Eu me atrapalhei com meu celular na minha bolsa e o puxei para fora, mas hesitei no último instante. Quão embaraçoso seria se eu chamasse Anastásia ou Trish e lhe dissesse à verdade, que eu consegui me perder ao ir procurar o banheiro feminino? A atmosfera entre nós tinha sido tensas desde a minha dança com Cosimo de qualquer maneira. Não havia necessidade lhes dar mais munição contra mim.
Pela primeira vez, eu desejei que Talia estivesse aqui. Nós iriamos rir sobre isso juntas, e ela me zoaria sobre isso por um longo tempo, mas nunca fora de sua malícia. Ela não contaria para outras pessoas.
Fiz uma pausa, percebendo que eu nem sequer confiava nas minhas duas melhores amigas. Eu balancei minha cabeça. Este era o mundo em que eu vivia. Você não pode confiar nas pessoas, nem mesmo nas pessoas que você chamava de seus amigos, isso é o que meu pai sempre disse. Eu sempre fui relutante em acreditar nele. Eu coloquei meu telefone de volta na minha bolsa. Eu não ia ligar para elas, de maneira nenhuma.
Mamãe também estava fora de questão de qualquer forma.
E Cosimo. Não, eu não preciso de outra razão para que seja estranho entre nós. E não havia diferenças entre ele e um estranho. Eu tinha um pressentimento que isso não mudaria até dia do nosso casamento e talvez muito tempo depois.
Com um suspiro, eu continuei. Em algum momento eu teria que ver algo que eu reconheceria e encontraria o meu caminho de volta para a festa.
Virei em outro corredor desconhecido – eles realmente pareciam ser todos iguais – foi quando vi alguém no corredor apenas alguns passos a minha frente. Finalmente, alguém que poderia ser capaz de me apontar à direção certa!
Minha alegria se transformou em choque, então em medo quando eu percebi quem eu tinha encontrado.
Growl.
Ele não se moveu. Apenas ficou lá. Era como se ele já estivesse neste corredor por um tempo.
À espera de uma vítima, talvez, minha mente hiperativa sugeriu.
Mas tanto quanto eu queria zombar interiormente da ideia, eu tinha a sensação de que não era assim tão distante. Medo e fascínio começaram uma batalha em mim, e eu me lembrei de que ele não iria me tocar. Meu pai era muito importante para Falcone, e isso significava que eu era também. Talvez Growl fosse um assassino implacável, pouco mais do que uma máquina de matar e um monstro, mas ele era definitivamente um monstro inteligente ou ele não teria chegado tão longe. E ainda assim eu esperava que meus guarda-costas viriam me encontrar em breve. Mesmo que eles tivessem me visto deixando à festa? Eles tentaram dar liberdade as minhas amigas e eu. Mas agora eu queria que eles não tivessem feito isso.
Os olhos de Growl não demonstraram nada enquanto me observavam. Uma de suas muitas tatuagens espreitou fora. Eu nunca tinha visto elas, mas você não pode ser uma parte da sociedade e não ouvir as histórias. Mesmo vestido com um terno, disfarçado como um de nós, ele não conseguia esconder quem ele era. Suas tatuagens a mostra era uma pequena dica do monstro debaixo do traje caro. Eu me perguntava como ele ficaria sem o terno. Calor subiu em minhas bochechas com o pensamento ridículo. Eu definitivamente tinha bebido muito.
Uma carranca atravessou seu rosto antes dele desaparecer e eu perceber quanto tempo eu estava olhando para ele de novo, julgando-o. Eu provavelmente não tinha conseguido esconder meus pensamentos muito bem. Um erro que poderia arruinar tudo em nosso mundo. Meus pais me ensinaram como funcionavam as coisas.
A porta atrás dele, parecia vagamente familiar. Levava ao lobby principal. Eu não me movi. Fazer o caminho de volta para a festa, significava ir para perto dele.
