/0/14919/coverbig.jpg?v=8521a4dbf0303f0b7aa117464dfa4cbb)
Sabe quando você cansa? Se encontra perdida, no meio de uma tempestade que você mesma causou...
Hoje faz dois anos que estou tentando mudar essa tempestade.
1984-
Depois de pensar muito sobre o acontecimento com a tia da Clara, acho que não consigo ajudar em nada... mas...
Plim!! Plim!! Plim!!
Meu celular começou a tocar. Era do meu estágio.
Pediram para que eu comparecesse imediatamente. Por sorte, hoje era minha folga.
Não estava trabalhando, então eu fui.
Chegando lá, todos os alunos estavam sentados. Seriam anunciadas as novas equipes para missões.
Fui até a Maria e a Clara. Nós estávamos felizes, esperando ser a nossa vez.
Mas então, um novo anúncio veio do general, na mesma hora:
- Escutem! A equipe 9 será parcialmente separada para se juntar à equipe 2. Vamos transferir um membro de cada grupo para formar uma nova dupla, que vai investigar um caso recente.
Chamamos ele de caso do Bak. Sentimos muito pela Clara Sedrim.
Esse nome foi designado porque, na cena do crime, a única pista deixada ao lado do corpo foi uma palavra escrita com sangue: Bak.
Vocês vão acompanhar o caso até descobrirem quem fez isso, a que horas aconteceu e onde mora o culpado.
Quero um voluntário de cada equipe, 9 e 2. Agora! Alguém? - General Jefferson.
A Clara levantou-se junto com a Priscila da equipe 9, como já era de se esperar.
Mas o General avisou: a equipe 9 iria participar, menos Clara, por ser um caso que envolvia alguém da sua família.
Ela ficou abatida.
Então, eu troquei de lugar com a Priscila. Se Clara não podia ir, eu iria no lugar dela.
Ela queria muito ajudar na investigação da morte da tia...
Mas eu vou fazer justiça. Por ela. E por sua tia.
---
[Horas antes de ir ao local do crime]
- Marina, eu não posso ir... mas me mantenha atualizada? Era a minha tia... não fazer nada por ela me deixa devastada. Ela me criou. Foi como uma mãe pra mim - disse Clara, emocionada.
- Não se preocupe. Eu vou te avisar de tudo e pegar esse ou essa monstro! - respondi com firmeza.
Dei um abraço na Clara e fomos direto ao local do crime.
Era no centro, a duas ruas do meu trabalho. Um motel três estrelas chamado Montel Mop.
Aconteceu no 6º andar, quarto 78.
Logo notei algo: tantas câmeras por todo lado, e nenhuma capturou a hora exata?
Enquanto olhávamos o local do crime, fui analisar os arquivos.
Em Londres, sempre deixam arquivado quem entrou e saiu. E não é a primeira vez que crimes acontecem em motéis assim.
Mas... não havia nada.
Revirei tudo. Era como se o mundo tivesse parado no momento em que aquela pessoa entrou.
- Oi?
- Oiê? - respondi.
- Me chamo Emilly, sou a gerente do motel. Pediram para eu dar meu depoimento a uma policial alta... me desculpe, é você? - perguntou Emilly.
- Acho que sim. Vamos começar. Me conte o que tem para declarar, sendo a gerente - falei.
- Então... naquele dia, a recepcionista não pôde vir. Então eu fiquei na recepção.
Nesse mesmo dia, tivemos ajustes nas câmeras. Elas pararam de funcionar horas antes de abrirmos o motel! - explicou Emilly.
Achei estranho. Como isso acontece exatamente no dia do crime?
Mas continuei o depoimento, peguei a ficha do crime e prossegui.
- Emilly, se não havia câmeras e você ficou aqui o dia todo, não deveria saber que é preciso arquivar quem entra?
Não tem nada nos arquivos. Por acaso você esqueceu?
- Não... a recepcionista disse que estava tudo anotado. Só arquivamos se for alguém novo no motel.
- Então... a senhorita não lembra da senhora Flores? Ela deve já ter vindo aqui antes, porque não estava no arquivo do dia.
- Senhora Flores? Da Rua Polimento?
- Sim!
- Meu Deus... não sabia que era ela! Ah, meu Deus... não! Não!
Ela nunca viria a um motel. Ela era viúva, muito respeitada! Nunca a vi aqui! Ah, Céu... estou passando mal... Meu Deus...
Acalmei a senhora Emilly e subi.
Como a senhora Flores nunca veio aqui e não temos nenhum registro?
Desci e tomei um suco de morango, precisava clarear a mente.
Estávamos revisando toda a papelada do motel para confirmar se ela nunca havia entrado lá.
Mas sem resultados.
No dia seguinte...
Chegando em casa, a mesma rotina.
Rua vazia.
Macarrão e suco no jantar.
30 minutos de série.
Hoje pensei em dormir mais cedo e não ir para a varanda.
Mas o clima estava tão agradável...
Sentei e, observando a rua, vi aquele mesmo homem empurrando o carrinho.
Que conforto ver alguém na rua pelo menos de noite...
Espera... e se...???