Nas sombras do passado
img img Nas sombras do passado img Capítulo 3 Ecos do passado
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Capítulo 6 A herança do silêncio img
Capítulo 7 O relógio que desafia o tempo img
Capítulo 8 Historias esquecidas img
Capítulo 9 Ecos entre dois mundos img
Capítulo 10 A travessia img
Capítulo 11 As correntes img
Capítulo 12 O tempo nos prendeu img
Capítulo 13 Ecos de um futuro perdido img
Capítulo 14 O peso do passado img
Capítulo 15 Onde o tempo silencia img
Capítulo 16 O retorno do silêncio img
Capítulo 17 Entre o tempo e o coração img
Capítulo 18 Toque do destino img
Capítulo 19 Entre asas e abismos img
Capítulo 20 A guerra das sombras img
Capítulo 21 Sombras incontáveis img
Capítulo 22 O relicário de Cecília img
Capítulo 23 A última batida img
Capítulo 24 Entre luzes e sombras img
Capítulo 25 O preço do tempo img
Capítulo 26 Entre o sono e o infinito img
Capítulo 27 A guardiã perdida img
Capítulo 28 O mundo dos reflexos img
Capítulo 29 O vazio que ecoa no silêncio img
Capítulo 30 Luzes sobre as cinzas img
Capítulo 31 Traços de um amor que resiste img
Capítulo 32 Nas sombras do passado img
Capítulo 33 Como um reflexo img
Capítulo 34 O vazio entre nós img
Capítulo 35 Sombras no limite da perdição img
Capítulo 36 Ecos do que nunca foi dito img
Capítulo 37 A marca dos sonhos img
Capítulo 38 Onde o sol não alcança img
Capítulo 39 O coração da noite img
Capítulo 40 Ecos de nós img
Capítulo 41 Entre o nunca e o sempre img
Capítulo 42 O elo silencioso img
Capítulo 43 Epílogo - Entre o fim e o começo img
Capítulo 44 Dedicatória img
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Capítulo 3 Ecos do passado

Ecos do Passado

Isabela não sabia mais o que pensar. As palavras de Evelyn ecoavam em sua mente, e sua cabeça parecia cheia de perguntas sem respostas. A casa parecia cada vez mais viva, como se as paredes tivessem absorvido as dores e os amores dos que ali viveram, e agora, ela fazia parte dessa história que transcende o tempo. Mas como isso era possível? Como ela, uma jovem mulher do presente, podia estar tão envolvida com um amor e uma perda que aconteceram há tanto tempo?

A tarde se estendia lentamente, e Isabela não conseguia tirar os olhos de Evelyn, que agora caminhava pela sala com uma calma impressionante. Cada passo dela parecia pesar no ar, como se carregasse o fardo de uma verdade que há muito tempo esperava para ser revelada.

"Você ainda não entende, Isabela. Eu sei," disse Evelyn, interrompendo os pensamentos de Isabela. Ela parou diante de uma grande mesa de jantar, sobre a qual havia uma carta antiga, aberta, e uma vela apagada que tinha marcas de uso. "Mas você precisa entender que os fios do destino não são fáceis de se desfazer. Arthur e eu... nossa história nunca será esquecida."

Isabela, sentindo o peso daquelas palavras, se aproximou da mesa, onde a carta estava cuidadosamente estendida. Ela olhou para Evelyn, que agora tinha os olhos cheios de uma tristeza profunda.

"O que aconteceu com vocês? O que foi tão grave que ainda os mantém presos ao passado?" Isabela perguntou, sua voz mais suave, como se temesse a resposta.

Evelyn suspirou e se sentou, seus dedos acariciando a superfície da mesa. Ela parecia distante, como se estivesse voltando a um tempo que só ela podia acessar. Os olhos de Isabela seguiram os movimentos de Evelyn, como se a própria história estivesse se desenrolando diante dela, revelando aos poucos o que estava oculto.

"Arthur e eu..." Evelyn começou, sua voz tremendo ligeiramente. "Nos apaixonamos de uma forma que foi além do que poderíamos controlar. Eu sabia que ele era o homem com quem eu deveria estar, mas as circunstâncias não permitiram que ficássemos juntos. Havia uma guerra, uma divisão entre nossas famílias, e o amor que compartilhávamos não era permitido. E quando o destino nos separou... eu fui obrigada a seguir um caminho diferente."

