Entre Sombras e Sol: O Recomeço
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Capítulo 2

Sofia acordou num quarto de hospital, a luz do sol a entrar pela janela.

Sentia o corpo dorido, mas o pior tinha passado.

Rafael estava sentado numa cadeira ao lado da cama, a dormir, a cabeça tombada de forma desconfortável.

Ele tinha ficado com ela a noite toda.

Um televisor no canto do quarto estava ligado, sem som.

De repente, as legendas chamaram a atenção de Sofia.

"Noivado de Tiago Monteiro e Beatriz Vasconcelos anunciado. O herdeiro da fortuna Monteiro, recuperado de um grave acidente, encontrou o amor."

As imagens mostravam Tiago, sorridente, ao lado de Beatriz.

O coração de Sofia afundou-se. Era real. Ele não se lembrava dela.

Rafael acordou com o movimento dela.

"Sofia, estás bem?" Ele aproximou-se, a preocupação evidente no seu rosto.

"Vi as notícias," ela murmurou.

Rafael suspirou. "Eu sei. Sofia, esta é a tua oportunidade. Ele não se lembra de ti. Podes finalmente ser livre."

Ele pegou na mão dela. "Eu ajudo-te. Podemos ir para o Brasil, como sempre sonhaste. Começar de novo."

Sofia olhou para ele, lágrimas nos olhos. "Sim, Rafa. Por favor. Tira-me daqui. Quero ir para longe, para onde ele nunca me encontre."

O alívio no rosto de Rafael foi imenso. Ele sorriu, um sorriso genuíno que aqueceu Sofia por dentro.

"Claro, Sofia. Vou tratar de tudo."

Ele apertou a mão dela com entusiasmo e depois, hesitou, como se quisesse abraçá-la, mas recuou.

Sofia percebeu a hesitação dele.

"Rafa," ele começou, a voz um pouco trémula. "Eu... eu sempre gostei de ti, Sofia. Desde que éramos miúdos."

Sofia olhou para ele, surpresa. Sabia que ele se importava, mas não tinha percebido a profundidade dos seus sentimentos.

Lembrou-se de todas as vezes que Rafael a tinha ajudado, especialmente durante o tempo em que Tiago a mantinha prisioneira na quinta.

Ele enviava mensagens secretas, tentava arranjar formas de ela escapar.

Ela sentiu uma onda de gratidão.

Mas o medo ainda a paralisava. O trauma do controlo de Tiago, a sua obsessão, deixaram cicatrizes profundas.

Ela não conseguia pensar em romance. Não ainda.

"Rafa, tu foste o meu único amigo, o meu único apoio," ela disse, a voz embargada. "Não sei o que teria feito sem ti."

Ele sorriu, um pouco triste. "Eu farei qualquer coisa por ti, Sofia. Quero que sejas feliz, mesmo que não seja comigo."

As palavras dele tocaram-na profundamente.

"Eu quero ser feliz, Rafa. Quero uma vida normal. Quero paz."

Ele assentiu. "E vais ter. Vou tratar dos teus documentos, do voo. Partimos assim que tiveres alta."

A ideia de liberdade, de um futuro sem Tiago, começou a parecer real.

Rafael foi incansável. Em poucos dias, conseguiu os passaportes e os bilhetes.

Sofia sentiu um alívio imenso quando assinou os papéis para a sua partida.

Era como se um peso enorme tivesse sido tirado dos seus ombros.

"Eu também vou para o Brasil," Rafael disse casualmente, uns dias depois. "A minha empresa tem um projeto grande lá, precisam de um arquiteto com a minha experiência."

Sofia sorriu. Sabia que ele estava a fazer aquilo por ela, mas não disse nada.

A presença dele era um conforto.

Quando Sofia teve alta, Rafael estava à espera dela.

Ele pegou na mala dela e, num gesto gentil, afastou uma madeixa de cabelo do rosto dela.

O toque foi leve, mas carregado de ternura.

Sofia sentiu o coração aquecer.

Enquanto caminhavam para a saída do hospital, em direção ao carro de Rafael, uma figura alta e imponente surgiu à entrada da quinta, que ficava perto.

Era Tiago.

Ele estava parado, a observá-los, o rosto uma máscara indecifrável.

Sofia gelou.

            
            

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