Era ridículo. Eu não era qualquer uma. E não estávamos em qualquer lugar. Ele não faria nada. Mesmo que ele tivesse regras uma delas era que eu estava fora dos limites, assim como todas as meninas de famílias como a minha. Não importa o quanto absurda à declaração de Anastásia soou, era verdadeira.
Eu inclinei meus ombros e dei alguns passos determinados em direção a Growl. Chegando mais perto meu pulso acelerou. Growl era o caçador e eu era a presa, o que não fazia sentido desde que ele não tinha se movido desde a minha chegada ao corredor. Estou a pensar sobre isso, ele nunca chegou a falar quando eu estava me aproximando.
- Eu sou Cara, - eu disse com voz apressada. Talvez se eu pudesse fazê-lo falar, ele não pareceria tão perigoso, mas ele não reagiu só me olhou com uma expressão ilegível, e depois a porta se abriu atrás dele, e minha mãe apareceu.
Seus olhos pousaram em mim, em seguida, mudou-se para Growl, e sua expressão tornou-se rígida.
- Cara, eu e seu pai estávamos procurando por você. Volte para o salão, - disse ela, ignorando completamente o homem no corredor com a gente.
Eu balancei a cabeça e corri passando por Growl. Seus olhos, âmbar escuro me seguiram, mas ele permaneceu em silêncio. Quando olhei de volta para ele, uma emoção percorreu meu corpo e eu tive que parar de olhar por cima do ombro.
No momento em que eu e minha mãe estávamos fora do corredor e em uma sala deserta, ela agarrou meu braço em um aperto esmagador. - O que você estava pensando em ficar sozinha com aquele... Aquele homem, - ela praticamente cuspiu a última palavra. Seus olhos estavam arregalados e quase frenéticos. - Eu não posso acreditar que eles o deixaram entrar. Seu lugar é em uma gaiola com algemas, longe de qualquer pessoa decente.
Suas unhas cravaram em meu braço.
- Mãe, você está me machucando.
Ela me soltou e eu finalmente reconheci a emoção no seu rosto.
Não era raiva, mas preocupação.
- Eu estou bem, - eu disse com firmeza. - Eu me perdi e me deparei com ... - Eu procurei em minha mente por um nome diferente de Growl, um que não parecesse muito com um apelido, ao redor da minha mãe, mas fiquei de mãos vazias.
- Cara, você não pode sair andando por aí, sem pensar nas consequências de suas ações.
- Eu estava procurando o banheiro. Eu não estava passeando por aí, - eu disse.
- Cosimo é um bom partido. Não vá estragar tudo agora.
Pisquei, incapaz de acreditar nos meus ouvidos. - É com isso que você está preocupada?
Mamãe respirou fundo e colocou sua mão no meu rosto. - Estou preocupada com você. Mas isso também inclui a sua reputação. Neste mundo, uma mulher não é nada sem uma boa reputação. Para um homem, isso é uma questão diferente. Eles podem fazer o que eles quiserem e isso ainda vai ajudar a sua reputação, mas somos obrigadas a seguir diferentes padrões. Precisamos ser tudo o que eles não são. Precisamos compensar as suas falhas. Isso é o que significamos para eles. Nós, você, precisa ser gentil e dócil e virtuosa. Os homens querem tudo e devemos manter nossos desejos firmemente trancados, Mesmo que os homens não possam.
Não era a primeira vez que ela dizia algo assim para mim, mas a maneira como ela acentuou a palavra - desejo - em seu discurso me deixou preocupada de que ela sabia da reação do meu corpo com a proximidade de Growl.
Ela não precisava ter se preocupado. Meu medo sobre esse homem, de tudo o que ele representava e do que ele era capaz, superou qualquer pequena arrepio de excitação que meu corpo poderia ter sentido ao seu redor.
GROWL
Growl as assistiu sair do corredor. A porta se fechou e ele estava sozinho novamente. Seu aroma de baunilha ainda permanecia no ar.
Doce. As meninas gostavam sempre de escolher aromas doces. Ele não entendia por que elas tentavam parecer ainda mais inofensivas por cheirar como uma flor delicada.
