Tank: Aos pés da Flor sem dono
img img Tank: Aos pés da Flor sem dono img Capítulo 2 02 - O aniversário
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Capítulo 6 06 - O código da Perdição img
Capítulo 7 07 - O julgamento de Tank img
Capítulo 8 08 - Um pedido no abismo img
Capítulo 9 09 - Entre socos e morangos: Amor img
Capítulo 10 10 - A lealdade de Amara img
Capítulo 11 11  - Uma noite no passado img
Capítulo 12 12 - A confiança que só se tem na família img
Capítulo 13 13 - A estrela que ilumina a escuridão img
Capítulo 14 14 – Um conto de terror e superação img
Capítulo 15 15 - A força de um Legado img
Capítulo 16 Entre a Traição e o Castigo: O amor img
Capítulo 17 O preço da Sobrevivência img
Capítulo 18 Uma ausência: Várias Dores img
Capítulo 19 Um arquivo Quase morto img
Capítulo 20 Não há presentes Limpos img
Capítulo 21 Entre portas fechadas e corpo rasgado img
Capítulo 22 A flor em um campo de batalhas img
Capítulo 23 A humanidade de Tank img
Capítulo 24 Confissão img
Capítulo 25 O egoísmo de quem nunca teve nada img
Capítulo 26 Uma missão Limpa img
Capítulo 27 O reencontro de dois erros img
Capítulo 28 Até que Sangre o Amor img
Capítulo 29 Quando o Amor Cura img
Capítulo 30 As lutas invisíveis de todos nós img
Capítulo 31 Mulher para casar img
Capítulo 32 Um café da manhã img
Capítulo 33 Uma flor ao chão, um homem em pânico img
Capítulo 34 O néctar img
Capítulo 35 Liberdade para Gritar o Amor img
Capítulo 36 Entre a Flor e a verdade img
Capítulo 37 Morangos e Tempestades img
Capítulo 38 Nem mesmo o número img
Capítulo 39 Uma paixão que aquece e consome img
Capítulo 40 Com o Cheiro da Flor img
Capítulo 41 Sonhos e riscos img
Capítulo 42 Medo do futuro img
Capítulo 43 Uma aula com ninguém img
Capítulo 44 Amor e ciúme img
Capítulo 45 Sorrisos em um lugar, lágrimas em outro img
Capítulo 46 Ela só queria trabalhar img
Capítulo 47 Grifou no silêncio, Chorou no abraço img
Capítulo 48 Um abrigo com morangos e dálias img
Capítulo 49 De volta ao lugar em que ela não existia img
Capítulo 50 Um amigo muito especial img
Capítulo 51 Uma loucura perfeita img
Capítulo 52 Segunda-feira: O início do caos img
Capítulo 53 Ferido demais para Voltar img
Capítulo 54 Se precisa me matar... img
Capítulo 55 O silêncio que me mata img
Capítulo 56 Nem tudo que a fresta mostra é real img
Capítulo 57 Entre a pipoca e o pecado img
Capítulo 58 Ser visto Cura img
Capítulo 59 De volta ao começo img
Capítulo 60 A briga mais bonita img
Capítulo 61 O preço do silêncio img
Capítulo 62 Com a luz apagada, ela ainda era minha img
Capítulo 63 O Dia em Que a Noite Não Bastou img
Capítulo 64 O lugar onde ela já não estava img
Capítulo 65 Os vestidos que restaram img
Capítulo 66 O presente que não substitui o abraço img
Capítulo 67 Vai esquecer da gente img
Capítulo 68 LUZ img
Capítulo 69 Não deu tempo! img
Capítulo 70 Ela se foi, mas o amor ficou. E Tank decidiu lutar img
Capítulo 71 As cordas do Universo img
Capítulo 72 O preço que ele achava ter o amor. img
Capítulo 73 Flores, Feridas e um decote img
Capítulo 74 O encanador e a harpa do universo img
Capítulo 75 Na casa de onde o amor nunca partiu img
Capítulo 76 Memórias no chão img
Capítulo 77 Se For para Sempre, Que Comece Agora img
Capítulo 78 Meu lugar no mundo é dentro de você img
Capítulo 79 Um amor Grande demais img
Capítulo 80 Um homem sem alma img
Capítulo 81 A última carta, o primeiro amor img
Capítulo 82 Família além do juramento img
Capítulo 83 Quatro soldados e um Pudim img
Capítulo 84 Bilhetes para Ninguém img
Capítulo 85 O peso de um sonho img
Capítulo 86 Os tiros que escolhi com o coração img
Capítulo 87 Poseidon, Thor e a Porra Toda img
Capítulo 88 Hora de decidir ou morrer img
Capítulo 89 O sangue que segura a Flor img
Capítulo 90 O meu único desejo img
Capítulo 91 O Bônus img
Capítulo 92 O monstro e o menino img
Capítulo 93 Compre camisas apertadas img
Capítulo 94 A origem da Flor img
Capítulo 95 Amar e respirar img
Capítulo 96 O menino que sabia o meu nome img
Capítulo 97 Ele falou o meu nome img
Capítulo 98 Mil mensagens nunca lidas img
Capítulo 99 O dia em que o Sol nasceu às 5h da manhã img
Capítulo 100 O sabor do recomeço img
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Capítulo 2 02 - O aniversário

Ele era diferente, não se parecia em nada com os homens da comunidade em que Dállia vivia antes de ser vendida ao marido. Tank parecia rústico e ao mesmo tempo os olhos traziam uma força diferente, dilacerante, algo que a atraia.

Mas os dias passaram e ele nem sequer a olhou, nem mesmo uma única vez. Tank passava por ela como se ninguém existisse, somente ele e Amara.

