Um encontro irresistível
img img Um encontro irresistível img Capítulo 2 Dois Meses Antes do Encontro
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Capítulo 7 Fora dos planos img
Capítulo 8 Hotel img
Capítulo 9 Surpresa img
Capítulo 10 O encontro img
Capítulo 11 Fugir já não é uma opção img
Capítulo 12 Se conhecendo img
Capítulo 13 Uma proposta para o hoje img
Capítulo 14 Um hoje memorável img
Capítulo 15 Momentos doces img
Capítulo 16 A chance de finalmente ser... img
Capítulo 17 Sem escapatória img
Capítulo 18 Despindo mais que o corpo img
Capítulo 19 Uma noite inesquecível img
Capítulo 20 Desejando mais que uma noite img
Capítulo 21 Buongiorno, Bella Mia. img
Capítulo 22 Um mergulho profundo img
Capítulo 23 Sofrendo as consequências de uma escolha img
Capítulo 24 O mundo lá fora img
Capítulo 25 Não ouse fugir de mim, Belle. img
Capítulo 26 A proteger das dores do mundo img
Capítulo 27 Confessando verdades img
Capítulo 28 Vivendo cada página comigo img
Capítulo 29 Exatamente onde ela deveria estar img
Capítulo 30 Tarde demais para lutar img
Capítulo 31 Derrubando barreiras img
Capítulo 32 Decidido a lutar img
Capítulo 33 Ameaças img
Capítulo 34 A flor de mandorla img
Capítulo 35 Um pouco mais de mim img
Capítulo 36 Viver cada instante img
Capítulo 37 Toda sua, todo meu img
Capítulo 38 Viver por inteiro img
Capítulo 39 Meses juntos img
Capítulo 40 Suspeitas img
Capítulo 41 Jantar surpresa img
Capítulo 42 Mil vezes sim img
Capítulo 43 Te amo, Belle img
Capítulo 44 Uma ligação urgente img
Capítulo 45 Cruel img
Capítulo 46 Ajudando um amigo img
Capítulo 47 Intensamente nós img
Capítulo 48 O fim de um sonho img
Capítulo 49 Depois do Adeus img
Capítulo 50 Reencontro img
Capítulo 51 Lutarei por eles img
Capítulo 52 Meu filho img
Capítulo 53 Encarando a realidade img
Capítulo 54 Resgate img
Capítulo 55 Lutando por nós img
Capítulo 56 Me permita te ajudar img
Capítulo 57 Sentindo a dor das cicatrizes img
Capítulo 58 Vingança img
Capítulo 59 Você sempre foi minha img
Capítulo 60 Ciúme irracional img
Capítulo 61 Fragilizada img
Capítulo 62 Papai img
Capítulo 63 A tatuagem img
Capítulo 64 Ele nunca deixou de amar você img
Capítulo 65 Família img
Capítulo 66 Você quer me falar algo, Belle... img
Capítulo 67 Confessando dores img
Capítulo 68 Eu te amo img
Capítulo 69 Pensando em tudo img
Capítulo 70 Enfim Livre img
Capítulo 71 Não sei mais viver sem vocês img
Capítulo 72 Ciumentos img
Capítulo 73 Um passado perigoso img
Capítulo 74 Interrompo alguma coisa img
Capítulo 75 De joelhos... img
Capítulo 76 As amarras img
Capítulo 77 Você me amou do jeito mais corajoso img
Capítulo 78 A resposta... img
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Capítulo 2 Dois Meses Antes do Encontro

Alguns dias depois

- Vai dar certo, Alice. Eu juro. - disse Sophia, sua voz baixa, firme, cheia da confiança de quem sempre teve o mundo aos pés. - Consegui os documentos, os trajetos alternativos, os bloqueios de rastreamento. Eles podem até tentar te seguir, mas não vão conseguir.

Olhei para ela, ainda dividida entre a esperança e o medo. Sophia era filha de um magnata da tecnologia. Rica, genial e absurdamente leal. Se havia alguém no mundo capaz de burlar qualquer rede de vigilância, era ela.

- Mesmo assim, e se eles... e se o Paolo desconfiar? Se fizer algo contra minha mãe?

- Ele não vai. Nem ele, nem seu pai. - respondeu, com um brilho sombrio nos olhos. - A sua mãe é o ponto fraco deles. A mesma arma que eles usam para te controlar... você também pode usar contra eles. Se fizerem algo contra ela, você pode desaparecer do mapa. E isso não seria vantajoso para nenhum dos dois. Nem para os Caruso. Nem para os Ravelli.

Engoli em seco, sentindo a adrenalina se espalhar lenta, mas implacavelmente pelo meu peito. Pela primeira vez, eu tinha uma brecha. Um sopro de chance. Um ano. Apenas um ano. Talvez fosse loucura. Mas era uma loucura que, se eu tivesse coragem suficiente, poderia me devolver a mim mesma.

- Você sabe que meu pai te ajudaria, se você deixasse... - murmurou minha amiga, a voz cautelosa, como quem pisa sobre cacos de vidro.

- Eu sei - respondi baixo, sem conseguir encará-la -, mas não seria justo. Você sabe que não se trata apenas de pagar pelo tratamento.

Ela assentiu, com um sorriso fraco, quase triste. Ambas sabíamos o que havia por trás dos sorrisos impecáveis da família Caruso. A imagem pública era cristalina, irrepreensível. Mas no subsolo de toda aquela sofisticação havia um odor de medo. Corrupção. Máfia. Poder que se impunha em silêncio. Meu pai, por mais cruel que fosse, também os temia. E isso dizia muito.

- Eu lamento tanto, Alice. Isso tudo é... é desumano. Se denunciássemos, talvez...

