Como arruinar a vida do meu ex em 10 episódios
img img Como arruinar a vida do meu ex em 10 episódios img Capítulo 3 O retorno
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Capítulo 8 Como tudo começou... Ou terminou (II) img
Capítulo 9 Presentes img
Capítulo 10 Presentes (II) img
Capítulo 11 Uma briga img
Capítulo 12 Uma briga (II) img
Capítulo 13 Uma briga (III) img
Capítulo 14 Pequena, inteira img
Capítulo 15 Pequena, inteira (II) img
Capítulo 16 Úrsula Torres img
Capítulo 17 Úrsula Torres (II) img
Capítulo 18 A aposta img
Capítulo 19 A aposta (II) img
Capítulo 20 Davis Fahy, meu sonho img
Capítulo 21 Davis Fahy, meu sonho (II) img
Capítulo 22 A festa img
Capítulo 23 A festa (II) img
Capítulo 24 Isacv img
Capítulo 25 Isacv (II) img
Capítulo 26 Isacv (III) img
Capítulo 27 Meu caro Watson img
Capítulo 28 Meu caro Watson (II) img
Capítulo 29 Meu caro Watson (III) img
Capítulo 30 Ruiva peituda img
Capítulo 31 Ruiva peituda (II) img
Capítulo 32 Ruiva peituda (III) img
Capítulo 33 Você é a minha melhor amiga img
Capítulo 34 Você é a minha melhor amiga (II) img
Capítulo 35 Coisa do diabo img
Capítulo 36 Coisa do diabo (II) img
Capítulo 37 Coisa do diabo (III) img
Capítulo 38 Tayla através do espelho img
Capítulo 39 Tayla através do espelho (II) img
Capítulo 40 Tayla através do espelho (III) img
Capítulo 41 Assombração img
Capítulo 42 Assombração (II) img
Capítulo 43 Vou transar com Tayla img
Capítulo 44 Vou transar com Tayla (II) img
Capítulo 45 Trevo de três folhas img
Capítulo 46 Trevo de três folhas (II) img
Capítulo 47 Bichinha do mato img
Capítulo 48 Bichinha do mato (II) img
Capítulo 49 Trevo de quatro folhas img
Capítulo 50 Trevo de quatro folhas (II) img
Capítulo 51 Forninho de afeto img
Capítulo 52 Forninho de afeto (II) img
Capítulo 53 Minha irmã img
Capítulo 54 Minha irmã (II) img
Capítulo 55 Minha irmã (III) img
Capítulo 56 Quanto tempo dura o eterno img
Capítulo 57 Quanto tempo dura o eterno (II) img
Capítulo 58 O garoto da igreja img
Capítulo 59 O garoto da igreja (II) img
Capítulo 60 Louca, louquinha img
Capítulo 61 Louca, louquinha (II) img
Capítulo 62 Eu posso explicar img
Capítulo 63 Eu posso explicar (II) img
Capítulo 64 Eu posso explicar (III) img
Capítulo 65 A casa na árvore do tempo img
Capítulo 66 A casa na árvore do tempo (II) img
Capítulo 67 Um papo sobre sexo img
Capítulo 68 Um papo sobre sexo (II) img
Capítulo 69 Você já gozou img
Capítulo 70 Você já gozou (II) img
Capítulo 71 O tempo não gosta de ser assassinado img
Capítulo 72 O tempo não gosta de ser assassinado (II) img
Capítulo 73 Taylice e o Chapeleiro img
Capítulo 74 Taylice e o chapeleiro (II) img
Capítulo 75 Taylice e o chapeleiro (III) img
Capítulo 76 Alice no país dos prazeres img
Capítulo 77 Alice no país dos prazeres (II) img
Capítulo 78 Feliz 18 anos img
Capítulo 79 Feliz 18 anos (II) img
Capítulo 80 Uma lagarta fumando narguilé img
Capítulo 81 Uma lagarta fumando narguilé img
Capítulo 82 A foto img
Capítulo 83 A foto (II) img
Capítulo 84 Meu pai img
Capítulo 85 Meu pai (II) img
Capítulo 86 O emprego na Versace img
Capítulo 87 O emprego na Versace (II) img
Capítulo 88 O emprego na Versace (III) img
Capítulo 89 Um encontro inesperado img
Capítulo 90 Um encontro inesperado (II) img
Capítulo 91 Um encontro inesperado (II) img
Capítulo 92 Um encontro inesperado (III) img
Capítulo 93 O contrato com a Isacv img
Capítulo 94 O contrato com a Isacv (II) img
Capítulo 95 Pov da formanda img
Capítulo 96 Pov da formanda (II) img
Capítulo 97 Pov da formanda (III) img
Capítulo 98 Vento, couro e cicatrizes img
Capítulo 99 Vento, couro e cicatrizes (II) img
Capítulo 100 Cortem a cabeça img
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Capítulo 3 O retorno

