Capítulo 5 A marca dele

O sol da manhã atravessava as cortinas pesadas do quarto, derramando uma luz dourada sobre os lençóis bagunçados. Ana abriu os olhos devagar, um sorriso preguiçoso nos lábios antes mesmo de se lembrar onde estava - ou melhor, com quem estava.

O braço de Arthur ainda repousava pesado sobre a cintura dela, e o calor do corpo dele contra as costas dela era um lembrete delicioso da noite que haviam passado. Ana se esticou devagar, e um leve ardor no pescoço a fez soltar um riso abafado.

Ela se levantou, caminhando nua até o espelho do quarto. Quando afastou os cabelos, lá estavam: as marcas, roxas e vermelhas, espalhadas pela curva do pescoço e pela clavícula - lembranças da boca de Arthur, beijos que haviam começado suaves e terminado famintos.

Ela tocou de leve as marcas, sentindo um calor subir pelo corpo. Eram sinais de pertencimento, de entrega. De posse.

- Está admirando o troféu, minha menina? - Arthur murmurou atrás dela, a voz rouca de sono e prazer.

Ana virou-se, sorrindo, enquanto ele se aproximava, ainda nu, os olhos preguiçosos e famintos ao mesmo tempo. Ele envolveu a cintura dela por trás, colando o corpo quente no dela, as mãos deslizando até os quadris.

- Eu devia esconder isso - ela sussurrou, encostando a cabeça no ombro dele.

Arthur sorriu contra o pescoço dela, roçando os lábios ali como se marcasse novamente seu território.

- Não. Você devia exibir. Quero que todos saibam que você tem dono.

Ana estremeceu, um arrepio correndo pela espinha. Ele a virou para encará-lo, as mãos firmes segurando seu rosto.

- Você sabe o que faz comigo? - Arthur perguntou, a voz baixa, os olhos cravados nos dela. - Você me desmonta, Ana Clara. E eu amo cada segundo disso.

O beijo que veio a seguir foi mais terno, mas logo virou outra coisa - urgência, desejo, fome. Ana se perdeu nele, sentindo a respiração falhar quando ele a ergueu no colo e a deitou de volta na cama.

Ali, à luz do dia, sem pressa, Arthur explorou cada curva dela como se a conhecesse pela primeira vez. As mãos passeavam devagar, a boca encontrava todos os pontos que faziam Ana arfar, gemer, se contorcer sob ele. Era diferente daquela noite anterior, mais íntimo, mais profundo.

Quando terminaram, Ana estava aninhada no peito dele, os dedos dele brincando com os cabelos dela. Ele a observava com aquele olhar intenso, que fazia o mundo sumir à volta.

- Hoje, durante a aula, eu quero que você pense nisso - ele murmurou, sorrindo de canto. - E que saiba que, quando a noite chegar... eu vou querer você de novo.

Ana fechou os olhos, o corpo ainda formigando, e pensou em como seria sobreviver àquele dia com as marcas dele no corpo e o fogo dele na memória. Um fogo que, ela sabia, não apagaria tão cedo.

                         

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