Sombra de um amor proibido
img img Sombra de um amor proibido img Capítulo 4 O Chamado do Perigo
4
Capítulo 6 A Armadilha Invisível img
Capítulo 7 A Máscara Caída img
Capítulo 8 Sob a Superfície img
Capítulo 9 A Jogada Dupla img
Capítulo 10 A Armadilha Fechada img
Capítulo 11 A Corrida Contra o Tempo img
Capítulo 12 O Jogo das Sombras img
Capítulo 13 A Reunião do Silêncio img
Capítulo 14 Jogo de Sombras img
Capítulo 15 O Pacto Sombrio img
Capítulo 16 O Preço da Ambição img
Capítulo 17 O Jogo da Mentira img
Capítulo 18 A Ruína do Orgulho img
Capítulo 19 A Linha Vermelha img
Capítulo 20 O Jogo das Sombras img
img
  /  1
img

Capítulo 4 O Chamado do Perigo

A noite caiu rapidamente sobre a cidade, cobrindo as luzes da metrópole com um manto de escuridão. Isabel estava em seu apartamento, diante de uma mesa cheia de documentos que vinha revisando há horas. Os papéis, imagens e e-mails que havia reunido durante a última semana formavam um caos organizado à sua frente, mas sua mente estava longe dali. Toda vez que pensava na conversa com Hugo naquela tarde, um nó em seu estômago a deixava inquieta.

Ela sabia que algo mais estava acontecendo, algo que não podia ser previsto. Apesar das promessas de Hugo, algo dentro dela dizia que as ameaças que enfrentavam não vinham apenas de fora da empresa. Havia uma sensação persistente, como se tudo o que Hugo dissera tivesse uma camada de incerteza, como se os perigos estivessem muito mais próximos do que ele mesmo queria admitir.

Isabel tentou afastar esses pensamentos, mas a intensidade do momento ainda ressoava em sua mente. Não podia negar que, toda vez que Hugo a olhava, algo dentro dela reagia. A atração que sentia por ele não era algo que pudesse ignorar. Naquele espaço limitado, entre as paredes do escritório, entre investigações e estratégias, Hugo havia se tornado algo muito mais complexo. Um líder, um empresário implacável, mas também um ser humano vulnerável, com muito mais em jogo do que deixava transparecer.

O som do telefone interrompeu seus pensamentos. Isabel olhou para a tela, e por um segundo, seu coração deu um salto ao ver o nome de Hugo. Sabia que aquela ligação era importante. Sabia que não podia evitá-lo, apesar do que sentia por ele. Então, com uma respiração profunda, atendeu o telefone.

-Isabel -a voz de Hugo, clara mas tensa, transmitia urgência-. Preciso que venha agora mesmo ao escritório. Há algo que preciso te mostrar.

Isabel sentiu o ar escapar de seus pulmões ao ouvir a urgência no tom dele. Algo estava errado. Não podia esperar até o dia seguinte. Precisava ir.

-O que está acontecendo? -perguntou, já se levantando da mesa para pegar o casaco.

-É mais seguro que veja com seus próprios olhos. Estou te esperando. -E antes que pudesse dizer mais alguma coisa, a linha foi cortada.

Ela apressou o passo, sem pensar muito no que estava deixando para trás. O tempo parecia ter se condensado, e sua mente só conseguia se focar no que Hugo poderia precisar. Saiu do apartamento e pegou um táxi direto para o prédio da multinacional. Seu coração batia mais rápido a cada minuto que passava, enquanto as luzes da cidade pareciam piscar em sincronia com a ansiedade crescente que sentia.

Quando chegou, o prédio estava surpreendentemente silencioso. O ambiente parecia carregado, como se a própria estrutura de aço e vidro pudesse sentir o perigo. Entrou no elevador com o pulso acelerado e uma sensação de inquietação que aumentava conforme se aproximava do escritório de Hugo.

Ao chegar, a porta estava entreaberta. Entrou sem fazer barulho, procurando Hugo com o olhar. Ele estava de pé ao lado da mesa, encarando a tela do computador. Não havia sinal da habitual confiança. Desta vez, sua postura era tensa, as mãos apertadas nas bordas da mesa. Isabel sentiu um arrepio subir pela espinha. Algo sério estava acontecendo, e ele não estava sendo totalmente honesto.

-Hugo? -perguntou com cautela.

Hugo levantou o olhar e, ao vê-la, sua expressão mudou por um instante. Seus olhos mostraram uma mistura de frustração e algo mais que Isabel não conseguiu decifrar.

-Venha -disse ele, acenando com a mão para a tela do computador, convidando-a a se aproximar. Quando o fez, viu que havia uma série de e-mails na tela, todos com detalhes específicos sobre transações suspeitas, acordos secretos e um nome que gelou seu sangue: Javier Marín, um nome que Isabel conhecia muito bem.

-Javier Marín? -perguntou, quase sem acreditar no que via. Marín era um dos colaboradores mais próximos de Hugo, um dos homens em quem ele mais confiava. Trabalhara ao seu lado durante anos, e sua relação parecia sólida. Como era possível que suas transações estivessem envolvidas em algo tão perigoso?

Hugo passou uma mão pelo rosto, como se tentasse se livrar da tensão. Depois, olhou para Isabel com uma seriedade inabalável.

-Não entendo o que está acontecendo. O Javier... me traiu. Alguém está manipulando as coisas por dentro. Mas não consigo saber até que ponto ele está envolvido. Tudo isso pode ser uma armadilha. Se alguém descobrir que sei o que está acontecendo, estarei ainda mais exposto.

Isabel absorveu as palavras de Hugo, tentando compreender a gravidade da situação. O perigo já não era apenas uma ameaça externa. Havia uma traição dentro do círculo mais próximo de Hugo, uma que poderia destruir tudo o que ele havia construído. A imagem do homem confiável que ela conhecia começava a se desfazer. Ele já não podia confiar nem nos próprios aliados.

-Como vamos lidar com isso? -perguntou Isabel, sua voz firme, embora uma sombra de preocupação fosse perceptível. Apesar do medo que sentia, sabia que, como sempre, precisava manter a postura profissional.

-Não posso confiar em ninguém além de você -respondeu Hugo, olhando para Isabel de um jeito que fez seu estômago se revirar. Algo em seu tom a fez se sentir mais vulnerável do que nunca. Havia um peso nas palavras dele, algo que os unia além do profissional.

Isabel o encarou, tentando manter a compostura, mas sentiu que algo no ar havia mudado. Sua proximidade com Hugo estava se tornando cada vez mais perigosa, e ela não podia ignorar as emoções que transbordavam entre os dois. À medida que a situação se tornava mais crítica, não pôde deixar de se perguntar: o que aconteceria se os laços que compartilhavam os arrastassem para uma espiral que nem mesmo eles conseguiriam controlar?

-O que quer que você precise, estarei aqui para te ajudar -disse por fim, consciente do peso daquela promessa.

Hugo assentiu, os olhos fixos nela com uma intensidade que Isabel nunca tinha visto antes. A sala parecia se fechar ao redor deles, e por um momento, o perigo e o desejo se misturaram de uma forma que fez Isabel se sentir presa em seu próprio papel nesse jogo de sombras.

O chamado do perigo já não era apenas profissional. Havia algo mais em jogo. Algo que não podia ser contido.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022