Entre Sombras e Sol: O Recomeço
img img Entre Sombras e Sol: O Recomeço img Capítulo 3
4
Capítulo 5 img
Capítulo 6 img
Capítulo 7 img
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
Capítulo 20 img
Capítulo 21 img
Capítulo 22 img
Capítulo 23 img
img
  /  1
img

Capítulo 3

A presença de Tiago era como uma sombra fria que pairava sobre Sofia.

Ela sentiu o pânico subir-lhe pela garganta.

"Rafa, vai-te embora, por favor," ela sibilou, empurrando-o levemente. "Ele não pode ver-te comigo."

Rafael olhou de Sofia para Tiago, a confusão a transformar-se em compreensão.

Mas Tiago não demonstrou qualquer emoção ao ver Rafael.

A sua amnésia parecia genuína. Para ele, Rafael era apenas um estranho.

Isso trouxe um pequeno alívio a Sofia, mas o medo persistia.

Tiago aproximou-se, os olhos fixos em Sofia.

"Tu," ele disse, a voz desprovida de qualquer emoção que ela conhecesse. "A Sra. Monteiro precisa de chá. Leva-lho ao salão."

Era uma ordem, dita como se ela fosse uma empregada qualquer.

A humilhação queimou Sofia, mas ela engoliu em seco e anuiu.

Qualquer coisa para evitar um confronto.

No salão, a Sra. Monteiro estava sentada com Leonor e Beatriz.

As três mulheres riam de alguma piada, o som agudo e desagradável.

Beatriz, em particular, parecia radiante, a personificação da noiva feliz.

Sofia serviu o chá em silêncio, tentando ser invisível.

Quando se inclinou para pousar a chávena de Beatriz, esta moveu o braço subitamente.

O chá a ferver derramou-se sobre a mão e o vestido de Beatriz.

Beatriz gritou, mais de surpresa do que de dor.

"Sua desastrada!" Leonor levantou-se de um salto, o rosto vermelho de fúria. "Fizeste de propósito!"

Ela agarrou Sofia pelos cabelos e deu-lhe uma bofetada.

Sofia cambaleou, a dor a explodir na sua face.

"Eu não..."

"Claro que fizeste!" Leonor gritou. "Estás cheia de inveja da Beatriz! És obcecada pelo Tiago, não consegues suportar vê-lo feliz com outra!"

As acusações eram tão absurdas que Sofia ficou sem palavras.

Beatriz, com lágrimas nos olhos, olhou para Tiago, que tinha entrado no salão atraído pelos gritos.

"Tiago, querido," ela disse, a voz trémula. "Ela... ela queimou-me de propósito. Acho que ela não gosta de mim."

Ela falou de forma suave, manipuladora, sugerindo que Sofia precisava de uma lição severa para que outras empregadas não se atrevessem a fazer o mesmo.

Tiago olhou para a mão vermelha de Beatriz, depois para Sofia, o rosto frio e impassível.

"As regras da família são claras para quem desrespeita os convidados ou a família," ele disse, a voz gélida. "Levem-na."

Ele não se importava com a verdade. Apenas com a sua noiva.

Ele pegou na mão de Beatriz com gentileza. "Vem, querida, vamos tratar dessa queimadura."

Ignorou completamente Sofia.

Dois seguranças agarraram Sofia pelos braços, arrastando-a para fora do salão.

Leonor seguiu-os, um sorriso sádico no rosto.

"Finalmente vais ter o que mereces, sua ladra de vidas."

Levaram Sofia para os antigos estábulos, um lugar frio e abandonado.

Leonor pegou num chicote que estava pendurado na parede.

"Isto vai doer," ela disse, os olhos a brilhar de prazer cruel. "Vou fazer-te pagar por cada dia que passaste no meu lugar, a usufruir do que era meu por direito."

O chicote estalou no ar, e depois atingiu as costas de Sofia.

A dor foi lancinante.

Sofia mordeu o lábio para não gritar.

Leonor continuou a chicoteá-la, golpe após golpe, até Sofia perder as forças e cair no chão sujo, o corpo a tremer de dor e exaustão.

Ela desmaiou.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022