Quando o Ódio Esconde o Amor
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Capítulo 4

Mateus sobressaltou-se com a entrada súbita de Sofia. Puxou a camisa rapidamente, cobrindo as costas.

"Não é nada, Dona Sofia."

Inventou a primeira história que lhe veio à cabeça, uma história que reforçaria a imagem de criminoso que ela tinha dele.

"Foi uma zaragata na prisão, há uns tempos. Coisas que acontecem." A sua voz era deliberadamente vulgar.

O rosto de Sofia endureceu. A suavidade momentânea desapareceu, substituída por uma fúria fria.

"És nojento," cuspiu ela.

Avançou e deu-lhe uma bofetada com toda a força. A cabeça de Mateus virou com o impacto.

"Amar-te," disse ela, a voz a tremer de raiva e desgosto, "foi o maior erro da minha vida. Tenho nojo de ti, Mateus. Nojo!"

Ele não reagiu. A dor física era insignificante comparada com a dor que as palavras dela lhe causavam. Mas, estranhamente, o ódio dela era um consolo. Significava que o seu plano estava a funcionar. Ela iria esquecê-lo, seguir em frente.

Sofia saiu, batendo a porta com força.

Mateus ficou sozinho, a tocar na face dorida. O seu plano estava a funcionar. Ela odiava-o. Era o melhor.

No dia seguinte, Leonardo pediu a Mateus que o levasse a um local isolado nos arredores da cidade. Uma viagem de negócios, disse ele.

No caminho de volta, numa estrada deserta, Leonardo começou a gritar.

"Pára o carro! Pára o carro!"

Mateus travou bruscamente. Leonardo abriu a porta, atirou-se para o chão e começou a gritar de dor, agarrado à perna.

Tinha um pequeno frasco de sangue falso na mão, que derramou sobre as calças.

"Atropelaste-me! Seu desgraçado, atropelaste-me!"

Mateus percebeu a armadilha. Leonardo estava a encenar um acidente.

Sofia, que os seguia no seu próprio carro a uma distância discreta, como combinado com Leonardo, chegou nesse momento.

Viu Leonardo no chão, a "sangrar", e Mateus ao lado do carro.

A imagem desencadeou algo terrível nela. A morte da mãe, a culpa de Mateus, o "acidente" de Leonardo. Tudo se misturou numa torrente de raiva e trauma.

Os seus olhos ficaram vidrados.

"Assassino!" gritou ela, a voz distorcida pela fúria.

Entrou no seu carro, ligou o motor e acelerou na direção de Mateus.

Ele viu-a aproximar-se, o rosto uma máscara de ódio. Não se moveu. Talvez fosse melhor assim. Um fim rápido.

O impacto foi brutal.

            
            

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