Ele puxou o colarinho. Muito apertado. O tecido contra sua cicatriz, que ele tanto odiava. Este terno, esta camisa, não eram ele.
O olhar no rosto de sua mãe tinha o lembrado do porque ele odiava eventos como este. As pessoas não o queriam por perto. Eles queriam que ele fizesse o trabalho sujo, e eles apreciavam falar merdas sobre ele, mas eles não o queriam ele próximo.
Ele não dava à mínima.
Eles não eram nada para ele.
Ele sabia que eles o viam como um animal de circo. Ele foi o escândalo da noite. A menina com cheiro doce, também, tinha estado a observá-lo. Ele tinha visto ela e suas amigas o observando do outro lado do salão.
Mas a menina com cheiro doce o surpreendera. Ele sabia sobre sua família. É claro. Falcone tinha falado sobre seu pai e sua família com muita frequência nas últimas semanas. Cara.
Ela não tinha fugido gritando, apesar de ter ficado sozinha no corredor com ele. Ela ainda não parecia muito assustada. É claro que tinha estado com medo; havia sempre o medo, mas tinha havido um 'que' de curiosidade também. Porque ele era um monstro que eles temiam e os fascinavam também.
Ele não se importava. Ela era apenas uma menina. Uma menina da sociedade com um vestido bonito e um rosto ainda mais bonito. Ele não deu a mínima para sua beleza. Não significou nada. Foi fugaz, poderia ser levada em um piscar de olhos. Mas seus olhos haviam a procurado várias vezes durante a noite. Ele tinha imaginado rasgando seu vestido bonito fora de seu corpo, imaginou também passar as mãos não dignas sobre suas curvas. Em seguida, ele forçou o olhar e deixou o salão do baile antes que ele pudesse fazer algo muito estúpido. Ela era alguém que ele não deveria ter. Alguém que não deveria sequer imaginar ter. Ela era alguém para admirar de longe. E era melhor assim.
CARA
Naquele dia, pouco depois de voltarmos para casa e eu estava deitada na cama, meus dedos encontraram o ponto ideal entre as minhas pernas, respondendo à necessidade que tinha me atormentado desde que eu tinha visto Growl. O manto da escuridão lavou minha resistência e minha preocupação em ser pega. Até mesmo quando as palavras de minha mãe ecoaram na minha cabeça isso não foi capaz de me parar. - Seja adequada, seja virtuosa. Isso é pecado. - A imagem do temível homem tinha causado um formigamento doce no meu núcleo, e eu era incapaz de resistir. Errado, minha mente gritava, mas eu bani o pensamento até que finalmente meu corpo estremeceu com a liberação.
Mas segundos depois, uma sensação familiar de estar suja tomou conta de mim. Este era o pecado. Minha mãe não tinha parado de dizer essas palavras para mim desde o dia em que ela me pegou tocando-me há dois meses. Eu não tinha caído em tentação as minhas necessidades pecadoras desde então, até esta noite.
Eu respirei fundo, desejando que meu coração parasse de tremer. Desejando que meu corpo parasse de me lembrar o que eu tinha feito.
Desde que minha mãe me pegou havia uma tensão entre nós. Eu mal podia suportar. Ela evitou meus olhos enquanto eu evitava os dela. Eu estava quase feliz que meu casamento estava se aproximando rapidamente, assim eu finalmente poderia escapar do seu julgamento. Eu ainda sentia uma onda de vergonha quando me lembrava daquele dia do flagrante e de seu olhar em choque. Não tinha sido a primeira vez que eu tinha me tocado, mas a primeira vez que eu realmente entendi que era errado. Eu tinha jurado a mim mesma naquela época nunca deixar meu corpo se sobrepor sobre meu cérebro novamente e agora eu tinha quebrado essa promessa. Na proteção da noite, eu ousei deixar meus dedos vaguearem de novo, tudo por causa de um homem a quem eu não deveria sequer pensar, muito menos fantasiar. Era errado.
Eu era fraca e pecadora, mas nos breves momentos de prazer, eu me senti mais viva do que em qualquer outro momento da minha vida.