Capítulo 3 James

Capítulo 2

Eu havia chegado no Brasil há dois dias e já estava a ponto de enlouquecer, passar o dia trancado em um escritório discutindo por horas enquanto tentávamos chegar a um acordo favorável para às duas empresas, estava conseguindo me tirar do sério.

O acordo já deveria ter sido concluído, viemos até aqui para assinar os papéis e apertar mãos, mas o que deveria ter sido uma abertura de uma nova filial, estava se tornando uma negociação infindável.

A empresa deles estava falindo e esse sem dúvida era o melhor negócio para eles, mas os homens decidiram brincar comigo, aparecendo com mudanças e alterações no contrato a todo instante.

- Eu acho bom você resolver isso tudo hoje, mais um dia trancado com aqueles homens e eu vou preferir voltar para casa com as mãos abanando. - resmunguei com Michael, meu advogado e melhor amigo.

- Você voltando para casa sem o que veio buscar? Haha, nem se o inferno congelasse, te conheço bem de mais para saber que isso é só da boca para fora. - ele tinha razão, eu não desistia fácil, quando queria algo eu ia até o fim. - Mas você está certo, ninguém aguenta mais toda essa enrolação, eles têm que decidir o que querem.

- E é seu trabalho resolver isso, dê um jeito nessa merda toda, quero sair desse país o mais rápido possível.

Falar tão mal o português era um dos motivos da minha irritação, assim como o calor infernal que estava fazendo, junte tudo isso a demora em resolver um acordo simples e tinham o pior de mim.

- Vou dar um jeito nisso, agora você deveria sorrir mais para a advogada deles, não acha? - Michael abriu um sorriso cínico, sabendo que eu tinha detestado aquela mulher.

- Você quer que eu transe com ela para adiantar nosso lado?

- Nós dois sabemos que não seria a primeira vez, e se ela estivesse se atirando para mim como faz com você eu com certeza teria o maior prazer em resolver isso. - revirei meus olhos no instante que descemos do elevador. - Qual é cara, a mulher é uma tremenda gostosa.

Respirei fundo e o encarei por um longo segundo, ele não estava mentindo, Helena era uma loira com um corpo de parar o trânsito, não seria nenhum sacrifício, muito pelo contrário.

- Vou pensar nisso, agora vai chamar um carro antes que cheguemos ao escritório no fim do dia.

Ele saiu sorrindo vitorioso enquanto eu já pensava em como a levaria para sair depois da reunião, nada como um jantar caro e uma transa intensa para que ela comesse na minha mão, fazendo com que seus chefes aceitem o que oferecêssemos.

Meu celular tocou e eu enfiei a mão no terno, ainda me arrependendo de estar usando aquilo nesse calor dos infernos.

Micha: dê a volta pelos fundos do hotel, o motorista tem um atalho para evitar o trânsito.

Bufei irritado por ele não ter simplesmente voltado ao lobby e me chamado, mas me obriguei a andar, qualquer coisa para evitar os engarrafamentos eternos de São Paulo.

Mas quando virei no corredor, que daria para a porta dos fundos do hotel, algo macio e pequeno me acertou e eu baixei meus olhos vendo o corpo feminino caindo no chão.

Os cabelos castanhos se espalharam, formando um véu em volta dela escondendo o rosto, mas pelo pouco que percebi era apenas uma adolescente.

- Shit! - Era a última coisa que eu queria agora, mas tentei me forçar a falar em português, lembrando que ela não entenderia o que eu dizia. - Você está machucada?

Ouvi um gemido baixinho de dor e a julgar pela força com que nossos corpos se chocaram eu podia afirmar que sua bunda estava doendo. Mas quando ela ergueu a cabeça e os olhos enormes me encararam eu paralisei. Os olhos esverdeados, se concentraram em meu rosto, me analisando descaradamente e eu fiz o mesmo.

O rosto dela era quase angelical, contrastando com os olhos sedutores e expressivos. As bochechas dela estavam coradas e aquilo fez pensamentos totalmente errados passarem por minha mente.

Ela falou tão rápido, naquela língua que era tão difícil de entender, ainda mais comigo concentrado nos lábios carnudos se movendo. Olhá-la mais de perto era ainda mais perigoso, porque ela era linda demais, de uma forma preocupante, mas ao menos me permitiu ver que ela não era uma adolescente.

Meu celular vibrou no bolso, mas eu ignorei totalmente, estava ainda mais concentrado naquele instante, Michael podia esperar.

- Graças a Deus, você fala minha língua. Estava precisando conversar com alguém que não fosse os investidores. - desabafei aliviado de poder falar com uma pessoa que não estivesse naquele escritório ou que fosse Michael. Ela ainda me olhava atenta e foi só então que reparei que ainda a segurava. - Desculpe, eu não quis ser invasivo.

- Não se preocupe, eu que estou sendo invasiva, mas já vou sair do seu caminho e ir trabalhar. - ela falou parecendo tímida e finalmente tirando os olhos de mim ela apontou para o corredor de onde eu tinha acabado de sair.

Então ela trabalhava aqui, isso era bom, poderia voltar a vê-la mais vezes. Mas ainda não queria que ela fosse embora, queria poder conversar mais, algo naquela garota me fez relaxar e me sentir em casa depois desses dois dias.

- Me diga ao menos o seu nome, posso precisar de um tradutor. - pedi tentando mantê-la ali mais tempo e querendo saber o nome dela para poder encontrá-la depois.

Mas ela olhou em volta e eu vi um leve sacudir de cabeça, de forma negativa, antes que ela erguesse o rosto novamente, me olhando.

- O hotel tem uma lista dos melhores tradutores disponíveis em São Paulo, o pessoal na recepção pode te explicar melhor sobre tudo. - ela tinha razão, mas não eram tradutores que eu queria e o sorriso largo que ela abriu só reforçou esse pensamento. - Agora se me der licença, preciso voltar para o meu trabalho.

Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa ela se apressou virando o corredor e o seguindo sem olhar para trás. Mas eu aproveitei para encarar seu corpo, admirando o balanço do quadril e da bunda empinada.

- Que garota é essa? - ela finalmente sumiu após entrar na terceira porta do corredor e eu sorri decidido com a minha nova meta. - Você vai estar na minha cama, gemendo meu nome antes do fim da semana!

            
            

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