Minha Ômega
img img Minha Ômega img Capítulo 6 Madressilva
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Capítulo 8 Mãe Luna img
Capítulo 9 Ajuda img
Capítulo 10 Escapulida img
Capítulo 11 Descrença e Adeus img
Capítulo 12 Oficina img
Capítulo 13 Caídos img
Capítulo 14 Um Gato Entre os Pombos img
Capítulo 15 Pedido Ilegal img
Capítulo 16 Um Alfa img
Capítulo 17 O Outro img
Capítulo 18 Loba Ômega img
Capítulo 19 Alcateia img
Capítulo 20 A Verdade img
Capítulo 21 Perspectivas img
Capítulo 22 Modernidade img
Capítulo 23 Primeira Aliança img
Capítulo 24 Bicho Papão img
Capítulo 25 Três Dias Antes parte I img
Capítulo 26 Está Enganada img
Capítulo 27 Apenas Eletricidade Estática img
Capítulo 28 Quem é Ele img
Capítulo 29 De Volta para Casa img
Capítulo 30 Filhote Mau img
Capítulo 31 A Minha Verdade img
Capítulo 32 Coração de Mãe img
Capítulo 33 Primeiro Cortejo do Armagedom img
Capítulo 34 Resetando a Existência img
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Capítulo 6 Madressilva

Olá, meus amores!

Estão gostando de conhecer os filhotinhos crescidos e de ver nossos protagonistas como "coroas"? Rsrs

Como escrevi ontem, preciso da ajuda de vocês! Comentem muito, compartilhem o link do livro, sigam-no para que a minha editora aceite o pedido de contrato exclusivo. Se eu conseguir, escrevo um livro sobre o personagem que escolherem quando esse terminar, prometo!

Agora, sobre o capítulo de hoje, imagino que alguns de vocês já adivinharam o que vai acontecer.

Espero que gostem, S2 ( coraçãozinho)

BJKS!

****

Gavin

- Na minha época, não tinha essa coisa de automóvel humano, não, fazíamos viagens inteiras na forma de lobos ou trazíamos caravanas para a carga, os filhotes e os mais vulneráveis.

Meu pai estava ao meu lado, no banco do carona, e as minhas três irmãs no banco de trás. Havia quatro caminhonetes adiante, mais quatro na traseira, e o carro do meu irmão a nossa frente. na retaguarda, tinham algumas caminhonetes com os lobos que não conseguiam ficar muito tempo em um carro fechado na caçamba, pois suas naturezas não se acostumaram ainda.

Acredito que, para muitos lobos, as naturezas jamais se acostumarão com o enclausuramento dos automóveis humanos.

- O senhor fala como se não gostasse dessas máquinas, pai, mas tem vários na garagem, uns que só o senhor pode dirigir! - Comentou Natalia, a mais irritante, questionadora e implicante irmã.

Ela chega a dizer que odeia o próprio nome e quer trocar só para me aborrecer.

- Pelo contrário, sou grato aos humanos por essas coisas, tenho os meus favoritos e esses grandes, que os humanos chamam de blindados, tornam as viagens mais seguras, ainda mais com esses desgraçados dos "servos do rei" rondando.

- O que são eles, afinal? Já ouvi esse nome várias vezes.

- São bandidos, filhota, lobos fora da lei com um nome pomposo.

A explicação sucinta que meu pai ofereceu a Natalia estava longe de definir corretamente esse bando de malfeitores. Lobos capazes de ferir a própria espécie, que sequestram fêmeas ainda filhotes para escravizá-las, até alguns machos, mas era sabido que a preferência desses criminosos eram as Lunas de nascença e os Ômegas. Meu pai e os outros Alfas superiores se dedicavam intensamente em investigar e capturar os membros desse bando, mas, como baratas, eles nunca acabam, sempre surgem novos acampamentos, novos crimes...

- Eu gosto de carros! - Disse Alessa, a segunda mais nova da pequena alcateia que os meus pais criaram...

- Eu também, eu vou ter um carro quando crescer! - Respondeu Tessa, a caçula.

- Eu vou ter dois!

- Então, eu vou ter três!

- Eu vou ter todos!

- Parem de encher o saco! - Berrou Natalia.

- Parem as três de gritar, e Natalia, esse linguajar não é permitido, tenha modos! - Disse o lobo do meu pai, que tinha tomado o controle do corpo dele só para ralhar com os filhotes.

Olhei pelo retrovisor e Natalia fez uma careta para mim quando os nossos olhos se encontram pelo reflexo do espelho.

Sério, amo os meus irmãos, mas, às vezes, só queria estar longe deles. A adoração do meu pai por filhotes me fez detestar a ideia de ser pai um dia. Meu contentamento por estar dirigindo uns dos automóveis do meu pai se esvaiu nos primeiros quinze minutos de viagem com essas três pestinhas aporrinhando a minha cabeça.

Os vidros do carro abertos, para recebermos o vento no rosto para aliviar o desconforto de nossos lobos. Sim, o meu lobo, com extremo mau-humor, estava incomodado por estar trancado no que ele considerava uma "prisão sobre rodas".

