Um encontro irresistível
img img Um encontro irresistível img Capítulo 6 Irrefreável
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Capítulo 7 Fora dos planos img
Capítulo 8 Hotel img
Capítulo 9 Surpresa img
Capítulo 10 O encontro img
Capítulo 11 Fugir já não é uma opção img
Capítulo 12 Se conhecendo img
Capítulo 13 Uma proposta para o hoje img
Capítulo 14 Um hoje memorável img
Capítulo 15 Momentos doces img
Capítulo 16 A chance de finalmente ser... img
Capítulo 17 Sem escapatória img
Capítulo 18 Despindo mais que o corpo img
Capítulo 19 Uma noite inesquecível img
Capítulo 20 Desejando mais que uma noite img
Capítulo 21 Buongiorno, Bella Mia. img
Capítulo 22 Um mergulho profundo img
Capítulo 23 Sofrendo as consequências de uma escolha img
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Capítulo 6 Irrefreável

Isabelle Alice Ravelli

O olhar daquele homem era desarmante. Tudo nele era. Seu perfume, o corpo esculpido sob a camisa de linho, os músculos desenhados como uma provocação silenciosa. Tinha o perfil de um deus grego, mas era a cor dos olhos que me desconcertava. Um verde-mar profundo, com tons dourados que pareciam brilhar mesmo sob a penumbra do jardim. E no olho direito... uma pequena mancha azul - um detalhe quase imperceptível, mas que o tornava ainda mais belo.

Se é que isso fosse possível.

Tentei conter as reações do meu próprio corpo. Cada vez que ele se inclinava para falar comigo, a voz grave tocava em lugares que eu não sabia que podiam ser alcançados assim. Seu perfume me invadia em ondas, e quando ele passava a língua no canto dos lábios - um gesto involuntário, distraído - era sensual demais para mim suportar ilesa.

Ele me olhou com um leve sorriso nos lábios, o tom da voz mais baixo, quase um sussurro arrastado que me atravessou como um arrepio.

- Eu me descreveria como um amante. - Ele fez uma pausa breve, deixando o silêncio pesar como um toque. - Aquele homem que daria à protagonista todo o prazer que ela sequer sabia que desejava. Realizaria cada fantasia. Sem perguntas. Sem pressão. Sem pressa.

Ele me encarou com um brilho intenso nos olhos.

- Eu a despiria de todas as inibições... e daria exatamente o que ela anseia.

Foi impossível conter as reações do meu corpo. Jamais uma conversa com um homem havia me deixado assim... com tanta vontade de sentir seu toque, de saber como seria ser tocada por ele. Ele estava a poucos centímetros de mim, e mesmo assim se mantinha contido, me respeitando, me espreitando.

Mas não havia nada de príncipe encantado naquele gesto.

Era o olhar silencioso de um predador consciente, calmo, que reconhecia que a presa já estava se entregando.

Um conflito começou a pulsar em minha mente, tomando cada pensamento. Eu era noiva. Obrigada. Condenada a um maldito casamento cruel. Uma aliança que me sufocava. Mas ali, com ele, com aquele desconhecido que tinha o dom de incendiar meu corpo apenas com palavras e olhares... eu estava livre.

Lembrei da frase da minha amiga, me incentivando a viver. A viver o que era meu por direito. Antes de ser aprisionada. Antes de ser obrigada a dividir a vida - e a cama - com um homem por quem eu não sentia nada além de repulsa.

Mas aquele à minha frente...

Aquele homem lindo, irresistível, com olhos que pareciam ver além do que eu permitia, ele sim, estava despertando em mim sensações que eu jamais havia ousado sequer sonhar sentir.

- Intensa sua descrição. Mas também... bem convencida. - soltei com um sorriso nos lábios, tentando soar firme, provocativa, disfarçando o turbilhão que ele estava causando dentro de mim.

Ele sorriu de volta.

Deus...

Ele era lindo demais. E sorrindo... era uma deliciosa tentação.

Eu não fazia ideia de como era estar na cama com um homem. Mas, pela primeira vez, eu desejava saber. Eu desejava estar na cama com aquele homem.

Era errado. Perigoso. Ele era um desconhecido. Fazia no máximo uma hora que estávamos conversando. E ainda assim... ali estava eu. O desejando. Querendo que aquela noite não terminasse.

Era muito errado.

E ainda assim, era tudo que meu corpo implorava em silêncio.

- Sim, pode ser que tenha sido um pouco convencido. - Ele inclinou o queixo com aquele ar de quem sabe o efeito que causa. - Mas se eu não acreditar em mim, seria difícil convencer alguém do meu potencial.