Cidade de Solidão, Noriah Sul, 2023.

POV TAYLA

Eu não vivia no País das Maravilhas, mas assim como Alice, todos os dias de manhã eu sempre pensava em seis coisas impossíveis:

- Voltar para Solidão

- Não ser filha da minha mãe

- Meu gato ter vidas infinitas

- Meu marido ter um pau enorme

- Meu filho só ter o meu DNA

- Deixar de odiar Ryan Palmer

Naquele dia, o universo conspirava contra mim e me trazia de volta ao lugar onde jurei nunca mais pôr os meus pés.

Quando parei meu carro diante do portão enferrujado do Rancho Palmer, olhei pelo retrovisor e vi Lewis dormindo no banco de trás, seus cílios longos projetando sombras sobre as maçãs do rosto cheia de sardas, herdadas de mim. Apertei o pequeno trevo que adornava minha gargantilha, como se fosse um pingente que pudesse me proteger do passado.

Olhei para Cheshire deitado preguiçosamente no banco da frente e perguntei:

- "Para onde devo ir"?

Cheshire levantou levemente a cabeça e me encarou, enquanto se espreguiçava sem pressa.

- "Depende de onde você quer chegar". É esta a parte que você fala, gato.

Cheshire me ignorou por completo e voltou a dormir.

- "Não me importa muito onde", digo eu... Então o gato responde: "Então não importa o caminho que você tome."

Suspirei e olhei para o letreiro debotado que dizia "Rancho Palmer" e meu coração doeu de uma forma que jamais imaginei que doeria novamente. Lembrava exatamente que quando parti, jurei nunca mais voltar. Mas a vida tinha um senso de humor perverso, assim como o Gato de Cheshire: "Quanto mais você corre do passado, mais ele te encontra de boca aberta, pronto para te devorar."

- Bem-vinda ao País das Mentiras, Taylice. – Falei para mim mesma.

Fiquei ali parada, dentro do carro, tentando encontrar coragem para abrir o portão.

Fechei os olhos e respirei fundo. Cada vez que eu fazia aquilo conseguia sentir o cheiro do ar puro do Rancho Palmer, mesmo quando eu estava bem distante dali. Eu amava a minha vida e sabia que qualquer coisa que mudasse no passado teria feito com que meu momento atual, que era maravilhoso, não existisse. Ainda assim aquele era o lugar que eu escolheria sempre como preferido no mundo, embora tenha sido onde meu coração foi partido em mil pedaços.

Toquei minha região pubiana e sorri. Eu ainda tinha a marca registrada que era o "nosso segredo", o momento mais louco e insano de nossas vidas. E se mil vezes pudesse voltar e nascer de novo, desejaria crescer ao lado dele, por mais dor que eu soubesse que me traria no futuro. Ryan me ensinou tudo que eu sabia. E graças a ele eu sofri de uma maneira inimaginável. Mas também tive forças para superar.