- Gavin, está bem? Quer que eu dirija? - Meu pai perguntou quando entramos na estrada que dava apara o território do Alfa Freyr.

O que chamou a atenção dele foi o suor do meu rosto, apesar do frio intenso da região, que tinha temperaturas mais baixas do que o nosso clã por ser parte de uma cadeia de montanhas. As minhas extremidades estavam enrijecidas de frio, e o rosto escorrendo suor...

- Está um pouco abafado e estamos quase chegando, melhor o senhor dirigir o resto do caminho, já que não lembro.

Ele franziu as sobrancelhas, mas concordou sem dizer nada. Paramos o carro e trocamos de lugar. Expliquei a mamãe rapidamente que estava cansado de dirigir por estar tempo demais enclausurado e ela acreditou sem mais perguntas, graças aos deuses.

Coloquei a cabeça para fora da janela o resto do caminho, deixando o vento gelado me acalmar. Não dei ouvidos para a conversa dentro do carro, e minhas irmãs acharam que era uma boa ideia cantar a mesma cantiga repetidamente.

Eu estava quase a ponto de pedir para seguir o resto do caminho a pé, quando os portões do clã surgiram à vista. Fiquei impressionado quando lobos de pelagem branca saíram da neve, eu não os tinha notado e o meu pai riu quando, sem perceber, arregalei só olhos.

- Eles se camuflam na neve como nós nos camuflamos nas sombras, ideia da sua mãe.

- O quê? O senhor que ensinou isso a eles?

Meu pai piscou para mim, com um sorriso cínico meio de lado no rosto que mamãe diz que puxei a ele...

- Sua mãe fica feliz, eu fico feliz. Além disso, Alfa Freyr é um bom aliado.

Alguns dos lobos brancos se transformaram e barraram a nossa entrada, até a minha mãe sair do carro, toda coberta por um casaco de pele de tigre de dente de sabre aquecendo o seu corpo. Ela sempre foi friorenta, seu corpo, adaptado ao calor seco das dunas, precisava de um fonte extra de calor. Eles a reconheceram a apenas deram uma olhada dentro dos automóveis, rotina de segurança antes de abrirem os portões.

Meu pai foi para o lado dela e meu irmão veio até mim.

- Ah, acho que mamãe está certa sobre aqueles dois ali. - Rael comentou se referindo ao seu futuro Beta e a filha do general Gama, mas se interrompeu, farejando o ar. - Está sentindo esse cheiro?

Farejei o ar, não sentindo nada além de frio na ponta do nariz.

- Cheiro de quê?

- Não sei... hm... Parece... mel e aquela flor que o velho humano curandeiro tem na vila dele, como chama? Madressilva!

- Não estou sentindo cheiro de porra nenhuma, o meu nariz está congelando! Como pode o céu estar tão azul e limpo com esse frio? A neve nem derrete!

- Esse lugar é mais frio do que a nossa terra, tem urso aqui com pelagem branca e baleias no porto dos lobos Brancos. - Ele farejou mais o ar, parecendo um sabujo. - Lembro quando vim da última vez, nós caçamos como o Alfa Freyr e eu senti esse mesmo aroma, mas estava fraco.

Eu me lembrava daquela visita, anos atrás, não entramos no clã, nosso pai nos trouxe apenas para nos treinar no inverno rigoroso deste lugar. Foi horrível, passamos fome e frio com ele e o alfa Freyr comendo na nossa frente. Só podíamos comer o que conseguíssemos caçar. Quando finalmente caçamos umas aves gorduchas, de pelagem preta e branca, eles ainda comeram com a gente, diminuindo a nossa porção.

Prefiro esquecer esse treinamento, mas meu pai disse que fomos muito bem.

- Hm... Rael, lembro de não ter sentido esse cheiro daquela vez, e você diz que agora está mais forte? - Perguntei, começando a desconfiar de algo e pela maneira em que minha mãe olhava na nossa direção, acho que ela desconfiava da mesma coisa.

- Sim, como não sente? Um cheiro delicioso e está ficando mais forte!

Os olhos do meu irmão ficaram negros e ele começou a rosnar baixinho. Os lobos Brancos ouviram e ficaram alerta.

- O que está havendo aqui? Deixem os meus convidados passarem logo! - Era a voz do Alfa, contente ao nos ver, e ele não estava sozinho, trazia a sua filha e sua Luna ansiosa por encontrar a minha mãe.

Meu irmão rosnou alto e o seu corpo explodiu na forma de lobo quando ele saltou na direção da comitiva do Alfa. Minhas irmãs gritaram, assustadas e o meu pai, em sua terceira forma, saltou sobre ele, impedindo-o de alcançar os líderes do clã dos lobos Brancos, cujos guardas mostravam os dentes de guerra.

A fera enfiou a cara do lobo do meu irmão na neve, enquanto ele se debatia para se livrar do meu pai, sem êxito. Minhas irmãs choravam, confusas dentro do carro. Os demais membros de nossa comitiva todos saíram de seus carros, aguardando ordens do Alfa.

Como uma antítese a tudo isso, minha mãe e Luna Rebeca se abraçaram, entre risos e choro, enquanto alfa Freyr deu uma gargalhada.

            
            

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