Capítulo 4 A primeira noite

O quarto de hotel tinha cheiro de lençóis limpos e vinho caro. Ana entrou devagar, os saltos ecoando pelo piso de madeira. As mãos tremiam levemente, não de medo, mas de pura antecipação. Atrás dela, Arthur trancou a porta, o estalo soando como um selo definitivo.

- Você sabe que, a partir de agora, não tem mais volta - ele murmurou, encostando-se na porta, o olhar cravado nela como uma promessa.

Ana apenas assentiu, mordendo o lábio. Ela já estava entregue, mesmo antes do toque. Mesmo antes do primeiro botão desfeito.

Arthur caminhou até ela devagar, as mãos tocando os ombros nus, deslizando pela pele até as costas, provocando arrepios. Ele encostou o rosto no pescoço dela, inspirando devagar.

- O cheiro da sua pele me deixa louco - ele sussurrou, os lábios roçando levemente a orelha dela.

Ana soltou um gemido baixo, os joelhos quase fraquejando. Quando as mãos dele afrouxaram o zíper do vestido, ela sentiu o ar gelado na pele e o calor da boca dele logo em seguida, descendo em beijos lentos pela espinha. O vestido escorregou até os pés, deixando-a apenas de lingerie rendada, escolhida com cuidado para aquela noite.

Arthur parou um segundo para olhar. O sorriso nos lábios era de pura aprovação.

- Você é minha perdição, Ana Clara.

Ela foi puxada para um beijo urgente, a boca dele explorando sem piedade, as mãos segurando firme sua cintura. Ana se agarrou aos ombros dele, sentindo o calor, a rigidez, o corpo dele tão pronto quanto o dela.

Quando chegaram à cama, Arthur a deitou devagar, os olhos sempre fixos nos dela, como se cada movimento fosse parte de uma dança silenciosa. Ele tirou a própria camisa, revelando músculos firmes, tatuagens discretas que Ana queria mapear com a língua. E fez.

O primeiro toque da boca dela no peito dele arrancou um gemido rouco de Arthur, as mãos dele se enterrando nos cabelos dela. Ana sentiu o poder de provocar aquele homem tão controlado, tão seguro. O controle começava a ruir, e era ela quem o despia de qualquer máscara.

Arthur se moveu, descendo o corpo dela com beijos, mordidas leves, sussurros de pura luxúria.

- Você não faz ideia do gosto que tem... - ele rosnou, a boca explorando a curva dos seios, da barriga, a linha delicada entre as coxas.

Ana arqueou as costas, os olhos semicerrados, entregando-se sem defesas. Quando ele finalmente a tomou para si, não houve hesitação, só urgência, corpos colidindo como se o mundo lá fora tivesse desaparecido. A respiração virou gemido, o gemido virou nome sussurrado, e o nome virou uma súplica: "Mais, Arthur, por favor..."

A noite foi um redemoinho de pele, desejo e prazer. Quando finalmente caíram exaustos, Ana aninhou-se no peito dele, os dedos traçando linhas invisíveis sobre a pele suada.

- Eu não quero que isso acabe nunca - ela murmurou, sonolenta.

Arthur beijou o topo da cabeça dela, os olhos fechados, como se gravasse aquele momento na memória.

- Nem vai acabar, minha menina.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022