Capítulo 4 Pietro

Hoje recebi uma ligação da minha mãe. Ela disse que eu só poderia assumir a presidência da empresa matriz se estivesse casado. Segundo ela, é uma exigência de alguns conselheiros mais conservadores. Respondi que já estava nos meus planos me casar em breve, e pedi um prazo. Ela me deu um mês. Um mês. Até lá, eu preciso encontrar uma esposa - mesmo que seja por contrato.

Mais tarde, em casa, já pensando nessa pressão, decidi sair e fui até um bar. Comecei a beber. Conforme as doses de whisky desciam, meu corpo relaxava e os pensamentos se embaralhavam. Foi quando notei uma morena linda bebendo sozinha. Ela também me olhava. Tomei coragem e fui até sua mesa.

- O que uma mulher linda está fazendo aqui, sozinha e com esse olhar triste? - perguntei.

Ela riu e disse:

- Estou comemorando o chifre que levei do meu noivo.

Conversa vai, conversa vem, acabamos indo para um hotel. Continuamos bebendo. Começamos a nos beijar e, enquanto eu tirava sua roupa, ela me disse que era virgem. Perguntei se queria parar. Ela disse que não, só pedia que eu tivesse cuidado. E assim passamos a noite juntos, sem compromisso.

Na manhã seguinte, acordei antes dela e fiquei apenas observando. Ela era ainda mais linda dormindo. Foi então que tive uma ideia: por que não propor um casamento por contrato?

Esperei que acordasse. Quando abriu os olhos, fingiu não lembrar de nada. Perguntei seu nome. Ela disse que se chamava Melinda.

Contei minha situação e fiz a proposta: um casamento por contrato, onde cada um colocaria suas próprias cláusulas. Ela me chamou de louco. Mas antes que pudesse dizer mais, seu celular tocou. Atendeu no viva-voz sem querer. Era a mãe dela. Estava chorando, contando que havia passado mal, feito exames, e descoberto uma doença grave. Não teria como pagar pelo tratamento.

Melinda prometeu à mãe que daria um jeito. Faria horas extras, até pegaria empréstimo se fosse necessário. Depois desligou, sentou na cama e começou a chorar.

Foi ali que reforcei minha proposta:

- Eu posso pagar todo o tratamento da sua mãe. Mas você terá que se casar comigo, até que um de nós encontre um amor de verdade. Sem traições, cada um com sua vida, seu trabalho e suas amizades. Mas vamos morar juntos, e você terá que me acompanhar em eventos e reuniões. Terá um cartão de crédito e de débito para você e para sua mãe. E, claro, acesso aos melhores médicos. Se aceitar, casamos amanhã.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, depois respondeu:

- Tudo bem. Me leve até um cartório de confiança para fazermos esse contrato.

E assim fizemos. Cada um com sua cópia, cláusulas assinadas e firma reconhecida. Se alguma parte quebrasse o acordo, pagaria uma multa alta.

Saímos e começamos os preparativos do casamento. Ajudei com o vestido, deixei-a em sua casa para arrumar as malas, e depois passei para buscá-la. Fomos para minha casa, onde ela dormiria até o casamento.

À noite, fui até a casa da minha mãe e anunciei nosso casamento para o dia seguinte. Todos ficaram surpresos. Depois do jantar, busquei Melinda. Ela me contou que sua mãe viria para o casamento. Concordei de bom grado.

Chegando em casa, mostrei o quarto dela - ficava de frente para o meu. Disse que ela poderia decorá-lo como quisesse. Depois fui para meu quarto cuidar de alguns documentos antes de dormir.

No dia seguinte, acordei cedo, tomei banho e fui chamá-la. O quarto estava vazio. Desci e senti o cheiro de bolo e café fresco vindo da cozinha. Quando cheguei lá, vi Melinda terminando de arrumar a mesa.

- A empregada já chegou? - perguntei.

Ela sorriu e respondeu:

- Não, fui eu quem preparei tudo.

Fiquei ali, parado, sem saber o que dizer. Me sentei, surpreso com o cuidado e carinho daquele gesto. O café estava delicioso.

- Está preparada para hoje? - perguntei.

Ela assentiu com a cabeça, e eu disse:

- Mandei trazer cabeleireiro, maquiador, tudo o que você precisar para ficar ainda mais linda. Um amigo da família vai te levar até a casa da minha mãe para o casamento. Eu me arrumo por lá.

Ela concordou. Me despedi e fui embora, deixando-a com a equipe que já havia chegado. Pedi que a tratassem como uma rainha.

            
            

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