou, tomando outro gole de cerveja. - Isso é sempre um clássico.

- Ah, você não sabe a metade disso. E pelo visto, é um especialista no assunto, não é?

- Nada disso. Mas eu sou Billy, e pelo jeito você é... a mulher que ainda vai encontrar o amor em meio a um monte de desastres.

Emma olhou para ele com um sorriso irônico.

- Emma. E eu estou começando a acreditar que os desastres são o único tipo de encontro que vou ter. Mas eu não desisto fácil. Pelo menos um desses dez encontros vai dar certo.

Billy levantou uma sobrancelha, claramente intrigado.

- Dez encontros?

- Sim. Eu estou nessa missão de encontrar o amor. Dez encontros em trinta dias. Claro que entre eles, pelo menos um vai ser o certo. - Emma fez uma cara convencida.

Billy riu, mas não com escárnio. Ele parecia genuinamente divertido pela ideia.

- Eu gosto da sua determinação. Mas deixa eu te dar uma dica: se o número de encontros for maior que o de pessoas decentes, talvez o amor esteja mais perto do que você pensa.

Emma olhou para ele, intrigada, e então deu uma risada.

- Ok, Billy. Então você vai ser o meu conselheiro não solicitado para encontros. Mas nada de me empurrar para encontros com homens sem graça, hein? Eu tenho standards.

Billy sorriu, pegando mais um gole de cerveja.

- Não prometo nada. Mas já que você tem esse plano maluco de dez encontros, posso ajudar. Na verdade, estou precisando de ideias criativas para um novo projeto...

Emma franziu a testa.

- Projeto? O que você faz?

- Eu sou roteirista de um reality show. E agora, você tem uma ideia maravilhosa para transformar essa sua história de encontros em algo interessante.

Emma riu, meio desconfiada, meio animada com a possibilidade.

- Você tá dizendo que quer transformar minha vida amorosa em um show de TV?

- Não, mas quem sabe se essa ideia de dez encontros der certo? - Billy deu um sorriso travesso. - Eu acho que você vai ser a estrela do próximo grande programa de namoro.

Emma o olhou por um segundo, tentando entender o que ele queria dizer. Depois, deu de ombros.

- Ok, vamos fazer um acordo. Vou te dar meu número, e se algum desses encontros der realmente certo, você vai me ajudar a escrever a versão "real" da história. Que tal?

- Fechado! E olha, boa sorte com seu plano. Porque quem sabe, entre os dez encontros, um deles vai ser o cara certo.

Emma pegou o celular e, com um sorriso maroto, digitou seu número.

Emma: Eu não sou uma estrela de reality, mas posso ser uma estrela do amor. Vamos ver o que acontece.

E sem saber, aquele encontro maluco com Billy marcou o início de algo que Emma nunca imaginou.

            
            

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