Sombra de um amor proibido
img img Sombra de um amor proibido img Capítulo 2 No Limiar da Escuridão
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Capítulo 6 A Armadilha Invisível img
Capítulo 7 A Máscara Caída img
Capítulo 8 Sob a Superfície img
Capítulo 9 A Jogada Dupla img
Capítulo 10 A Armadilha Fechada img
Capítulo 11 A Corrida Contra o Tempo img
Capítulo 12 O Jogo das Sombras img
Capítulo 13 A Reunião do Silêncio img
Capítulo 14 Jogo de Sombras img
Capítulo 15 O Pacto Sombrio img
Capítulo 16 O Preço da Ambição img
Capítulo 17 O Jogo da Mentira img
Capítulo 18 A Ruína do Orgulho img
Capítulo 19 A Linha Vermelha img
Capítulo 20 O Jogo das Sombras img
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Capítulo 2 No Limiar da Escuridão

A manhã seguinte chegou com uma brisa fria que penetrava até os ossos. Isabel acordou cedo, como sempre, apesar das longas horas que havia passado trabalhando no dia anterior. A noite tinha sido inquieta, repleta de pensamentos dispersos que ela não conseguia organizar. Cada vez que fechava os olhos, via Hugo, via seus olhos fixos nos dela, como se buscasse algo além de uma simples resposta profissional.

O que era aquilo que os unia? Por que seu coração batia de forma tão errática quando ele estava por perto? O medo de que a situação fosse mais perigosa do que imaginava a mantinha em alerta, mas o desejo também desempenhava um papel crucial em sua mente.

O telefone tocou às oito da manhã, e um suspiro escapou de seus lábios ao ver o nome na tela: Hugo Pérez. Ela sabia que aquele dia não seria igual aos outros, e que algo estava prestes a acontecer. Após uma breve hesitação, atendeu.

- Isabel, precisamos conversar. - A voz de Hugo soava mais grave do que nunca, como se cada palavra estivesse carregada de um peso que ela não conseguia compreender totalmente. - Te espero no escritório às dez.

Isabel assentiu, mesmo que ele não pudesse vê-la. Desligou o telefone e ficou olhando para a tela em silêncio por um longo tempo. O que estava realmente acontecendo na empresa? As ameaças das quais Hugo havia falado pareciam mais próximas do que ela pensava. Mas, acima de tudo, sentia aquela opressão no peito, aquela necessidade crescente de estar perto dele, de entender seus medos. Como se, em meio à tempestade, só ele pudesse acalmá-la.

Às dez em ponto, chegou ao prédio da empresa, que dominava a cidade com sua arquitetura imponente. O luxo e a modernidade se refletiam em cada canto, mas dentro daquelas paredes de vidro escondiam-se segredos, intrigas e tensões que nem todos conheciam. Isabel entrou no saguão e pegou o elevador até o último andar. Seu coração batia com força, como se, de alguma forma, tudo o que havia acontecido até aquele momento estivesse a levando para um confronto inevitável.

Ao chegar, o pessoal da segurança a cumprimentou com uma cortesia fria. Nada naquele lugar era casual. Cada pessoa parecia ter um papel definido, e Isabel, mesmo ocupando um cargo importante, era considerada apenas mais uma peça na engrenagem de Hugo Pérez.

Quando entrou em seu escritório, Hugo a esperava, de pé ao lado da mesa, com uma expressão que refletia mais preocupação do que confiança. Aquele homem, que sempre parecia ter tudo sob controle, agora parecia vulnerável de uma maneira difícil de esconder.

- Obrigado por vir. - Hugo indicou para que ela se sentasse, e ela obedeceu, notando como seus olhos se fixavam nela com uma intensidade incômoda. - Há algo que preciso que você saiba.

Isabel cruzou os braços, incapaz de esconder a ansiedade que havia se apoderado dela.

- Do que se trata? - Perguntou com um tom mais firme do que realmente sentia. Havia algo nele, algo que a fazia perder a compostura, e isso a aterrorizava.

Hugo suspirou profundamente antes de falar.

- O que te contei ontem não foi tudo. Há pessoas dentro da empresa, gente em quem eu confiava, que estão trabalhando contra mim. Recebi ameaças diretas, e não só isso, parece que alguém está vazando informações confidenciais para os nossos concorrentes.

Isabel permaneceu em silêncio. Tudo aquilo era muito maior do que imaginava. Sabia que negócios em grande escala estavam sempre envoltos em rivalidades e disputas, mas não pensou que Hugo, seu primo, estivesse sendo atacado daquela forma.

- E o que você vai fazer a respeito? - perguntou, tentando manter a calma, embora uma sensação crescente de vulnerabilidade a envolvesse. A situação parecia mais grave do que ele havia deixado transparecer.

Hugo a olhou, seus olhos claros brilhavam com uma determinação sombria.

- Vou investigar a fundo. Mas não posso fazer isso sozinho. - Deu um passo em sua direção. - Preciso que você trabalhe comigo nisso. Quero que fique atenta a qualquer detalhe, qualquer movimento estranho. Ninguém pode saber que você está envolvida, mas sua posição permite acesso a informações que eu não tenho. E, honestamente, não sei em quem mais confiar.

Isabel engoliu em seco, o peso das palavras dele ressoando em sua mente. Não podia negar o óbvio: Hugo precisava dela mais do que nunca, e ela não poderia se afastar, não poderia deixá-lo sozinho. Mas também sabia que esse perigo, essa incerteza que os cercava, os colocaria à beira de algo que nem sequer podiam imaginar.

- Eu vou fazer isso. - Respondeu, embora suas palavras soassem mais vazias do que gostaria. Seu compromisso era claro, mas algo dentro dela sentia que estava se envolvendo em uma situação muito mais perigosa do que havia antecipado.

Hugo assentiu, um gesto que parecia aliviar a tensão entre eles, mas apenas na superfície. Um silêncio desconfortável se instalou no escritório, um que nenhum dos dois parecia disposto a quebrar. A atração que sentiam um pelo outro estava presente, não apenas nos gestos, mas em cada palavra não dita. A proximidade entre eles agora era um campo minado, e sabiam que qualquer passo em falso poderia expor tudo.

Finalmente, Hugo rompeu o silêncio.

- Isabel, quero que saiba que, mesmo estando em uma situação complicada, não quero que isso te coloque em perigo. Qualquer coisa que precisar, qualquer momento em que sentir que isso está demais, é só me dizer.

Ela levantou o olhar, encontrando os olhos dele. Algo no tom de sua voz a fez sentir que ele não a via apenas como assistente, mas como algo mais. Algo que, talvez, ele também temesse.

- Eu sei. E não se preocupe. - Isabel tentou sorrir, mas sua mente não conseguia parar de pensar no que estava em jogo. Estava presa entre a lealdade à sua família e o desejo de protegê-lo.

À medida que Hugo se afastava, Isabel não pôde evitar se perguntar se, apesar de tudo o que aquele risco implicava, sua vida já havia mudado de forma irreversível. Não apenas pelas ameaças externas, mas porque algo mais, algo mais profundo, estava se formando entre eles. E essa tentação, essa atração proibida, já não podia ser ignorada.

            
            

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