Deu uma gargalhada baixa e piscou com charme natural. Em qualquer outro homem, aquele jeito de falar soaria arrogante, prepotente. Mas nele... não. Em Luciano, era charme. Puro magnetismo. A autoconfiança fluía como vinho - encorpada, sem exageros.

Outro, em um lugar como aquele, cercado por mulheres que pareciam saídas de editoriais de moda, já teria me deixado de lado. Teria se entediado com conversa e ido para um dos quartos com outra.

Não que eu não me achasse bonita. Minha autoestima não era o problema. Mas o fato era que eu não estava me esforçando para mantê-lo ali. Nenhuma provocação intencional, nenhum toque. Apenas conversa. E, mesmo assim, ele continuava.

- Justo. - murmurei, arqueando uma sobrancelha. - Um ponto para você.

- Bom... - ele apoiou a taça sobre a mesa, com movimentos lentos - já que tomei seus dez minutos... e um pouco mais - sorriu, estendendo a mão em minha direção - ... que tal um passeio perto do mar?

Não foi apenas uma pergunta. Foi um convite com uma certeza implícita, como se ele soubesse que eu aceitaria.

Olhei para minha amiga. Ela já não conversava mais - apenas me observava com um sorriso de canto, aquele que só melhores amigas sabem dar quando te veem prestes a cometer uma loucura deliciosa.

Levantei-me com calma, pousando minha mão na dele. Sua pele estava quente, os dedos firmes, e havia algo naquela conexão que me tirou o ar por um segundo.

Deixei que ele me guiasse para a praia.

Ainda era arriscado. Mesmo com minha amiga vendo exatamente para onde eu estava indo, ainda era um salto.

Mas eu precisava sair da minha zona de conforto.

Eu já estava correndo riscos desde o momento em que entrei naquele avião.

E viver novas aventuras... era exatamente o que minha mãe desejava para mim, quando me fez encontrar o diário escondido em sua biblioteca.

A areia sob os pés era fria, fina, diferente da areia úmida das praias do norte da França. O som do mar quebrava em ondas suaves, como uma música de fundo composta para aquele exato momento. As luzes da festa atrás de nós pareciam distantes, como se estivéssemos entrando em outro universo - um só nosso, onde não existia tempo, compromisso, culpa.

Ele caminhava ao meu lado com passos tranquilos, uma presença sólida e segura. Luciano Moretti.

Não sabia quem ele era além do nome, mas seu olhar dizia mais do que qualquer biografia jamais diria. E eu sentia - no corpo, na pele, no sangue - que aquele homem teria um impacto em mim. Talvez temporário. Talvez permanente. Mas seria forte. Irrefreável.

Parou a poucos metros da água, virou-se para mim. Seus olhos me encontraram no escuro. O verde dourado brilhava, e a mancha azul em seu olho direito parecia mais vívida sob o reflexo da lua. Quase irreal.

- Gosta do mar à noite? - perguntou, a voz mais baixa, como se não quisesse quebrar a delicadeza do momento.

Assenti.

- Me faz sentir pequena... mas viva.

Ele sorriu de leve, e então deu um passo em minha direção.

- E agora... como se sente?

A pergunta deslizou por mim como um toque. Estava tão próxima dele que podia sentir o calor de sua pele, o perfume amadeirado com notas de algo que eu não sabia nomear, mas que já desejava lembrar para sempre.

- Perdida - murmurei. - Mas... estranhamente segura.

Ele estendeu a mão e tocou uma mecha do meu cabelo, deslizando os dedos até atrás da minha orelha. O gesto foi suave, mas tinha uma intenção que queimava. Seus olhos passearam pelos meus lábios, e a tensão entre nós se tornou palpável, como um fio esticado demais, prestes a romper.

E então ele me beijou.

Nada no mundo me preparou para aquilo.

Seus lábios eram firmes, mas cuidadosos. Começaram com uma lentidão que me arrepiou inteira. Não era um beijo urgente, era um beijo de descoberta, de quem queria memorizar cada reação minha. E eu... me entreguei.

Abri os lábios no mesmo instante em que senti sua língua roçar a minha, suave, envolvente. A mão que antes tocava meu rosto agora estava em minha cintura, me puxando contra seu corpo. Senti os músculos sob a camisa, o calor de sua pele, o desejo que ele não escondia.

Minhas mãos subiram por seu peito, sentindo o tecido fino até alcançar o pescoço. O beijo se intensificou, e quando percebi, minhas costas estavam contra uma rocha lisa, fria, que contrastava com o calor do corpo dele colado ao meu.

A mão em minha cintura desceu. Encontrou a curva do meu quadril, deslizou devagar até a parte interna da minha coxa. Meu coração martelava no peito, meus pulmões lutavam por ar, mas eu não queria distância. Não queria pausa.

                         

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