Eu não falava mais com Ryan, mas o via sempre na mídia, fosse em comerciais, programas de televisão e até como figurante em filmes. E se não bastasse vez ou outra em outdoors assim como estampado na lataria dos ônibus. A vida dele estava sempre em evidência e muitas vezes era eu a responsável por aquilo, quando o atacava através do meu podcast: "Alice no país dos prazeres".

Sim, o podcast mais assistido tinha como host a jovem caipira que saiu do interior depois de ter sido humilhada publicamente da pior maneira possível. E agora eu era uma mulher famosa, embora ninguém ali soubesse quem estava por trás da voz mais ouvida no país.

Ri ao lembrar do episódio daquela manhã, que era sobre o sonho de todo pau:

1. Conquistar o cool

2. Acordar com um belo chups de manhã cedo

3. Estar eternamente dentro da boceta e

4. Jorrar em seios grandes.

Aprendi aquilo tudo com ele e hoje ajudava milhões de mulheres a entenderem sobre sexo, dando as dicas práticas e interessantes.

Ironicamente eu falava o tempo todo em peitões, sendo que não os tinha. E sobre sexo, que eu não praticava, mesmo sendo casada e dormindo com meu marido todas as noites.

Meu sonho sempre foi ter peitos. Quando eu era adolescente não tinha dinheiro para botar. E agora que era adulta e tinha dinheiro faltava coragem, porque eu não lidava muito bem com a dor. Ah, a mulher que não lida muito bem com a dor tem uma tatuagem na região íntima, mais precisamente na parte do "capô" da vagina. E eu nunca saberia se doeu ou não. E tinha um filho, que nasceu de parto normal.

Ri lembrando daquela noite que fizemos a tatuagem... E das outras tantas histórias que eu tinha ao lado de Ryan. Era uma vida juntos, que eu levaria para sempre nos pensamentos.

Ryan era a pessoa que eu mais odiava no mundo. E também a que mais amei até conhecer Lewis, meu filho.

Nossa história começou quando nascemos, no mesmo mês, mais precisamente um setembro. Ele nasceu num dia de sol. Eu num dia de chuva, mas ambos na mesma semana. Nona dizia que nossos destinos estavam entrelaçados desde a barriga. E eu achava aquilo lindo e romântico. Até o dia que desejei nunca o ter conhecido.

O certo é que cada vez que eu fechava os olhos, a imagem dele vinha na minha mente. E não era do famoso Ryan Palmer, o modelo que as adolescentes e mulheres de todas as idades eram fãs. Eu lembrava do meu Ryan, aquele que me mostrou o mundo e me fez conhecer o amor... E depois a pior das dores.

Senti um frio percorrer minha espinha quando lembrei da ligação que recebi de Nona dias atrás.

- Como vai, minha menina?

- Bem, Nona! E feliz com a sua ligação. Está com as malas prontas? Lewis já está perguntando quando você virá.

- Eis o motivo da minha ligação, Tayla: eu não irei.

- Como assim não virá? – Fiquei surpresa com a revelação, já que Nona todos os verões vinha passar alguns dias na minha casa, alternando outros ao lado do neto, Ryan, que não tinha moradia fixa, pois passava a maior parte do tempo viajando a trabalho, já que atualmente era um dos modelos mais famosos do mundo.

- Neste verão vocês virão. Será incrível!

- Não, Nona! – eu ri – Sabe que isto é impossível.

- Por quê? Só porque prometeu que nunca mais pisaria os pés em Solidão?

- Isto não é suficiente? – Ri novamente, por dentro sentindo o amargor do motivo pelo qual tomei aquela decisão.

- Preciso que venha, Tayla. – Ela falou de forma séria.

- Aconteceu alguma coisa?

- Sim, aconteceu. Este será o nosso último verão.

Engoli em seco, sentindo como se o ar fosse tirado de mim. Eu tinha Nona Sans Palmer como uma mãe (ou uma avó, tanto faz). Eu gostava dela mais do que da minha própria mãe. A avó de Ryan praticamente me criou.

- Como assim, Nona?

            
            

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