Capítulo 6 A Loucura Ganha Vida

Na manhã seguinte, com uma leve ressaca, acordei com uma única missão: transformar aquela conversa de bar em um projeto real. Ainda meio zonzo, reli as anotações da noite anterior e percebi que eu realmente tinha algo bom nas mãos.

"Dez encontros. Um amor."

O título já soava como um sucesso. E, honestamente, parecia um daqueles programas viciantes que as pessoas assistem enquanto comem pipoca e gritam para a TV.

Peguei meu notebook, ajeitei a bagunça na sala e comecei a estruturar tudo. A premissa era simples, mas brilhante: Emma, uma mulher carismática, espontânea e totalmente caótica, em busca do amor, enfrentando encontros desastrosos e momentos hilários, enquanto uma equipe de produção secretamente documentava tudo.

O diferencial? Nada de roteiros forçados. Seria real. Cru. Engraçado.

Enviei a proposta para a emissora naquele mesmo dia, com um misto de ansiedade e euforia. Fiquei na expectativa, roendo as unhas e checando meus e-mails a cada cinco minutos.

Três dias depois, a aprovação chegou.

Foi um daqueles momentos em que você quer sair correndo e gritando pela casa, mas tenta manter a dignidade. (Falhei nisso, admito. Meu vizinho deve ter achado que eu ganhei na loteria).

Agora, eu só precisava do ingrediente principal: a maluca.

Emma.

Peguei o telefone e disquei o número que ela me passou naquela noite.

Billy: "E aí, maluca, pronta para se tornar a estrela do próximo reality show da TV?"

Silêncio do outro lado.

Emma: "Quê?? Billy, pelo amor de Deus, são 8 da manhã. Quem tem energia para isso a essa hora?"

Billy: "Alguém que acabou de conseguir aprovação para transformar sua busca pelo amor em um programa de TV. Isso mesmo, Emma! Você agora é oficialmente a estrela do meu novo reality!"

Mais silêncio.

Emma: "Peraí... você não tava brincando aquela noite?? Isso é sério??"

Billy: "Emma, eu nunca falei algo tão sério na vida. O show já foi aprovado, os diretores já estão na jogada e agora só falta você dizer 'sim' para começarmos a trabalhar."

Ela riu. Aquele tipo de riso nervoso misturado com 'meu Deus, o que foi que eu fiz?'

Emma: "Então quer dizer que eu só preciso sair com 10 caras e você cuida do resto?"

Billy: "Exatamente! A produção vai encontrar os pretendentes, organizar os encontros e documentar tudo. Você só precisa aparecer, ser você mesma e deixar a mágica acontecer."

Emma: "Billy... você tem certeza de que a emissora não enlouqueceu junto com você?"

Billy: "Ah, pode apostar que sim. Mas, ei, vai ser divertido. E quem sabe você não encontra mesmo o amor da sua vida?"

Ela ficou em silêncio de novo. Então suspirou.

Emma: "Sabe de uma coisa? Dane-se. Vamos fazer essa loucura."

Billy: "Isso! Sabia que você não ia me decepcionar. Agora se arruma, porque temos uma reunião com a equipe e quero te apresentar oficialmente como a estrela desse show."

Emma: "Se eu sou a estrela, exijo café grátis."

Billy: "Fechado. Mas só se você prometer não assustar os diretores."

Emma: "Não posso prometer nada."

E assim, Emma entrou oficialmente para a jornada mais insana da sua vida.

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No mesmo dia, marquei uma reunião com os diretores e o time de produção. O projeto estava saindo do papel e agora era hora de botar a mão na massa.

Emma chegou ao estúdio de gravação do jeito mais Emma possível: de óculos escuros gigantes, um café na mão e um moletom que dizia "Se eu tô aqui, é porque fui coagida".

Ao entrar na sala de reunião, olhou ao redor e soltou:

"Uau, então é assim que começa a minha carreira de futura vencedora do Emmy?"

Os diretores riram. Emma já estava conquistando todo mundo, sem nem perceber.

Eu tomei a palavra.

Billy: "Senhores e senhoras, apresento a vocês a protagonista do nosso reality show, a mulher que vai nos dar os melhores momentos de comédia, romance e, claro, puro caos televisivo: Emma!"

Ela fez uma reverência exagerada e acenou para todos.

Emma: "Espero que estejam preparados para rir da minha desgraça."

Todos riram de novo. Eu sabia que tinha feito a escolha certa.

A equipe explicou o cronograma, como funcionaria a seleção dos candidatos e as regras básicas do programa. Emma ouviu tudo atentamente... ou pelo menos fingiu ouvir, porque a certa altura sussurrou para mim:

Emma: "Billy, se algum dos caras for chato, eu posso fugir pela janela?"

Billy: "Emma, estamos no terceiro andar."

Emma: "Então a resposta é não. Ok, anotei aqui."

A equipe garantiu que os pretendentes seriam selecionados cuidadosamente para garantir entretenimento, diversidade e, claro, boas risadas.

Emma, por sua vez, tinha uma única exigência:

Emma: "Se algum dos caras for muito meloso ou me chamar de 'princesa' no primeiro encontro, eu posso eliminá-lo na hora?"

Os diretores trocaram olhares e riram.

Diretor: "Na verdade, isso pode até ser um quadro do programa. Emma's Red Flag!"

Ela bateu palmas.

Emma: "Adorei. Vou eliminar igual a Xuxa no 'Ilariê'. Tô pronta."

E assim, com um plano maluco e uma protagonista que não tem filtro algum, "10 Encontros e 1 Amor" começou oficialmente a tomar forma.

Mal sabíamos que o verdadeiro enredo da história estava prestes a nos surpreender ainda mais...

            
            

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