De certa forma, havia beleza naquele desprezo, era como se Tank e a irmã pudessem viver em um mundo próprio, algo só deles, onde as risadas e as músicas se espalhavam pela casa de um jeito que Dállia achava lindo.

Em uma manhã, depois que o marido saiu para o trabalho, ela se aproximou devagar do quarto de Amara, a música estava alta e os irmãos conversavam animados enquanto comiam algo que Tank havia comprado.

Eles não comiam nada que ela cozinhasse, não importava o quanto Dállia se esforçasse para agradar, Tank sempre passava em algum lugar e trazia marmitas que dividia com a irmã. Se esforçou para ouvir o que falavam.

- Não acha que devíamos oferecer para a Dállia? Ela estava chorando ontem, tenho certeza.

A irmã de Tank tinha a mesma idade que Dállia, mas Amara tinha sonhos, uns tão bonitos que faziam a esposa de Russo sorrir quando escondida lia os cadernos da enteada.

Já o rapaz não possuía a mesma doçura, aliás não sabia o que era gentileza.

- Ela é suja, foquinha. Mulheres como ela não choram, manipulam as pessoas e só isso. Se ela quiser croissant de chocolate é só ela fazer um serviço extra para ele.

Tank quase nunca falava com Russo, e jamais o chamava de pai, o odiava! Mas havia uma promessa que o impedia de derramar o sangue do pai, apesar da vontade que tinha.

- Ela é tão bonita, por que ela faz isso? Por que deixa ele fazer aquelas coisas com ela?

- É um serviço, foquinha. Só um trabalho, homens, todos eles só querem isso. E se tem quem venda nós compramos.

Amara se surpreendeu com aquela fala do irmão, amava Tank, o achava perfeito e não imaginava que ele seria capaz e fazer algo assim com uma garota.

- Até você?

- Eu sou homem, Amara. E eu disse todos os homens. Não nos casamos por amor, isso é coisa de mulher, nos casamos para ter acesso rápido ao que gostamos.

- Você não me ama?

- Você sim, foquinha! Você é pura, não é como aquilo lá fora. Vai estudar, sair desse lugar, ser livre e feliz. Nunca, eu nunca vou deixar nenhum homem se aproximar de você. Nem ele, nem ninguém.

Naquela tarde, Dállia descobriu que a fascinação de Russo por meninas não era apenas com ela, mas se estendia a própria filha. Compreendeu por que Tank nunca deixava a irmã sozinha, nem por um minuto.

Sentiu inveja e pensou com os olhos inundados que seria bom ter um irmão.

Moravam em uma espécie condomínio, um lugar afastado da estrada principal, depois de um tempo eles se mudaram para um rancho, disso ela se lembrava. Havia cavalos quando chegou com Russo, mas estava tão assustada que não conseguia lembrar se existia outros animais, ou trabalhadores.

Mas havia algo que ela se recordava, uma coisa que a fez passar meses sem nem mesmo estender as roupas fora de casa.

Russo a segurou pelos cabelos e pressionou o seu rosto contra o vidro escuro do carro.

- Está vendo esses homens? Eles são ainda piores do que os de Nova Yorque. Vão te fazer picadinho no meio da lama se tentar fugir.

Ela não pensava em fugas, não existia para onde ir e quando não há saída, qualquer lugar é bom. Apesar disso, concordou com os olhos vermelhos pelas lágrimas que ela não deixou escapar.

Dállia colocou a mão no nariz, no banco de trás Amara gritou assustada, mas foi abraçada pelo irmão. Tank não se importava que o nariz da madrasta estivesse sangrando, para ele, Amara era o único ser humano dentro daquele carro.

Com o tempo, ela havia descoberto isso sobre o rapaz, ele não se enxergava da mesma forma que ela o via, ao contrário, Tank parecia viver para a irmã e apenas isso, não cuidava de si mesmo. Ele não se importava em vestir sempre as mesmas roupas, desde que Amara tivesse quantos vestidos ela quisesse.

A menina possuía uma estante imensa com livros, luminária dourada, cadernos coloridos e canetas especiais e Dállia pensava que a garota parecia uma princesa igual a dos desenhos que ela assistia escondida na casa da tia.

Já Tank tinha um quarto com um pedaço de madeira que usava para pendurar as poucas roupas que possuía e um colchão que ficava sobre alguns pedaços de papelão.

Depois que passaram a morar naquele rancho, as coisas melhoraram, Russo passava a maior parte do dia fora e Dállia aproveitava para fingir que morava sozinha, não precisava de nada só dela mesma para poder sonhar.

Ao menos era o que pensava até o dia em que roubou um dos vestidos de Amara.

Uma festa de aniversário!

Preparou para si mesma o seu primeiro bolo de aniversário, limpou tudo e forrou a mesa com uma toalha bonita, usou palitos de fósforo para simular as velas, quinze pequenos palitos que ela colocou enfileirados e quando acendeu o primeiro as faíscas se espalharam para os outros.

- Parabéns, Dállia!

Falou para si mesma e comeu o bolo lambuzando a boca de chocolate geladinho.

Jogou o restante no lixo, não podia ter aquele tipo de luxo, o marido não gostava de doces.

Tomou um banho, colocou o vestido da enteada e foi até o cesto de roupa suja, pegou a camisa de Tank.

Cheirou como se aquele perfume tivesse o poder de dar vida a ela, se pudesse escolher um príncipe com quem dividiria a valsa do seu aniversário, seria ele, com certeza seria!

Vestiu a camisa em um travesseiro, ligou uma música lenta e dançou sozinha. Mas isso até ser flagrada.

            
            

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