- Não - cortei suavemente. - Não vamos nos iludir. Sabemos que eles têm proteção por todos os lados. Advogados, políticos, empresários. Ninguém se volta contra eles e continua respirando livremente. Vamos focar no que ainda me resta. Talvez... talvez um milagre aconteça. Não é isso que dizem por aí?

Sorri. Uma mentira polida. Uma esperança inventada para não desabar.

Ela sorriu de volta. Era o que sempre fazia: me incentivava a agarrar aquele último respiro de liberdade com todas as forças, a lutar por mim - mesmo quando eu mesma já havia me esquecido de como fazer isso.

- E então... para onde vamos? - perguntou, agora com aquele brilho cúmplice nos olhos, como se só de mudar de assunto, tudo pudesse ser diferente.

- Grécia - respondi com a voz mais firme do que esperava. - Primeiro Atenas. Depois as ilhas.

O som daquelas palavras fez meu coração acelerar. Tentei imaginar nós duas caminhando de vestidos leves, os pés descalços tocando a areia quente, os cabelos ao vento, livres. Era quase poético. Quase irreal.

Era um risco absurdo. Confiar no plano da minha amiga, aceitar a migalha que minha família e a família de Paolo haviam me concedido... era cruel. Humilhante. Uma migalha embrulhada em ouro. Mas eu aceitei. Pela minha mãe. Por mim. Pela promessa que fiz a ela diante de um leito silencioso e frio.

Aceitei a loucura.

Porque viver um ano livre era melhor do que morrer lentamente presa para sempre.

Luciano Moretti

Dois Meses Antes do Encontro

A música alta batia como um tambor dentro da minha cabeça. O cheiro de álcool, perfume caro e suor se misturava ao ambiente saturado daquela boate lotada em Milão. O mesmo cenário, as mesmas luzes pulsantes, os mesmos rostos... mulheres belas demais, vazias demais, sorrindo para mim como se estivessem prestes a ganhar um prêmio.

Estava cansado. Fisicamente, emocionalmente. De tudo.

Afundei ainda mais no sofá de couro da área VIP, com um copo de uísque na mão e o olhar perdido. Três mulheres falavam ao mesmo tempo ao meu redor, mas eu não conseguia registrar uma única palavra do que diziam. Estavam ali por interesse, status ou prazer, mas nenhuma delas... nenhuma me tocava.

- Você parece em outro planeta. - A voz de Aiden cortou minha dispersão. Ele, como sempre, sorria com aquele ar debochado. Estava sentado ao meu lado, relaxado, com um copo idêntico ao meu na mão.

- Estou. - Dei um gole longo. - Acho que atingi meu limite.

- De bebida?

- De tudo. - Respirei fundo. - Essas festas. Essa gente. A rotina. Meu pai está fechando um acordo com a família de Verena para um casamento arranjado. Verena, Aiden. Aquela mulher é tudo o que eu nunca quis.

Aiden arqueou a sobrancelha, mas não parecia surpreso.

- Verena Bellini? Aquela princesinha mimada?

- A própria. Meu pai acha que seria uma união estratégica brilhante. Mas só de pensar nisso... - Bebi o resto do copo de uma vez.

- Então some daqui. Vai pra longe. Meu irmão mais velho, Ares, está morando na Grécia. Ele tem uma rede de hotéis de luxo espalhados pelas ilhas e pode te hospedar. Ou te arruma alguma casa perto da praia, onde ninguém te enche o saco.

Ele disse como se não conhecesse o seu irmão que era meu amigo assim como ele.

- Grécia...

Fiquei pensativo por um instante. O mar. O silêncio. A distância. A ideia não era tão ruim. Pelo contrário. Era tudo o que eu precisava.

- Falarei com o Ares depois.

Aiden assentiu e voltou a beber, mas algo no bar chamou minha atenção. Um homem. Seu rosto me era familiar.

- Me dá licença. - Levantei-me e caminhei até ele.

Ele estava acompanhado de uma mulher que conversava com o barman, mas ao me ver, seus olhos se estreitaram.

- Gabriel? - perguntei, parando em frente a ele. - Você está bem?

Gabriel me olhou por um segundo em silêncio antes de responder:

- Estou, Luciano. E você?

- Bem... Quer dizer, não exatamente. Preciso saber de Mia. Tem alguma notícia?

Ele desviou o olhar por um instante.

- Mia ainda está na clínica. Se recusa a receber visitas.

- Mas você a viu? Ela está bem? Por favor, Gabriel... diga a ela que eu preciso vê-la. Que me deixe entrar, nem que seja por um minuto. Eu tentei. Liguei, insisti... mas meu nome está na lista de visitas não autorizadas.

Gabriel suspirou pesado, parecendo ponderar sobre suas próximas palavras disse:

- Você precisa seguir em frente, Luciano. Mia fez escolhas... e foram essas escolhas que a levaram até onde está. Sei que você se importa, mas talvez ela não queira ser salva. Às vezes, as pessoas se afogam por vontade própria. Então, meu amigo... deixe onde está.

As palavras dele cortaram mais do que deveriam. O remorso ardeu em mim como um veneno silencioso, corroendo tudo o que eu tentei enterrar.

Assenti, com o maxilar tenso e o coração mais ainda.

- Se você a vir... - minha voz falhou por um segundo. - Diga que eu realmente sinto muito. Que... que eu gostaria de vê-la. Só isso.

Gabriel apenas assentiu, com a expressão dura de quem já havia desistido antes de mim.

Nos despedimos com um aperto de mão breve, contido, carregado de tudo que não foi dito. Voltei até Aiden e me joguei no sofá como quem carrega peso demais para continuar fingindo leveza.

- E então? - perguntou meu amigo.

- Ligarei para o Ares. Estou indo para a Grécia.

            
            

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