Capítulo 2 Clã dos Lobos Negros

E aí, amores, saudades?

Confesso que estou com saudades dos comentários de vcs, que me acompanham desde o Milagre do Alfa!

Este livro é o último capítulo da série, não necessariamente o último livro. O ponto é que ele começa diferente, e não tenho certeza se a plataforma aceitará um contrato.

Seguirei escrevendo, e se o contrato for rejeitado no futuro, transplantarei ele para o livro de Orium para poder continuar escrevendo.

Só um aviso, caso aconteça, entende? Mas, se tudo der certo, aceitarão, sim.

Sobre a história de Mina, escreverei, mas aleatoriamente, como não é a minha prioridade.

Espero que gostem,

BJKS!

*****

Clã dos Lobos Negros - Gavin

Acordei no meio da noite, outro pesadelo...

O meu peito estava queimando, prendi as lágrimas, me proibindo de chorar de novo. O coração estava frio, vazio, oco... Eu não conseguia entender o que estava sentindo.

Levantei da cama e saí de casa. O chão estava coberto de neve e as partículas geladas entre os meus dedos adormeceram os meus pés. Adentrei a mata, absorvendo o conforto da natura ao meu redor.

Não sei o que fui fazer na floresta no meio da noite, mas estava me sentindo sufocado, aprisionado em meu próprio corpo.

Poucos minutos mata adentro e ouvi barulhos estranhos, a curiosidade me venceu e fui na direção do som.

Eu os vi, a posição íntima e comprometedora, com ele pressionando o corpo dela contra a árvore, ambos perdidos no que estavam fazendo. Ao me ver, ela arregalou os olhos e gritou, empurrando-o.

- Merda, Gavin, cacete, o que está fazendo aqui? - Ele vociferou, irritado com a interrupção.

Apenas revirei os olhos, sem responder, não era a primeira vez que o peguei na mesma situação. A fêmea, eu acho que não é a mesma da última vez...

Ele ajeitou a roupa da fêmea antes de guardar o membro dentro da calça. Cochichou algo no ouvido dela, que respondeu com um beicinho manhoso, estranho para a idade dela.

- Foi mal, fêmea, depois a gente se fala!

Revirei os olhos para ele de novo quando veio em minha direção, sorridente como uma hiena.

- Não deveria estar na cama, Gavin? O que está fazendo aqui fora, além de atrapalhar a minha foda?

- Não estou me sentindo bem...

- O que está sentindo? - Seu sorriso se desfez e ele me encarou, preocupado. - Acho que o seu lobo está prestes a nascer, posso sentir a aura dele mais forte.

- Não me sinto do jeito que você disse que se sentiu quando a sua natureza nasceu... estou angustiado, o meu peito está pesado, com vontade de chorar.

Virei para o outro lado, não queria que ele me visse fraco daquele jeito.

- Ei, qual é, irmão, com a gente não tem isso! Vem cá. - Ele me abraçou e a minha natureza rosnou do fundo do meu âmago, afastando-o. - Irmão, os seus olhos estão vermelhos!

- Sai de perto de mim! - A minha voz estava alterada, não era eu... mas era eu....

Ele me fitou por alguns momentos e passou a mão pelo rosto.

- Eu vou chamar o pai!

- Não! - Rosnei mais alto, mostrando os dentes de guerra para o meu irmão.

O lobo dele reagiu, se mostrando em seus olhos.

- Não me desrespeite, lobo, sou seu irmão mais velho!

Rosnei ainda mais alto, empurrando-o para longe, com força e ele caiu para trás.

As emoções dentro de mim não eram normais, estava cheio de raiva, inveja e desprezo pelo meu próprio irmão, cheguei a desejar matá-lo, sentir o gosto de seu sangue na minha boca enquanto rasgo a sua carne e-

- Se submeta, Lobo, é uma ordem!

Aquela voz ecoou na minha mente, eu mal a reconhecia, mas era mais forte do que o filhote crescido de olhos arregalados caído na minha frente.

- Eu sou o seu Alfa e te dei uma ordem, Lobo!

Aquela voz... Alfa... .meu pai.

Caí de joelhos no chão, a dor no meu peito quase insuportável.

- O que está havendo com ele, pai? Os olhos dele estavam vermelhos, como de...

A preocupação do meu irmão, mesmo após eu ter sido tão rude com ele, me fez sentir ainda pior pela culpa.

- Eu vi, Rael, mas fala baixo, sua mãe está na porta e não precisa saber disso!

- Mas, pai...

- Eu já estou melhor, para de falar sobre mim como se eu não estivesse aqui. - Resmunguei para ambos. - Pai, acha que pode me ajudar a controlar a minha natureza? O meu lobo parece meio rebelde...- Perguntei, esperançoso na experiência do meu pai e Alfa.

O meu pai me encarou com os olhos azuis gelados que herdei geneticamente.

- Vai ficar tudo bem, não se preocupe, vamos resolver isso. Mandarei mensagem para a sacerdotisa de Ares amanhã. Por enquanto, vamos guardar isso em segredo, estamos entendidos?

- Tá bom...

- O que estavam fazendo aqui fora?

- Eu... - Rael começou a falar.

- Minha culpa, pai, eu estava me sentindo mal e Rael veio comigo dar uma volta...- Disse, tentando ajudar o meu irmão a evitar um esporro.

Levei um tapa na nuca.

- Não mente para mim, moleque!

Rael levou um tapa também.

- Posso sentir o cheiro de sexo a quilômetros, vá tomar um banho no rio antes de ir para casa, sabe como a sua mãe é. Se ela souber que estava montando uma fêmea aleatória de novo, vai ficar aborrecida.

- Mas está nevando, o rio deve estar gelado!

- Pensasse nisso antes de sair de casa no meio da noite para montar fêmeas que não são a sua companheira! Anda, antes que a sua mãe te cheire. Quero fazer outra coisa com ela e não conseguirei se ela ficar falando no meu ouvido e a culpa será sua!

Meu pai sempre falava essas coisas para nos deixar constrangidos, e o pior é que sempre funcionava... Mas, na verdade, eu admirava o relacionamento deles. O meu pai é um lobisomem Alfa de quase dois metros de altura na forma humana que alcança a terceira forma, entretanto, parece um cãozinho de estimação na frente da minha mãe, uma fêmea miúda, de pouco mais de metro e meio e olhos brilhantes de filhote.

E o seu lobo?

Um imenso lobo Alfa de pelos negros, ameaçador e aterrorizante para qualquer inimigo, mas obcecado por filhotes, sempre cercado por monstrinhos que chamam de crianças, e as minhas irmãs vivem penduradas nele.

Antes dessas sensações ruins, eu sonhava com o dia em que a minha natureza nasceria, desejoso de encontrar a minha alma gêmea e ter com ela o mesmo tipo de cumplicidade que o meu pai tem com a minha mãe. Esse é o sonho da maioria de nós, macho ou fêmea, encontrar a nossa alma gêmea.

Espero que consiga domar o meu lobo logo, para poder encontrar a minha alma gêmea, se ela não estiver aqui no clã, a buscarei pelo mundo todo até encontrar.

            
            

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