Sombra de um amor proibido
img img Sombra de um amor proibido img Capítulo 5 Entre as Sombras
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Capítulo 6 A Armadilha Invisível img
Capítulo 7 A Máscara Caída img
Capítulo 8 Sob a Superfície img
Capítulo 9 A Jogada Dupla img
Capítulo 10 A Armadilha Fechada img
Capítulo 11 A Corrida Contra o Tempo img
Capítulo 12 O Jogo das Sombras img
Capítulo 13 A Reunião do Silêncio img
Capítulo 14 Jogo de Sombras img
Capítulo 15 O Pacto Sombrio img
Capítulo 16 O Preço da Ambição img
Capítulo 17 O Jogo da Mentira img
Capítulo 18 A Ruína do Orgulho img
Capítulo 19 A Linha Vermelha img
Capítulo 20 O Jogo das Sombras img
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Capítulo 5 Entre as Sombras

A chuva começou a cair quando Hugo e Isabel saíram do escritório. As gotas batiam nos vidros da caminhonete que os levava ao lugar mais seguro que Hugo havia considerado: uma de suas propriedades nos arredores da cidade. A atmosfera era densa, como se o próprio clima refletisse o estado de espírito que ambos compartilhavam. Enquanto o veículo avançava pela estrada, os faróis cortavam a escuridão da noite, criando sombras que pareciam se estender de forma ameaçadora.

Isabel observava a chuva, mas sua mente estava em outro lugar. As revelações daquela noite a haviam deixado mais inquieta do que ela poderia admitir. Chegara a um ponto em que Hugo já não parecia ser o homem que ela conhecia. Havia uma energia nele, algo em sua postura e em seu olhar, que revelava mais do que ele estava disposto a dizer. Mas o que havia por trás de tudo aquilo? Quão profundo era o risco em que ele estava envolvido?

Durante o trajeto, Hugo não disse uma palavra. O silêncio entre eles era quase palpável. Isabel não sabia se ele queria falar ou se simplesmente não sabia como começar a revelar o que realmente estava acontecendo. Em um impulso inesperado, algo dentro dela a fez romper aquele silêncio.

- Hugo, quem mais está envolvido? - perguntou, sem se virar para olhá-lo. Sabia que essa era a pergunta que ambos temiam fazer. Se Javier Marín estava envolvido, quem mais do círculo próximo dele o estaria traindo? Até onde se estendiam as sombras dessa conspiração?

Hugo soltou um longo suspiro, como se estivesse reunindo forças para responder, mas permaneceu em silêncio. Isabel viu sua mandíbula se contrair e, embora não pudesse ver sua expressão, sabia que havia algo que ele relutava em compartilhar. De repente, Hugo quebrou o silêncio, mas sua voz era quase um sussurro, como se temesse que alguém pudesse ouvir.

- Eu não sei, Isabel. Não sei se Marín é o único ou se mais alguém do meu círculo está envolvido. O que posso te dizer é que a ameaça é real, e não só para mim, mas para você também. Alguém quer destruir tudo o que construímos e eu... - sua voz vacilou, mas logo se recompôs - não posso permitir que isso aconteça.

Isabel o observou por um momento, sentindo a tensão em suas palavras. Ela o conhecia bem, e sabia que por trás daquela fachada de empresário invulnerável, havia uma vulnerabilidade que até então era quase imperceptível. Estava claro que ele não estava lutando apenas por seu império, mas por sua própria sobrevivência. De alguma forma, ele a estava envolvendo em tudo aquilo, e embora sentisse o peso da responsabilidade, algo mais crescia dentro dela. A conexão entre eles, aquele laço inevitável desde o início, estava se tornando cada vez mais difícil de ignorar.

Não se tratava apenas da empresa ou dos segredos que agora pareciam preencher todos os cantos. Tratava-se de algo mais. Algo muito mais profundo, que crescia a cada olhar e a cada palavra trocada. Isabel lutava contra o impulso de perguntar, de dizer o que sentia, mas não conseguia. O perigo que rondava não só Hugo, mas também ela, os mantinha suspensos em uma corda bamba.

O veículo continuou seu caminho enquanto Hugo parecia mergulhado em pensamentos. Isabel sentiu a necessidade de falar, de dizer algo que dissipasse a tensão crescente entre eles, mas quando seus lábios se abriram, as palavras ficaram presas na garganta. A emoção que compartilhavam parecia suspensa no ar, sem forma nem clareza.

Quando finalmente chegaram à propriedade, Hugo a conduziu até uma sala de segurança no andar térreo, um lugar onde Isabel nunca estivera antes. O interior era sombrio, iluminado apenas pelas luzes frias das telas de computador e dos monitores que exibiam diversas câmeras de segurança. No entanto, o que mais chamou a atenção de Isabel foi o tom de urgência nos olhos de Hugo ao levá-la até uma das estações de trabalho.

- Olhe isso - disse ele, apontando para a tela. Os olhos de Isabel seguiram o dedo dele até ver o que ele queria mostrar. A imagem de um homem encapuzado, parado diante de um computador, com a luz da tela iluminando parcialmente seu rosto. Naquele momento, ela não conseguiu identificá-lo, mas havia algo naquela postura que a fez se sentir desconfortável.

- Quem é ele? - perguntou Isabel, enquanto seu coração batia acelerado no peito.

- Eu não sei - respondeu Hugo, cerrando os punhos -. Mas isso não é um simples ato de sabotagem. Alguém está observando cada um dos meus movimentos. Eu sabia que algo estava sendo tramado, mas agora... isso escalou.

Isabel sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Não estavam apenas enfrentando um problema interno na empresa, mas alguém os vigiava de perto, com uma precisão assustadora. Aquilo já não era apenas uma ameaça corporativa. Era pessoal.

- Como podemos ter certeza de que não há mais deles? - perguntou Isabel, agora com a voz mais baixa.

Hugo a encarou, e em seus olhos havia um medo que Isabel nunca tinha visto antes. Ela sabia que a situação era muito mais grave do que Hugo havia deixado transparecer até então.

- Eu não sei - admitiu ele, a vulnerabilidade em seu tom era quase palpável -. Mas vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para impedir. E não vou deixar que te coloquem em perigo.

Isabel sentiu uma mistura de alívio e medo ao ouvir aquelas palavras. Era como se Hugo, finalmente, estivesse se abrindo para ela de uma forma que nunca havia feito antes. Mas o que mais a perturbava era como tudo aquilo estava afetando seu próprio julgamento. As emoções que compartilhavam, esse jogo entre o profissional e o pessoal, agora pareciam ter um custo mais alto do que nunca.

O telefone de Hugo vibrou sobre a mesa, interrompendo o silêncio. Ele olhou rapidamente para a tela e depois ergueu os olhos para Isabel. Um novo desafio estava prestes a começar.

- É hora de agir - disse Hugo, sua voz firme, mas com uma ameaça latente por trás de cada palavra. Isabel sabia que as decisões que tomariam a partir daquele momento poderiam mudar tudo - não apenas para eles, mas para todos os envolvidos. O perigo já não era uma sombra distante; agora, era real.

E o pior de tudo era que, ao que parecia, ela já estava presa nele.

                         

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