Isabela sentiu uma dor repentina, como se estivesse sendo arrastada para dentro daquela história, como se, de alguma forma, o amor de Arthur e Evelyn fosse uma dor que ela também carregava. A atmosfera da sala parecia se tornar mais densa, como se o tempo estivesse comprimido ali, em um único ponto, esperando por algo para se revelar.

"Mas por que você não foi atrás dele?" Isabela perguntou, a curiosidade misturada com a compaixão. "Por que deixou tudo isso acontecer?"

Evelyn fechou os olhos, como se as lembranças fossem difíceis de suportar. "Porque, Isabela, o que você não entende é que o destino nunca nos oferece apenas um caminho. Eu não era a única que tinha a escolher entre o amor e o dever. Quando a guerra chegou, Arthur e eu fomos separados, não por nossa escolha, mas pela escolha dos outros. Eu fui forçada a casar com alguém que não amava, e Arthur foi levado para a batalha. Mas o pior... o pior foi saber que ele nunca voltaria."

Isabela ficou em silêncio, absorvendo cada palavra. Ela queria saber mais, queria entender como o amor de Evelyn e Arthur poderia ter sido interrompido tão brutalmente. Mas a sensação de que o tempo estava brincando com ela, como se estivesse desfiando um fio delicado, a fazia hesitar.

"E depois disso, o que aconteceu?" Isabela perguntou, finalmente quebrando o silêncio.

Evelyn se levantou e andou até a janela novamente, seus olhos perdidos no horizonte. "Eu fiz o que me foi pedido. Casei-me, tive filhos, vivi a minha vida. Mas Arthur... ele nunca deixou meu coração. Ele nunca deixou meu espírito. E você, Isabela, você é a chave para que tudo isso faça sentido novamente."

Isabela franziu o cenho. "A chave? Eu... como posso ser a chave?"

Evelyn olhou para ela com um sorriso enigmático, e suas palavras foram suaves, mas cheias de um poder inexplicável. "Porque você tem algo que nem eu nem Arthur tivemos: a capacidade de reescrever a história. O que você encontrou no diário, o que você está vivendo agora, não é uma coincidência. O passado está gritando para ser ouvido, e o amor entre Arthur e eu... ele ainda vive, esperando para ser cumprido."

O que Evelyn estava dizendo era absurdo, mas, ao mesmo tempo, algo dentro de Isabela sabia que havia verdade nisso. Como ela poderia ser a chave? O que ela tinha em comum com aqueles dois amantes do passado?

O som do vento que balançava as árvores lá fora parecia aumentar, e a casa parecia se envolver em um silêncio profundo, como se o tempo estivesse paralisado. Isabela se aproximou de Evelyn, com o coração acelerado, sentindo que, a cada palavra que ouvia, uma parte dela estava sendo transportada para aquele outro tempo, para aquela outra vida.

"Mas o que devo fazer? Como posso ajudar?" Isabela perguntou, seu olhar fixo nos olhos de Evelyn.

Evelyn sorriu levemente, uma expressão triste, mas cheia de esperança. "Você já está ajudando, Isabela. Só o fato de estar aqui, de ouvir a nossa história... você está quebrando as barreiras do tempo. O amor entre Arthur e eu nunca será esquecido, mas, para que ele seja finalmente vivido, alguém precisa trazer de volta o que foi perdido."

Isabela não sabia o que fazer com aquelas palavras. O que isso significava? Ela estava sendo chamada para algo muito maior do que ela poderia compreender. A sala parecia estar se fechando ao redor dela, e o tempo parecia se esticar, como se estivesse aguardando sua decisão, esperando por ela.

Evelyn se afastou da janela e deu um passo em direção a Isabela, seus olhos brilhando com uma intensidade sobrenatural. "Mas lembre-se, Isabela. O amor que você carrega, o amor que você também está descobrindo, é uma força poderosa. Ele não é algo que pode ser controlado. O que aconteceu no passado... ele precisa ser liberado, para que o futuro seja completo."

As palavras de Evelyn ressoaram em Isabela, como um sussurro perdido entre as sombras do tempo. Ela olhou para a jovem, seus olhos agora cheios de uma tristeza profunda, como se ela estivesse fazendo o impossível para reunir as peças de um quebra-cabeça que jamais poderia ser montado.

Mas, mesmo assim, Isabela sentiu algo inabalável dentro de si, algo que a conectava com aquelas memórias perdidas. Algo que a fazia saber que, de alguma forma, ela já fazia parte daquela história. E talvez, apenas talvez, ela pudesse reescrever o destino.

            
            

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