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O escritório de Lorenzo Montenegro era amplo, moderno e perfeitamente organizado - assim como ele. Annelise seguiu seus passos com calma, observando cada detalhe. Ali, tudo exalava controle. Mas ela estava ali para quebrar esse equilíbrio.
Ele indicou a cadeira à frente da mesa.
- Sente-se. Gosto de entender bem com quem estou lidando.
Ela cruzou as pernas com elegância e sorriu, confiante.
- Acredito que vai gostar do que tenho a oferecer.
Lorenzo inclinou-se para frente, os olhos fixos nos dela. Havia algo naquele olhar... uma curiosidade contida, quase predatória.
- Seu currículo é impressionante. Mas o que me chamou atenção foi sua ousadia. Poucas pessoas conseguem entrar aqui e manter esse tipo de postura.
Ela inclinou a cabeça levemente.
- Eu aprendi que o mundo não oferece nada a quem espera demais.
Ele sorriu de canto, como quem reconhece uma jogadora à altura. O silêncio que se seguiu não foi desconfortável - foi uma batalha silenciosa de domínio.
- E por que trabalhar justamente aqui? - ele perguntou, observando-a como se procurasse rachaduras em sua máscara.
- Porque eu gosto de desafios - respondeu. - E dizem que os Montenegro são os maiores.
Lorenzo deu uma risada baixa, impressionado. Ela era diferente. Inteligente, provocadora, misteriosa.
- Você conseguiu a vaga.
Annelise manteve o sorriso, mesmo com o coração acelerado. Parte dela queria comemorar. Outra, lembrava-se do verdadeiro motivo de estar ali.
- Ótimo. Quando começo?
- Amanhã. E, senhorita Duarte... - ele disse, com um olhar mais demorado - ...bem-vinda ao jogo.
Ela se levantou com calma.
- Eu nasci para ele, senhor Montenegro.
Enquanto saía, sentia os olhos dele em suas costas. O jogo havia começado. E ela pretendia vencer.
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